Via Aurélia – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Via Aurélia em azul, à esquerda. Em vermelho, a Via Cássia e em rosa, a Via Clódia.

Via Aurélia (em latim: Via Aurelia) foi uma estrada romana construída por volta de 241 a.C. pelo censor Caio Aurélio Cota.[1] Ele já tinha experiência na construção de estradas e já havia supervisionado a construção de uma estrada militar na Sicília durante seu consulado, em 252 a.C., no auge da Primeira Guerra Púnica, que ligava Agrigento a Panormo.[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

No período intermediário da República Romana, uma série de estradas foram construídas por toda a Itália com o objetivo principal de apoiar a expansão romana, incluindo o rápido movimento das legiões e a rápida comunicação com as colônias romanas espalhadas por toda a Itália. A abertura de uma estrada tinha também um benefício acessório de aumentar o comércio entre as cidades italianas e Roma. Todas eram padronizadas, com cerca de 4,6 metros de largura (permitindo a passagem lado-a-lado de duas grandes carroças) e a distância percorrida era marcada por miliários.[3] A construção da Vila Aurélia era parte desta campanha, que começou em 312 a.C., com a construção da Via Ápia e incluiu ainda a Via Amerina (241 a.C.), Via Flaminina, Via Clódia, Via Emília, Via Cássia, Via Valéria (c. 307 a.C.) e a Via Cecília (c. 283 a.C.).[4]

Rota[editar | editar código-fonte]

A Via Aurélia atravessava o Tibre pela Ponte Emília e saía da cidade pela zona oeste. Depois que o imperador Aureliano construiu sua muralha à volta de Roma na década de 270, a Via Aurélia saía pela Porta Aurélia. A partir dali, ela corria cerca de 40 quilômetros até Álsio, na costa Tirrena, e para o norte ao longo da costa até Vada Volaterrana, Cosa e Pisae, onde terminava o traçado original.[5] Esta via era particularmente importante na época por ligar Roma a Cosa, uma importante colônia e quartel militar, e a Pisae, o único porto entre Genua e Roma, uma importante base nas guerras para a conquista romana da Gália Cisalpina contra lígures, gauleses e também contra os cartagineses.[6]

Em 109 a.C., a Via Aurélia foi estendida em cerca de 320 quilômetros pela Via Emília Escaura, construída por Marco Emílio Escauro, que já havia reformado a Via Aurélia em 119 a.C.[7] Esta via levava até Dertona, Placência, Cremona, Aquileia e terminava em Genua, a partir de onde os viajantes podiam seguir para a Gália Narbonense através da Via Postúmia.[1] Na época imperial, um viajante podia seguir pela Via Aurélia através dos Alpes pela Via Júlia Augusta para alcançar ou norte da Gália ou a cidade de Gades, na Hispânia.[8]

A moderna Strada Statale 1 ocupa a mesma rota e é conhecida ainda hoje, de forma coloquial, como La Via Aurelia.

Referências

  1. a b Hornblower, Simon, & Antony Spawforth. The Oxford Classical Dictionary. 3rd ed. Oxford: Oxford University Press, 1996.
  2. The Cambridge Ancient History. [New] ed. London: Cambridge University Press, 1970. Volume 7, p. 548 & 643
  3. Via Aurelia: The Roman Empire's Lost Highway Arquivado em 2009-06-05 no Wayback Machine Smithsonian Magazine, June 2009
  4. The Cambridge Ancient History. [New] ed. London: Cambridge University Press, 1970. Volume 8, p. 484.
  5. Platner, Samuel Ball. A Topographical Dictionary of Ancient Rome. London, Oxford University Press, H. Milford, 1929. p. 561.
  6. Boatwright, Mary T., Daniel J. Gargola & Richard J.A. Talbert. A Brief History of the Romans. Oxford University Press, New York, US, 2006. p. 48-49.
  7. Fentress, E., 'Via Aurelia, Via Aemilia', Papers of the British School at Rome LII, 1984, 72-76
  8. Boumphrey, Geoffrey Maxwell. Along the Roman Roads. London: Allen & Unwin, 1935.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]