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Ursula von der Leyen
Ursula von der Leyen
Ursula von der Leyen em 2020
Presidente da Comissão Europeia
Período 1 de dezembro de 2019
a atualidade
Antecessor(a) Jean-Claude Juncker
Ministra da Defesa da Alemanha
Período 17 de dezembro de 2013
a 17 de julho de 2019
Chanceler Angela Merkel
Antecessor(a) Thomas de Maizière
Sucessor(a) Annegret Kramp-Karrenbauer
Membro do Bundestag
pela Baixa Saxônia
Período 27 de setembro de 2009
a atualidade
Dados pessoais
Nome completo Ursula Gertrud Albrecht (nascimento)
Ursula Gertrud von der Leyen (casamento)
Nascimento 8 de outubro de 1958 (65 anos)
Bruxelas, Bélgica
Nacionalidade alemã
Progenitores Mãe: Adele Stromeyer
Pai: Ernst Albrecht
Alma mater Universidade de Göttingen
Universidade de Münster
Universidade de Hanôver
Cônjuge Heiko von der Leyen (1986—atualidade)
Filhos(as) 7
Partido CDU
Religião Luteranismo
Profissão Médica
Assinatura Assinatura de Ursula von der Leyen

Ursula Gertrud von der Leyen, nascida Ursula Gertrud Albrecht (Ixelles, Bruxelas, 8 de outubro de 1958), é uma política alemã, atual presidente da Comissão Europeia desde 2019. Von der Leyen é filiada à União Democrata-Cristã (CDU), partido de centro-direita do qual é uma das vice-presidentes.[1] Foi a primeira mulher no cargo de ministra da Defesa da Alemanha, entre 2013 e 2019, depois de liderar os ministérios do Trabalho e dos Assuntos Sociais, entre 2009 e 2013, e da Família, da Terceira Idade, das Mulheres e da Juventude, entre 2005 e 2009.[2][3] É luterana e licenciada em economia e doutora em Medicina.

Em 2 de julho de 2019, na decorrência das eleições europeias de maio, o Conselho Europeu nomeou von der Leyen presidente da Comissão Europeia, decisão que veio a ser aprovada pelo Parlamento Europeu a 16 de julho. Von der Leyen, a primeira mulher a ser presidente da Comissão Europeia, assumiu funções no dia 1 de dezembro de 2019.[4][5] Foi eleita uma das "100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022" pela BBC.[6]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Família, educação e profissão[editar | editar código-fonte]

Ursula von der Leyen nasceu em 8 de outubro de 1958, em Ixelles, Bruxelas, onde viveu até aos 13 anos. Cresceu com cinco irmãos e uma irmã e, de 1964 a 1971, frequentou a Escola Europeia de Bruxelas I. O seu pai, Ernst Albrecht, foi um dos primeiros funcionários públicos das instituições europeias, a partir de 1958. Entre 1976 e 1990, o seu pai viria a ser primeiro-ministro do estado da Baixa Saxónia.[7]

Em 1971, a família muda-se para Lehrte, na região alemã de Hanôver, quando o seu pai se torna diretor-executivo da empresa alimentar Bahlsen. Em 1976, termina o ensino secundário em Lehrte, passando no exame final (Abitur) em matemática e ciências. Prosseguiu estudando economia, entre 1977 e 1980, nas universidades de Göttingen e Münster. Entre 1978 e 1979, no auge da ameaça de grupos terroristas comunistas na Alemanha Ocidental e dada a notoriedade do seu pai, foge para Londres, onde se matricula na London School of Economics e utiliza o pseudónimo Rose Ladson.

A partir de 1980 e durante sete anos, estuda medicina na Faculdade de Medicina de Hanôver. Apresenta a tese de doutoramento na área em 1991. Foi acusada de plágio na tese.[8] [9] [10] Foi médica assistente na maternidade da universidade de Hanôver entre 1988 e 1992. Entre 1992 e 1996, viveu em Stanford, na Califórnia, onde voltou a estudar economia. Ao regressar à Alemanha, é investigadora assistente em medicina social, fazendo investigação sobre o sistema de saúde no departamento de epidemiologia da Faculdade de Medicina de Hanôver, de 1998 a 2002.

Em 1986, casou-se com Heiko von der Leyen, também médico, professor de medicina e diretor-executivo de uma empresa de engenharia biomédica. O casal tem sete filhos, nascidos entre 1987 e 1999.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Em março de 2003, ela foi eleita para o parlamento Estadual de Baixa Saxônia; em novembro de 2005, nomeada ministra dos Assuntos Sociais, Mulheres, Família e Saúde de Baixa Saxônia. Em dezembro de 2004, ela se tornou um membro do Conselho Federal da CDU, o órgão mais alto do partido conservador. Em 17 de Agosto de 2005, foi nomeada por Angela Merkel à equipe de competência da CDU/CSU para a eleição federal de 2005, nas áreas de família e saúde. Em 22 de Novembro 2005, Ursula von der Leyen foi empossada como Ministro Federal da Família, Idosos, Mulheres e Juventude pela chanceler, Angela Merkel, no primeiro governo liderado por Merkel.

