William Kidd – Wikipédia, a enciclopédia livre

William Kidd
William Kidd
Nome William Kidd
Apelido (s) Capitão Kidd
Nascimento 22 de janeiro de 1645
Local Dundee
Morte 23 de maio de 1701 (56 anos)
Local Wapping, Inglaterra
Tipo de pirata corsário
Áreas de Atuação oceano Índico
Hierarquia á bordo capitão

William Kidd, popularmente conhecido como Capitão Kidd (Greenock, 22 de janeiro de 164523 de maio de 1701), foi um corsário escocês. Recebeu ordens da Inglaterra para controlar a pirataria francesa na região de Madagascar.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Levado para o mar ainda criança, emigrou para a América do Norte, residindo em Nova Iorque em 1690.

Possuiu o próprio navio mercante e em 1689 distinguiu-se como capitão a serviço da Inglaterra contra a França nas Índias Ocidentais Francesas. Enriqueceu rapidamente, sendo bem casado com uma viúva inglesa, Sarah Oort, que possuía duas propriedades herdadas dos dois maridos anteriores a ele. Foi introduzido na política e conheceu o coronel Benjamim Fletcher, Governador de Nova Iorque, conhecido pelos envolvimentos comerciais com piratas. Para terminar com a pirataria na costa, o rei nomeou como governador a Lord Bellmont. Em 1695 o capitão Kidd estava em Londres com o seu navio, o "Antigua".

Em Nova Iorque, Robert Livingston propôs-lhe o negócio de capturar os piratas e acabar com os saques. Lorde Bellmont, que estava em sua residência de Londres, recebeu Kidd como convidado, apresentando-o a pessoas influentes que poderiam financiar a campanha. Eles entraram em contato com um amigo próximo do rei, Sir John Sommers, o duque e Chanceler de Shresbury, o Secretário de Estado Sir Edward Russell, Lorde de Oxford, e o Conde Rommey. Os bens capturados seriam divididos: 10% para a Coroa, 60% para os financiadores do governador de Nova Yorque (Bellmont), permanecendo 15% para Livingston e Kidd e 15% para a tripulação. Assim acertados, foi entregue a Kidd uma carta de corso que o autorizava a capturar bens que pertencem aos inimigos franceses na costa de Madagascar. A coroa também lhe recomendou a missão de capturar piratas, navios e bens com uma advertência de não aborrecer amigos e aliados da Inglaterra.

William Kidd tentou abandonar a companhia no começo mas foi pressionado por seus mais influentes financiadores. Teve que vender o "Antigua" para integralizar a sua parte nas despesas da campanha e adquiriu o navio "The Adventure Galley". Levaram na tripulação homens com famílias como precaução para que eles não tivessem a tentação de se dedicar à pirataria.

O primeiro incidente infeliz aconteceu quando se omitiram a cumprimentar um navio da Marinha Inglesa, preceito obrigatório a todos os navios que entravam e saíam do porto. A fragata abriu fogo contra o navio de Kidd e, com desrespeito os homens do "The Adventure Galley" mostraram as suas nádegas para a fragata. Como consequência, o navio de Kidd teve a sua tripulação trocada por marujos à margem da lei.

Kidd retornou a Nova Iorque e recrutou o restante da tripulação entre homens em situação desesperada. Após um ano no mar não tinha conseguido uma só presa e a campanha que havia começado a especular, começou a ser dedicada à pirataria. Em abril de 1697 ancorou no mar Vermelho à espera que passasse algum navio francês ou pirata. Depois de uma espera de três semanas, atacaram um navio mercantil islâmico. O "Espectro", navio sob o comando do capitão Edward Barlow, que fazia a escolta à frota mercante, estava com o pavilhão inglês e atirou na "The Adventure Galley", rechaçando o ataque. Quando Barlow chegou a Karwar em 14 de outubro, descreveu Willian Kidd em seu relatório como tendo se transformado em um pirata.

