Viriatos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Emblema.

Viriatos foi o nome genericamente dado aos voluntários portugueses que combateram na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) ao lado das forças da Espanha Nacionalista, lideradas pelo General Francisco Franco. [1] Constituiu mais uma peça na estratégia de claro apoio do Estado Novo à causa nacionalista espanhola.[2]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Viriatos" é uma referência a Viriato, líder dos lusitanos contra a invasão romana da península Ibérica no Século II.

Como começou[editar | editar código-fonte]

Diante da instabilidade política na Espanha, alguns generais principiam o projeto de levantamento militar (el alzamiento) contra o governo da República Espanhola. [3] A revolta de 17-18 de Junho de 1936 espalha-se por todo o país. O controlo dos generais conservadores inicia-se com as tropas estacionadas em Marrocos, lideradas pela elite castrense, e consegue depois o domínio de muitas guarnições na metrópole. Dentre os 35 000 homens que o perfazem, estão as Bandeiras da Legião, composto com grande número de pessoas estrangeiras. Na Legião, o maior grupo de estrangeiros é formado por portugueses.[4]

Forma de participação[editar | editar código-fonte]

Ao contrário do que é frequentemente referido, na Guerra Civil Espanhola nunca houve um corpo autónomo de tropas portuguesas designado como Legião Viriato.

Os voluntários portugueses combateram integrados nos diversos corpos militares nacionalistas: Bandeiras da Legião Estrangeira, milícias da Falange e dos Requetés, aviação ou unidades regulares do exército.[5]

Na aviação, destacaram-se pilotos como José Adriano Pequito Rebelo, Sepúlveda Veloso e Simão Aranha[6].

Entre os dinamizadores desta participação destacou-se o capitão de artilharia Jorge Botelho Moniz, que era também na altura o presidente do Rádio Clube Português.

Número de voluntários[editar | editar código-fonte]

O seu número total é matéria ainda controversa. Uma estimativa cautelosa aponta para um número máximo de 6 000.[7]

Posição do Governo[editar | editar código-fonte]

Esta intervenção portuguesa na Guerra Civil Espanhola ao lado dos nacionalistas não teve caráter oficial, embora recebesse, por várias formas, apoio do Governo de Salazar.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. «Salazar e a Guerra Civil de Espanha». www.fmsoares.pt. Consultado em 3 de abril de 2018 
  2. «Guerra Civil de Espanha ano a ano». Guerra Civil de Espanha ano a ano. Consultado em 3 de abril de 2018 
  3. Baranová, Tereza (2007). «Portugal e a Guerra Civil de Espanha» (PDF). Filozofická fakulta. Consultado em 3 de abril de 2018 
  4. Visão História - nº18 Dezembro 2012
  5. Cf. OLIVEIRA, César. Salazar e a Guerra Civil de Espanha. Lisboa: O Jornal, 2.ª ed. 1988, pg. 259.
  6. Cf. Herrera Alonso, Emilio. «Viriatos do Ar: Aviadores portugueses en la guerra de España», in Aeroplano n.º 12.
  7. Cf. OLIVEIRA, César, ob. cit., pg. 247.