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Vivant Denon
Vivant Denon
Nascimento 4 de janeiro de 1747
Chalon-sur-Saône
Morte 27 de abril de 1825 (78 anos)
Paris
Sepultamento cemitério do Père-Lachaise, Grave of Denon
Cidadania França
Ocupação historiador de arte, egiptólogo, diplomata, escritor de viagens, desenhista, arqueólogo, pintor, político, aquafortista, medalhística, escritor, artista gráfico
Prêmios
  • Oficial da Legião de Honra
Obras destacadas Point de lendemain
Título barão

Dominique Vivant, Barão Denon - mais conhecido por Vivant Denon (Chalon-sur-Saône, 4 de janeiro de 1747Paris, 27 de abril de 1825) foi um pintor, arqueólogo, escritor e diplomata francês.

Da riqueza à penúria[editar | editar código-fonte]

Depois de haver freqüentado as academias de vários artistas da capital francesa quando foi apresentado no Palácio de Versalhes, sendo ali notado pelo rei Luís XV, que o nomeou aos 21 anos Cavalheiro ordinário do Rei (gentilhomme ordinaire)[1] sendo intendente de uma coleção de pedrarias antigas, passando por valido de Pompadour.[2]

Durante os anos de 1773-74 participou de missões diplomáticas na Rússia.[3]

Em 1769 fez encenar sua comédia "Julie, ou Le bon père", que não teve grande repercussão, diferentemente do conto libertino "Point de lendemain", publicado anonimamente em 1777, que tornou-se um sucesso do gênero.

Após a missão russa, participou de outra na Suíça, aproveitando para travar amizade com Voltaire, onde pinta seu famoso quadro "Almoço de Ferney", e retrata o célebre filósofo.[4] Tinha como meta o conhecimento dos grandes mestres e então parte para Florença.[5]

Permanece em Nápoles, como secretário da embaixada francesa, até 1785, ano em que revende a Luís XV uma coleção de vasos etruscos, entrando para a Real Academia de Pintura e Escultura, como gravador.

Muda-se para Veneza onde estabelece moradia; ali dedica-se à pintura e ao ensino da gravura, bem como à pesquisa de objetos arqueológicos para sua coleção. Também freqûenta o salão de Isabella Teotochi Marine, de quem caíra nas graças.

Estava ainda na Itália quando toma conhecimento da eclosão da Revolução Francesa (julho de 1793), o que fez retornasse imediatamente a Paris. Ali descobre que de gentilhomme e rico, passara a ser considerado dentre os emigrantes, com todos os seus bens desapropriados pelos revolucionários. Vagabundeia pelos arredores da capital, sobrevivendo com alguns desenhos, e encontrou um benfeitor em Jacques Louis David, o pintor da Revolução, e obteve a restituição dos seus bens com Robespierre, bem como tirado o nome da lista dos "emigrados". Nesta época conhece Josefina Beauharnais, por intermédio de quem é apresentado a Napoleão.[6]

Expedição ao Egito[editar | editar código-fonte]

Ilustração de Edward Daniel Clarke (1805), baseado em original de Denon, na expedição ao Egito

Seguindo a expedição de Napoleão na conquista do Egito, Denon passou todo um ano inteiro acompanhando as mais variadas expedições. Já cinqüentenário, varava o deserto junto ao general Desaix, em perseguição aos mamelucos. Registrava em desenhos tudo quanto via - como a capela de Amenófis III, localizada em Elefantina e destruída em 1822 - sendo o seu desenho o único a retratá-la para sempre.

Esta farta produção serviu de base para a obra considerada a fundadora da Egiptologia, o Description de l'Égypte.[7]

Direção de Artes[editar | editar código-fonte]

Ocupou, depois da expedição egípcia, de 1802 a 1804 (nomeado por decreto de 19 de novembro de 1802) o cargo de Diretor do Musée central des Arts e do Musée Napoléon. Aí realiza um trabalho que vem efetivamente a atender aos trabalhos conservatoriais.

de 1805 a 1812 acompanha o Imperador nas invasões europeias, visitando todos os museus e bibliotecas das nações por onde este passava, realizando inúmeras apreensões. De 1812 a 1815 vive as agruras dos pedidos de devolução dos bens apreendidos, que reluta em executar, protelando-as, objetivando assim que as dificuldades do momento fossem ultrapassadas, e o patrimônio continuasse no Museu. Em 1815 foi, finalmente, desligado de suas funções.

Publicações[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. www.napoleonica.org/
  2. "C. W. Ceram, Deuses, Túmulos e Sábios"
  3. C. W. Ceram: "em Petersburgo fora secretário de embaixada, muito estimado por Catarina" (op. cit.)
  4. Seu outro quadro, intitulado "A adoração dos pastores", pintado à moda de Rembrandt, abriu-lhe as portas para a Real Academia (C. W. Ceram, op. cit.)
  5. Nesta ocasião realiza a ilustração da obra "Viagem pitoresca e descritiva dos Reinos de Nápoles e da Sicília", do abade Saint-Non Ref. 2
  6. C. W. Ceram, op.cit
  7. C. W. Ceram, op. cit
Fontes[editar | editar código-fonte]
  1. CERAM, C. W., Deuses, Túmulos e Sábios (trad. João Távora), Melhoramentos, São Paulo, 5ªed., 1956.
  2. Biografia (em francês)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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