William Balfour Baikie – Wikipédia, a enciclopédia livre

William Balfour Baikie
William Balfour Baikie
Gravura da Illustrated London News, 28 de janeiro de 1865
Nascimento 27 de agosto de 1825
Kirkwall
Morte 12 de dezembro de 1864 (39 anos)
Serra Leoa
Cidadania Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Alma mater
Ocupação explorador, linguista, historiador, escritor, médico, naturalista

William Balfour Baikie (Kirkwall, 27 de agosto de 1825Serra Leoa, 12 de dezembro de 1864) foi um explorador, naturalista e filólogo escocês.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Baikie nasceu em Kirkwall, Órcades, filho mais velho do capitão John Baikie da Marinha Real Britânica. Recebeu, inicialmente, educação particular e depois na escola primária local. Estudou medicina em Edimburgo, e quando recebeu seu título de licenciatura, alistou-se na Marinha Real, em 1848 como cirurgião assistente. Serviu nos navios Volage, Vanguard, Ceylon, Medusa e Hibernia no Mediterrâneo, e depois, tornou-se cirurgião assistente no Hospital Haslar, em Gosport, de 1851 até 1854, quando chamou a atenção de Roderick Murchison, através de quem foi nomeado cirurgião e naturalista para a expedição enviada ao rio Níger em 1854 por Laird Macgregor, com o apoio do governo. Com a morte do oficial superior cônsul Beecroft, ocorrida em Fernando Pó, Baikie assumiu o comando da expedição.[1][2]

Subindo o rio Benue, aproximadamente 400 quilômetros para além do ponto alcançado por antigos exploradores, o pequeno vapor Pleiad retornou e atingiu a foz do rio Níger, após uma viagem de 118 dias, sem a perda de um único homem. A expedição havia sido instruída a se esforçar para dar assistência a Heinrich Barth, que tinha em 1851 cruzado o Benue em seu curso superior, mas Baikie não obteve qualquer informação confiável a respeito dele. De retorno ao Reino Unido, Baikie fez um relato de seu trabalho em seu "Narrativa de uma Viagem de Exploração até os Rios Kwóra e Binue" (1856).[1][2]

Em março de 1857, Baikie — com o título de cônsul britânico — deu início a uma outra expedição a bordo do Pleiad. Depois de dois anos explorando o rio Níger, a embarcação naufragou ao passar por algumas corredeiras do rio, e Baikie não conseguiu manter seu grupo de exploradores unido. Os sobreviventes ficaram um ano sem serem resgatados da África. O botânico, Charles Barter, que se formou nos Reais Jardins Botânicos de Kew e era supervisor do Regent's Park, da Sociedade Real Botânica de Londres de 1851 a 1857, pegou disenteria e morreu em Kabba, Nigéria em 1859. Foi homenageado no gênero botânico Barteria pertencente à família Passifloraceae.[1][2]

Baikie estava determinado a concluir os objetivos da expedição. Primeiro considerou criar uma Agência Consular britânica em Kabba, mas enfrentou a oposição do rei local — provavelmente porque Baikie era contra o comércio de escravos, que ainda fornecia uma renda generosa para alguns líderes tribais.[3][1][2]

Desembarcando de um pequeno barco, com um ou dois acompanhantes nativos, na confluência dos rios Níger e Benue, ele escolheu Lokoja como a base de suas operações futuras, por ser o local da fazenda modelo fundada pela expedição enviada pelo governo britânico em 1841, e abandonada ao longo de doze meses em decorrência da morte da maioria dos colonos brancos.[1][2]

Depois de comprar a área, e concluir um tratado com o emir fula de Nupe, ele passou a desmatar a floresta, construir casas, cercar os terrenos e pavimentar as ruas de uma futura cidade. Em menos de cinco anos, ele tornou possível a navegação do Níger, construiu estradas, e criou um mercado para o qual o produto nativo era trazido para a venda e troca. Sua assentamento cresceu e contava com representantes de quase todas as tribos do centro-oeste africano, e mais de 2 000 comerciantes visitaram a cidade em seus primeiros três anos de existência.[1][2]

Para uma comunidade heterogênea assim formada, ele não atuou apenas como governante, mas também como médico, professor e sacerdote. Coletou vocabulários de cerca de cinquenta línguas africanas, e traduziu partes da Bíblia e do livro de orações para o idioma haúça e árabe. Apenas uma única vez, durante todo o tempo que ali viveu, foi obrigado a empregar a força armada contra as tribos vizinhas. Morreu em Serra Leoa, no dia 12 de dezembro de 1864, quando retornava para casa depois de uma licença.[1][2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Entre seus trabalhos estão:[1][2]

Legado[editar | editar código-fonte]

Baikiaea, um gênero botânico pertencente à família Fabaceae, recebeu o nome em sua homenagem.

Após a morte de Baikie, o governo britânico aboliu o consulado (1866), mas o posto de comércio permaneceu influente. O distrito onde Baikie trabalhou com tanto sucesso foi finalmente protegido pelo Reino Unido através da iniciativa privada cerca de 20 anos mais tarde. Lokoja se tornou a capital do Protetorado Norte da Nigéria.[1][2]

Um monumento à sua memória foi erigido na nave da antiga catedral de São Magno, em Kirkwall.[1][2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j Chisholm, Hugh;. «Baikie, William Balfour». Encyclopædia Britannica (em inglês). 3 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 216 
  2. a b c d e f g h i j Stanley Lane-Poole. «Baikie, William Balfour». The Dictionary of National Biography (em inglês). 2 1885-1900 ed. Londres: Smith, Elder & Co. pp. 406–407 
  3. Baikie, William Balfour. Narrative of an Exploring Voyage up the Rivers Kwora and Binue (Commonly Known as the Niger and Tsadda) Em 1854. John Murray: Albemarle Street, 1856. (pp. 274, 388, 390, 392)(retirado de Google Books, 4 de fevereiro de 2010)

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • James Stuart Olson, Robert Shadle, Historical Dictionary of the British Empire, vol.1, 1996, p.98
  • Alexandre Tarrieu, Baikie, William Balfour, em Cette longue liste d'explorateurs, Bulletin de la Société Jules-Verne nº 184, dezembro de 2013, p.15