Partido Whig (Reino Unido) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Partido Whig
Whigs
Whiggery
Fundação 1678
Dissolução 1861
Ideologia Whigismo[1]
Liberalismo clássico
Parlamentarismo
Espectro político Centro a centro-esquerda
Religião Protestantismo
Antecessor Roundheads
Sucessor Partido Liberal
Cores       Azul

      Couro

      Laranja

Política do Reino Unido
Partidos políticos
Eleições

O Whig Party, era o partido que reunia as tendências liberais[2] no Reino Unido, e contrapunha-se ao Tory Party, de linha conservadora.

Whig (ou whigs) é uma expressão de origem popular que se tornou termo corrente para designar o partido liberal no Reino Unido. Esta corrente liberal contribuiu para a formação do atual Partido Liberal DemocrataLiberal Democrats. Também está, embora não de forma exclusiva, na vertente do Partido TrabalhistaLabour Party. Está profundamente relacionado com o setor protestante (sobretudo calvinista — na sua forma presbiteriana) das sociedades escocesa e inglesa.

Historicamente, o Whig Party formou-se com base nas forças políticas escocesas e inglesas que lutavam a favor de um regime parlamentar e protestante e acabou por se tornar um dos dois partidos mais influentes no sistema parlamentar britânico até aos finais da Primeira Guerra Mundial, alternando com os tories a formação do governo britânico. Depois da Primeira Guerra, o partido Whig perdeu importância e foi praticamente substituído pelo Labour Party, na alternância de poder com os conservadores.

Origem do termo[editar | editar código-fonte]

Whig é uma palavra de origem escocesa (tory é uma palavra de origem irlandesa) e deriva de whiggamore — que, em gaélico, significa "condutor de gado" —, termo usado para designar os escoceses ocidentais, que vinham ao porto de Leith para comprar milho.

No reinado de Carlos I, durante as Guerras dos Três Reinos (16391651), o termo foi usado, ironicamente, para se referir a uma facção radical dos covenanters escoceses, presbiterianos, que se autodenominavam "Partido Kirk" e eram contra a ordem episcopal do rei, na Escócia.[3] O termo era, então, frequentemente associado às classes mais baixas da sociedade escocesa.

Em 1647, a marcha sobre Edimburgo, para evitar a tomada de parte dos escoceses pelo rei Carlos I (contra as forças do parlamento britânico, na Guerra Civil Inglesa) ficou conhecida como a "marcha dos whiggamores". Em breve whiggamore seria encurtado para whig.[4]

O termo entrou no discurso político inglês durante a crise da Lei de Exclusão (1678-1681), quando da controvérsia sobre se o irmão de Carlos IIJaime — poderia ou não suceder ao trono, após a morte de Carlos. "Whig" era então um termo ofensivo, aplicado àqueles que queriam excluir Jaime, com base no argumento de que ele era um católico romano. O fervoroso conservador Samuel Johnson frequentemente brincava dizendo que "o primeiro whig foi o Diabo".[5][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Whig and Tory | Definition, Difference, History, & Facts | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 23 de setembro de 2022 
  2. Lowe, Norman (26 de abril de 2017). Mastering Modern British History (em inglês). [S.l.]: Macmillan Education UK 
  3. Harris, Tim; Lane, Allen (2005). Restoration: Charles II and His Kingdoms 1660–1685. p. 241. e que pretendiam separar a Escócia da Inglaterra
  4. Herman, Arthur (2001), How the Scots Invented the Modern World: The True Story of How Western Europe's Poorest Nation Created Our World & Everything in It, ISBN 0-609-60635-2, New York: Crown Pub, p. 46 
  5. Newbould, Ian (1990). Whiggery and reform, 1830–41. p. 41.
  6. Review: Samuel Johnson the Statist. The Kenyon Review, vol. 22, nº 4 (Autumn, 1960), p. 679.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Black, Jeremy. Walpole in Power (2001)
  • Carswell; John. The Old Cause: Three Biographical Studies in Whiggism. 1954 Edição online
  • H. T. Dickinson; Walpole and the Whig Supremacy. (1973) Edição online
  • Elofson, Warren M. The Rockingham Connection and the Second Founding of the Whig Party 1768–1773 1996
  • Feiling, Keith; A History of the Tory Party, 1640–1714, 1924 Edição online
  • Feiling, Keith; The Second Tory Party, 1714–1832, 1938 Edição online
  • William Anthony Hay (2005). The Whig Revival: 1808–1830 (Studies in Modern History) (em inglês). [S.l.]: Palgreave Macmillan. ISBN 1-4039-1771-X 
  • Jones; J. R. The First Whigs: The Politics of the Exclusion Crisis, 1678–1683, 1961 Edição online
  • McCallum; Ronald Buchanan. The Liberal Party from Earl Grey to Asquith (1963)
  • Mitchell,L. G. Charles James Fox and the Disintegration of the Whig Party, 1782–1794, (1971)
  • Austin Mitchell. The Whigs in Opposition, 1815–1830 (Oxford U. Press, 1967). T
  • Plumb, J.H. Growth of Political Stability in England 1675–1725 (2001)
  • Reid; Loren Dudley. Charles James Fox: A Man for the People, 1969 Edição online
  • Trevelyan, George Otto. The Early History of Charles James Fox (1880) Edição online
  • Williams, Basil, and C. H. Stuart; The Whig Supremacy, 1714–1760, 1962 Edição online
  • Woodward; E. L. The Age of Reform, 1815–1870, 1938 Edição online