Volição – Wikipédia, a enciclopédia livre

Volição (do latim volitione) é o processo cognitivo pelo qual um indivíduo se decide a praticar uma ação em particular. É definida como um esforço deliberado e é uma das principais funções psicológicas humanas (sendo as outras afeto, motivação e cognição). Processos volitivos podem ser aplicados conscientemente e podem ser automatizados como hábitos no decorrer do tempo. As concepções mais modernas de volição expressam-na como um processo de controle da ação que torna-se automatizada [1].

Força de vontade é a expressão coloquial e volição é o termo científico para um mesmo estado mental, ou seja, uma "preferência eletiva". Quando "nos decidimos" por fazer uma atividade, isto é, determinamos uma escolha sobre ela, este estado é chamado de volição iminente; quando colocamos em prática qualquer ato de escolha em particular, este ato é denominado de volição imanente, executiva ou imperativa. Quando uma escolha imanente ou determinada controla ou governa uma série de atos voluntários, chamamos este estado de volição predominante; enquanto que volições subordinadas são aqueles atos de vontade que colocam em prática o objeto desejado pela volição predominante ou governante.[2]

Direito[editar | editar código-fonte]

No direito significa "capacidade de livre escolha", portanto sem obrigado a agir por coação ou coerção, como uma ameaça a sua integridade física. É necessário volição para implicar culpa por ação ou omissão. Por exemplo: se uma pessoa queria ajudar em uma emergência, mas estava incapacitada (imobilizada, paralisada, inconsciente...) não pode ser condenada por negligência ou por não prestar socorro.

Outras definições[editar | editar código-fonte]

  • Em "Model of Human Occupation" de Gary Kielhofner, a volição é um dos três subsistemas que agem sobre o comportamento humano. Neste modelo, a volição refere-se a conjuntura endo-cultural que promove as ações do indivíduo.
  • O livro "A Bias for Action" de Heike Bruch e Sumantra Ghoshal discute as diferenças entre força de vontade e motivação. Ao fazê-lo, os autores usam o termo volição como um sinônimo de força de vontade e descrevem brevemente as teorias de Narziss Ach e Kurt Lewin. Enquanto Lewin argumenta que motivação e volição são a mesma coisa, os autores afirmam que Ach diz outra coisa. De acordo com Bruch e Ghosha, Ach afirma que há um certo limiar: quando o desejo permanece abaixo desse limiar, é apenas motivação; quando cruza o limiar, torna-se volição. Com este exemplo, os autores salientam a diferença em nível de comprometimento dos indivíduos às tarefas, medindo-o numa escala de intenção que vai da motivação à volição. Trabalhos modernos sobre o papel da volição no controle de impulsos (por exemplo, Kuhl & Heckhausen) e em educação (por exemplo, Corno) também fazem esta distinção. O modelo de Corno une a volição aos processos de aprendizagem auto-regulada.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. BRUCH, Heike; GHOSHAL, Sumantra. A Bias for Action: How Effective Managers Harness Their Willpower, Achieve Results, and Stop Wasting Time. Harvard Business School Press, 2004. ISBN 1591394082
  2. KIELHOFNER, Gary. Model of Human Occupation: Theory and Application. Lippincott Williams & Wilkins, 2007. ISBN 0781769965.
  3. SOUSA, Pedro Miguel Lopes de. Aprendizagem auto-regulada no contexto escolar. Universidade de Coimbra, 2006.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]