Em novembro Kidd teve que ameaçar a sua tripulação para evitar um motim. Um navio mercante surgiu com bandeira inglesa e os piratas quiseram abordá-lo. Em um confronto com William Moore, que era o chefe de artilheiros no navio, Kidd o ofendeu dizendo que parecia um "cão sarnento", tendo Moore respondido que ele era um cão sarnento porque o Capitão o tinha deixado assim. Neste momento, muito irado, Kidd pegou uma balde madeira e bateu-lhe na cabeça, vindo Moore a falecer no dia seguinte. No relatório que posteriormente viria a instruir o julgamento de Kidd, ficou com título de "assassinato - cão sarnento". O primeiro saque só ocorreu dois anos depois: era o "Maiden" um navio árabe que foi renomeado como "Novembro". Kidd acreditou que tinha trabalhado dentro da lei porque o capitão holandês tinha mostrado passagens francesas. Após o Natal de 1697 capturaram um navio árabe que tinha partido da costa do Malabar e um navio português com mercadorias das Índias Orientais. No dia 30 de janeiro de 1698 capturou o galeão "Quedagh Merchant" capitaneado por um inglês chamado Wright. Com bandeira francesa depois de abordada a presa lhes mostrou passagens francesas. Na verdade William Kidd içou a bandeira francesa para simular ser amigo de franceses e, assim, se o outro navio fosse francês poderia ser confiscado com autorização da coroa inglesa, que estava em guerra com a França. Mas o capitão do Quedagh Merchant, embora não sendo francês, também içou uma bandeira da França para evitar confrontos. Kidd enviou um pirata que falava francês e o capitão do Quedagh Merchant forneceu passes falsificados de França. Deste modo, Kidd anunciou o confisco, usurpando todas as riquezas, inclusive o próprio navio Quedagh Merchant, nada obstante ter o seu capitão explicado que não era francês. Foram então para a ilha Sant Marie onde encontraram um navio pirata. Este último poderia ser tomado pelo Capitão Kidd legitimamente, por ser tratar de um navio pirata. No entanto, Kidd se mancomunou com o pirata, ocasião em que a maioria de tripulação desertou, restando o capitão W. Kidd com apenas 13 tripulantes. Kidd sabia que estava sendo procurado e que poderia ser preso quando chegasse em Nova York, porquanto, enterrou vários tesouros, caso fosse capturado.

A tripulação recusou-se devolver o navio quando foi descoberta a sua verdadeira identidade. Treze membros da tripulação desertaram em Culliford, incluído Robert Bradinham e Joseph Palmer, que testemunharam contra Kidd na tentativa de salvarem-se. A tripulação queimou o "Novembro" e eles prenderam Kidd em seu camarote. Depois da rendição de Kidd, esvaziaram o "The Adventure Galley" que apresentava entradas perigosas de água. Permaneceram no "Quedagh Merchant", recrutaram alguns novos tripulantes e voltaram para casa com o saque. Entretanto, uma frota inglesa da Companhia Britânica das Índias Orientais tinha sido enviada para a sua captura. O perdão que foi oferecido a todos os piratas, excluía a Kidd e outros dois. Depois de três anos no mar, Bellmont voltou com sua esposa e as filhas, e o governador foi encarcerado na prisão de Stone. Em março de 1701 compareceu diante da Câmara dos Comuns, que recomendou que fosse levado ao Tribunal do Almirantado em 8 de maio. Não foi permitido a ninguém declarar-se a favor deles. A primeira sentença recebida foi a de culpado pelo assassinato de William Moore. Kidd, na segunda foi condenado por pirataria. Foi condenado à morte por enforcamento. No momento do enforcamento, a corda rompeu e Kidd continuou vivo. Em nova tentativa, o mesmo morreu. Antes de morrer, Kidd insistia em dizer que se ele morresse ninguém acharia os seus tesouros. O seu corpo foi mergulhado em alcatrão e pendurado à beira do rio Tâmisa, como advertência aos piratas

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Klein, Shilley. Os Piratas mais perversos da história.