Vanguarda Popular Revolucionária – Wikipédia, a enciclopédia livre

logotipo comumente usado em comunicações feitas pelo VPR

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foi um grupo de luta armada brasileira de extrema-esquerda que lutou contra a Ditadura Militar Brasileira, visando à instauração de um governo de cunho socialista no país. Formou-se em 1966 a partir da união dos dissidentes da organização Política Operária (POLOP) com militares remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR).

História[editar | editar código-fonte]

De sua fusão com o Comando de Libertação Nacional (Colina), deu origem à VAR-Palmares (em homenagem ao Quilombo dos Palmares). A VPR se recompôs posteriormente, deixando a VAR-Palmares.

Em 1970 começou a organizar um campo de treinamento de guerrilheiros no Vale do Ribeira, estado de São Paulo.[1] A segunda área utilizada com este propósito (a primeira foi abandonada por inadequação) acabou sendo descoberta pelo DOI-Codi/RJ, seguindo-se uma caçada que mobilizou cerca de cinco mil militares.

Dentre os integrantes, destacaram-se Carlos Lamarca[2] e Dilma Rousseff.[3]

Dissolução[editar | editar código-fonte]

A VPR optou pela auto-dissolução em 1971, após a morte de José Raimundo da Costa, último comandante da VPR, cuja localização foi indicada por Cabo Anselmo, um agente do DOPS infiltrado.

Ações[editar | editar código-fonte]

Para financiar a luta contra o regime militar brasileira a VPR promovia assaltos armados e roubos de banco, denominados de expropriações. A organização participou de assaltos e do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, em dezembro de 1970, e também foi responsável pelo sequestro do cônsul-geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, em março daquele ano.[4] Esses sequestros ocorreram com o intuito de libertar presos políticos. Também assassinou em 26 de junho de 1968 o soldado Mário Kozel Filho, em um atentado ao Quartel General do II Exército, em São Paulo.[5]

Além de resistir radicalmente a ditadura militar, os grupos guerrilheiros, entre os quais a VPR, tinham como objetivo a instalação de um regime revolucionário socialista, seguindo os moldes marxistas-leninistas adaptados ao Brasil[6].

Referências

  1. Laque, João Roberto. Ava Editorial, ed. Pedro e os Lobos. [S.l.: s.n.] pp. pg.341. ISBN 9788591053704 
  2. Carlos Lamarca, acesso em 30 de julho de 2016.
  3. [1], acesso em 5 de julho de 2018.
  4. «Cronologia». UOL. Consultado em 5 de janeiro de 2014 
  5. Laque, João Roberto. Ava Editorial, ed. Pedro e os Lobos. [S.l.: s.n.] pp. pg.185 
  6. Gaspari, Elio (2002). A Ditadura Escancarada: As ilusões armadas. Editora Companhia das Letras. página 193: A luta armada fracassou porque o objetivo final das organizações que a promoveram era transformar o Brasil numa ditadura, talvez socialista, certamente revolucionária. Seu projeto não passava pelo restabelecimento das liberdades democráticas. Como informou o PCBR: "Ao lutarmos contra a ditadura devemos colocar como o objetivo a conquista de um Governo Popular Revolucionário e não a chamada redemocratização". Documentos de dez organizações armadas, coletados por Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá, mostram que quatro propunham a substituição da ditadura militar por um "governo popular revolucionário" (PC do B, Colina, PCBR e ALN). Outras quatro (Ala Vermelha, PCB, VAR e Polop) usavam sinônimos ou demarcavam etapas para chegar àquilo que, em última instância, seria uma ditadura da vanguarda revolucionária. Variavam nas proposições intermediárias, mas, no final, seu projeto resultaria num "Cubão". [S.l.: s.n.] pp. 507 páginas. ISBN 8535902996 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CHAGAS, Fábio Gonçalves. A Vanguarda Popular Revolucionária: dilemas e perspectivas da luta armada no Brasil. Franca, 2000. Dissertação de mestrado - Universidade Estadual Paulista.