Em fevereiro de 2007, provocou, devido a algumas pressões de política familiar - tais como a exigência de uma enorme expansão de lugares de infantário - debates controversos sobre a declaração de missão da família. Os ataques vieram principalmente do seu próprio partido e por alguns representantes do parceiro de coalizão, a CSU. Recebeu apoio, no âmbito do debate, do Presidente Federal e dos políticos de partidos da oposição, nomeadamente a SPD, da parte da econômica alemã e de alguns representantes da igreja, para expandir massivamente os berçários infantis na Alemanha.

Ministra da Família[editar | editar código-fonte]

Após as Eleições federais na Alemanha em 2009, quando os partidos haviam concordado em um acordo de coalizão, Ursula von der Leyen foi, em 28 de Outubro de 2009, mais uma vez empossada como Ministro da Família, no segundo governo de Angela Merkel.

Ministra do Trabalho e Solidariedade Social[editar | editar código-fonte]

Depois da renúncia do ministro Franz Josef Jung em 27 de novembro de 2009, Ursula von der Leyen assumiu o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social,[11] até o final do período legislativo em 2013.[12]

Mesmo fora de suas habilidades ministeriais, no meio da crise do euro, em 28 de agosto de 2011, ela declarou à televisão pública alemã, ARD, que a crise da zona euro só poderia ser superada fortalecendo a união política do continente, com a criação dos "Estados Unidos da Europa". Assim, Ursula von der Leyen é apontada pela imprensa alemã como uma possível sucessora de Angela Merkel.[13]

Ministra da Defesa[editar | editar código-fonte]

Sede da Comissão Europeia em Bruxelas.

Depois das eleições federais em 22 de setembro 2013, Ursula von der Leyen foi escolhida pela chanceler Angela Merkel como a primeira mulher na história da República Federal da Alemanha a chefiar o importante Ministério da Defesa e, assim, da Bundeswehr, as Forças Armadas Alemãs.[14]

Presidente da Comissão Europeia[editar | editar código-fonte]

Em 2 de julho de 2019 von der Leyen o Conselho Europeu nomeou-a para o cargo de presidente da Comissão Europeia. O Parlamento Europeu confirmou o seu nome em 16 de julho de 2019.[4][15] Assumirá funções em 1 de novembro de 2019. Quando eles moravam em Bruxelas, sua irmã mais nova Benita-Eva morreu aos onze anos de câncer. Mais tarde, ela se lembrou do "enorme desamparo de meus pais" diante do câncer, que ela citou como uma de suas razões em 2019 para que sua Comissão da UE "assumisse a liderança na luta contra o câncer".[16]

Referências

  1. Membros do Conselho do partido CDU recuperado 28 de Agosto 2011 (de)
  2. http://www.dw.de/pela-primeira-vez-alemanha-tem-mulher-no-comando-das-for%C3%A7as-armadas/a-17301577
  3. Biografia recuperado 28 de Agosto 2011 (en)
  4. a b Barigazzi, Jacopo; Herszenhorn, David M.; Bayer, Lili (2 de julho de 2019). «EU leaders pick Germany's von der Leyen to lead Commission». Politico. Consultado em 2 de julho de 2019 
  5. sapo.pt. «Alemã Ursula von der Leyen eleita presidente da Comissão Europeia». Consultado em 16 de julho de 2019 
  6. «BBC 100 Women 2022: quem está na lista das mulheres mais inspiradoras do mundo deste ano? - BBC News Brasil». News Brasil. Consultado em 9 de dezembro de 2022 
  7. [1]Fundação Konrad Adenauer, Historia da CDU : Curriculo de Ernst Albrecht, junho 2012
  8. Ursula von der Leyen: Kritiker bewerten Arbeit als „eindeutiges Plagiat“, Die Welt, 28 de setembro 2015
  9. Trotz Plagiaten: Darum darf von der Leyen ihren Doktor behalten, Lena Greiner, Matthias Gebauer, Verena Töpper, 9 de março 2016, Spiegel Online
  10. «Plagiatsaffäre - Alle Fälle von A-Z | Business And Science» (em alemão). Consultado em 9 de setembro de 2019 
  11. spiegel.de, 27/11/09: Von der Leyen wird Arbeitsministerin, acessado em 27 de novembro de 2009
  12. folha.uol.com.br, 27/11/09: Ministro alemão renuncia após escândalo sobre Afeganistão, acessado em 27 de novembro de 2009
  13. Será a nova ministra da Defesa alemã a sucessora de Merkel? Artigo no "Público" 16 de Dezembro 2013, recuperado 12 de Fevereiro 2014
  14. [2]Deutsche Welle : Pela primeira vez, Alemanha tem mulher no comando das Forças Armadas, 17 de dezembro 2013
  15. sapo.pt. «Alemã Ursula von der Leyen eleita presidente da Comissão Europeia». Consultado em 16 de julho de 2019 
  16. Thorsten Maybaum: EU-Kommission Von der Leyen sagt Krebs den Kampf an, Deutsches Ärzteblatt 2019, Jahrgang 116, Heft 49 vom 6. Dezember 2019, Seite A2277, Link abgerufen am 15. Dezember 2019, 18:40 Uhr CEST

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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