Universidade Mandume ya Ndemufayo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Universidade Mandume Ya Ndemufayo
UMN
Lema Sapiência e Integridade
Fundação 10 de junho de 1974 (49 anos)[1]
Tipo de instituição Pública
Mantenedora Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI)
Localização Lubango,  Angola
Reitor(a) Orlando Manuel José Fernandes da Mata[2]
Total de estudantes 5.380[3]
Campi Lubango
Ondijiva
Página oficial www.umn.ed.ao

A Universidade Mandume ya Ndemufayo (UMN) é uma universidade pública angolana, multicampi, sediada na cidade de Lubango.

A universidade surgiu do desmembramento do campus Lubango da Universidade Agostinho Neto em meio as reformas no ensino superior angolano ocorridas nos anos de 2008 e 2009.[1]

Tem sua área de atuação restrita ás províncias de Huíla e Cunene.[4]

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

A universidade homenageia Mandume ya Ndemufayo (1894-1917), o último rei do Reino Cuanhama, nação dos cuanhamas, um povo pertencente ao grupo etnolonguístico dos ovambos do sul de Angola e norte da Namíbia.[5]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A tradição histórica da UMN está interligada com a criação dos "Estudos Gerais Universitários de Angola" (iniciados em Luanda em 1962). Com o intuito de expandir sua abrangência é promulgado, a 5 de Agosto de 1963, a criação de um campus em Lubango (então Sá da Bandeira). Contudo as aulas do campus só começariam de fato em 4 de Novembro deste mesmo ano, com início das aulas do curso de Ciências Pedagógicas.[1]

Em 1966 o campus de Lubango passa a ser "Delegação dos Estudos Gerais de Angola em Sá da Bandeira", ofertando os cursos universitários de preparação de professores do 8º e 11º grupos do Ensino Superior.[6] Posteriormente os cursos de preparação foram extintos para dar lugar a faculdades livres. Em 1968 a Delegação de Sá da Bandeira passa a ser vinculada a "Universidade de Luanda".[1]

Em junho de 1974 o Alto-Comissário Silva Cardoso e o então Ministro da Educação do Governo de Transição desdobram a Universidade de Luanda em três universidades, com a delegação local transformando-se em Universidade de Sá da Bandeira. Foi nomeado para ficar à frente da nova universidade como reitor o doutor em geografia José Guilherme Fernandes e como vice-reitor o engenheiro Abílio Fernandes, porém essa configuração durou pouco tempo.[1]

A partir de 1976 a "Delegação do Lubango" passa a ser vinculada a nova Universidade de Angola (atual Universidade Agostinho Neto), já no bojo da independência do país. Neste mesmo ano perde a faculdade de Matemática, e o campus do Lubango fica somente com a Faculdade de Letras.[1]

A faculdade de Letras é extinta em 1980 para dar lugar ao Instituto Superior de Ciência de Educação (ISCED) no Lubango, por decreto nº 95 de 30 de Agosto do Conselho de Ministros. O ISCED, por sua vez, fica adstrito a uma instituição maior criada no mesmo decreto, o "Centro Universitário do Lubango" (CULub).[1]

Em 2008/2009 no âmbito do programa do Governo de Angola para o ensino superior, de acordo com o artigo 16º do decreto nº 7/09 de 12 de maio, é criada a Universidade Mandume ya Ndemufayo (UMN), como Instituição Pública de Ensino Superior, a partir da elevação do "Centro Universitário do Lubango"; no mesmo ato o ISCED do Lubango torna-se uma instituição autônoma desvinculada da UMN, tornando-se o Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla.[1]

Em 2014, a UMN passou por um processo de gerar uma nova instituição de ensino superior, quando, pelo decreto-lei n° 188/14, de 4 de agosto de 2014 aprovado pelo Conselho de Ministros, foi criada a Universidade Cuito Cuanavale, a partir da elevação dos antigos campi desta nas localidades de Menongue e Ondijiva.

Com a criação da Universidade do Namibe, através do decreto presidencial nº 285, de 29 de outubro de 2020 — que reorganiza a Rede de Instituições de Ensino Superior Pública de Angola (RIPES) —, as escolas superiores politécnica e pedagógica do Namibe deixam de ser tuteladas pela UMN e passam a integrar a recém-criada instituição, sediada em Moçâmedes.[7]

Pelo mesmo decreto, são unidades orgânicas da UMN as faculdades de direito, economia, medicina e o Instituto Politécnico da Huíla.[7] As escolas superiores politécnica e pedagógica de Ondijiva foram reintegradas, formando o novo Instituto Politécnico de Ondijiva.

Estrutura[editar | editar código-fonte]

A UMN encontra-se estruturada em unidades orgânicas (faculdades, institutos e escolas), estas por sua vez organizadas em departamentos de ensino e investigação onde são ministrados vários cursos e especialidades em diversas áreas do saber científico, ao nível da graduação (licenciatura). As unidades estão distribuídas nos seguintes campi:

Campus do Lubango[editar | editar código-fonte]

  • Faculdade de Direito
  • Faculdade de Economia
  • Faculdade de Medicina
  • Instituto Superior Politécnico da Huíla

Campus de Ondijiva[editar | editar código-fonte]

  • Instituto Politécnico de Ondijiva

Referências

  1. a b c d e f g h Tradição histórica - Portal UMN
  2. Boas Vindas do Reitor da UMN - Portal UMN
  3. BARRETO, M. A.; COSTA, A. B. II Coopedu Africa e o Mundo: Livro de Atas. Lisboa: ISCTE-IUL/CEA/ESECS-IPL, 2012.
  4. VICTORINO, Samuel Carlos. O papel da educação na reconstrução nacional da República de Angola Arquivado em 13 de junho de 2015, no Wayback Machine. - Revista Dialogos: pesquisa em extensão universitária. IV Congresso Internacional de Pedagogia Social: domínio sociopolítico. Brasília, v.17, n.1, jun, 2012
  5. LIMA, Maria Helena Figueiredo. Nação Ovambo, Lisboa: Aster, 1977
  6. SOUSA, Marília Teixeira de. Estudos Gerais Universitários de Angola - 50 Anos - História e Memórias. Lisboa: Colibri, 2014
  7. a b [1] - Portal UMN