Vendas (Carbonária) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vendas foi uma estrutura orgânica de reunião da organização secreta de carácter político-religioso Carbonária.

História[editar | editar código-fonte]

A origem do seu nome prende-se aos primórdios da fundação da Carbonária enquanto associação secreta, que exerceu a sua principal actividade desde o fim do século XVIII a meados do século XIX, os primeiros carbonários nas suas comunicações, usavam de expressões próprias dos ofícios porque eram denominados os seus membros em Itália (carbonari - carvoeiros) e, em França (fendeurs - lenhadores), assim ao lugar superior das reuniões davam o nome de Venda ou a casa onde se reuniam os mestres, mais do que o significado atual e corrente de Loja, que é o sinónimo de Venda, as Vendas eram os locais onde os Mestres medievais se reuniam com os seus aprendizes e lhes ensinavam o mester ou oficio.

Este nome foi utilizado em todas as carbonárias fundadas, em muitas era a única estrutura de reunião, noutras era o nome de estruturas orgânicas de base superior (onde se procedia a encontros conspirativos).

Carbonária Portuguesa[editar | editar código-fonte]

Na Carbonária Portuguesa a Venda era uma estrutura orgânica superior que eram compostas idealmente por cinco Mestres que presidiam às Barracas e que nesta tinham o nome de Mestre de Venda.

Esta agregava, coordenava e governava assim as cinco Barracas, representadas pelos Mestres da Barraca, tendo sob as suas ordens cerca de quinhentos Bons Primos, este número de cinco poderia ser ou não o referenciado, embora pela lógica das organizações precedentes o fosse, pois segundo Luz de Almeida[1] o número apontado era e cito: um número limitado de Barracas.

O seu Chefe era o Mestre da Venda e poderia ou não pertencer à Venda Jovem-Portugal.

Referências

  1. Entrevista a Luz de Almeida, Jornal República de 29 de Setembro de 1911

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MONTALVOR, Luís de (direcção),História do Regime Republicano em Portugal, Capítulo: A obra revolucionária da propaganda: as sociedades secretas (pp. 202–56, Vol II), Lisboa, 1932
  • ROCHA MARTINS, D: Manuel II (Memórias para a História do seu Reinado), p. 143, Lisboa, Sociedade Editora José Bastos, s. d., Volume I - Capítulo IV A Carbonária
  • Entrevista a Luz de Almeida, Jornal República de 29 de Setembro de 1911
  • VENTURA, António, A Carbonária em Portugal 1897-1910, Livros Horizonte, 2008 (2.ª Ed.), ISBN 978-972-24-1587-3
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