Vale do Cédron – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Cidade Antiga de Jerusalém, como visto pelo Vale do Cédron
Vale do Cédron

O Vale do Cédron (em hebraico: נחל קדרון, em árabe: وادي الجز, "escuro") é um vale próximo de Jerusalém, descrito pela Bíblia como tendo grande significado.[1][2][3] Também é chamado de Vale da Torrente do Cédron, devido a um fluxo contínuo de correntes de águas por ocasião de enchente repentina nos meses de inverno chuvosos. Atualmente o nome dado à sua parte inferior, Uádi Enar ou Uádi Aljoz ("uádi de fogo"), indica que é quente e seco na maior parte do tempo.

O Vale do Cédron se estende ao longo do muro oriental de Jerusalém, separando o Monte de Templo do Monte das Oliveiras. Continua ao leste pelo Deserto da Judeia, em direção ao Mar Morto. O assentamento israelense de Kedar está situado num cume sobre o vale. O bairro de Uádi Aljoz recebe o nome de árabe do vale.[4]

O Vale é o local de muitos túmulos judaicos, inclusive o Pilar de Absalão, a tumba de Bene Hezir, e o Túmulo de Zacarias. Certa vez, a água da Fonte de Giom fluiu pelo vale, mas foi desviada pelo Túnel de Ezequias para prover água a Jerusalém. Atualmente permanece sem água mesmo no inverno.

Escatologia do Vale do Cédron[editar | editar código-fonte]

Devido a eventos ocorridos durante o período do Rei Jeosafá, de Judá, o vale da torrente do Cédron também passou a ser profeticamente chamado de Vale de Jeosafá ou “baixada de Jeosafá”– Emek Yehoshafat (em hebraico: עמק יהושפט), que significa "O vale onde Deus julgará" (Vale do Julgamento). - (Joel 3:12). Surgem na Escatologia judaica profecias que incluem o retorno do Profeta Elias, seguido pela chegada do Messias (Judaísmo), e também a guerra de Gogue e Magogue e Juízo Final. De acordo com as profecias, na guerra de Gogue e Magogue, haveria coalizões das nações pagãs que juntariam forças contra Israel. Israel seria subjugado e conquistado. Depois dos gentios finalmente atacarem Israel, Deus começaria o Julgamento. E salvaria Israel e lutaria "com doenças, chuva, fogo e pedras" contra todas as nações pagãs que se fixaram para destruir o seu povo escolhido.

Outras passagens bíblicas[editar | editar código-fonte]

De acordo com as Escrituras Hebraicas, o Rei David correu a pé pelo vale durante a rebelião de Absalão (II Samuel 15:14–30).[5] De acordo com as Escrituras Gregas Cristãs, Jesus cruzou o vale algumas vezes, viajando entre Jerusalém e Betânia. (João 18:1)[5]

Exemplos de versículos da Bíblia relacionados ao Vale do Cédron:

  • «Toda a terra chorava em alta voz, enquanto todo o povo passava; e o rei atravessou o ribeiro de Cédron (Vale da Torrente do Cédron), e todo o povo caminhava na direção do deserto.» (II Samuel 15:23)
  • «Tendo Jesus dito isto, saiu com seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cédron (Vale da Torrente do Cédron) , onde havia um jardim, e com eles ali entrou.» (João 18:1)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Palmer, E.H. (1881). The Survey of Western Palestine: Arabic and English Name Lists Collected During the Survey by Lieutenants Conder and Kitchener, R. E. Transliterated and Explained by E.H. Palmer. [S.l.]: Committee of the Palestine Exploration Fund. p. 319 
  2. Smith, Eli (1841). Biblical researches in Palestine, Mount Sinai and Arabia Petraea: A journal of travels in the year 1838. Drawn up from the original diaries, with historical illustrations, by Edward Robinson, D.D. II. Boston: Crocker & Brewster. p. 249 
  3. Kitto, John (1846). A Cyclopaedia of Biblical Literature. II. Nova Iorque: Mark H. Newman. pp. 202–203 
  4. Goffart, Walter (1998). After Rome's Fall. Toronto: University of Toronto Press 
  5. a b «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: Brook of Cedron». www.newadvent.org. Consultado em 14 de dezembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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