Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 da RAAF – Wikipédia, a enciclopédia livre

Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 da RAAF

Radar AN/TPS-77 que actualmente equipa a Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114
País Austrália
Corporação Real Força Aérea Australiana
Subordinação Asa N.º 41
Missão Defesa aérea
Período de atividade 1943–48
1949–66
1968–presente
Grito de Guerra Swift to React (Rápido a Reagir)
História
Guerras/batalhas Segunda Guerra Mundial
Emergência Malaia
Confronto Indonésia-Malásia
Operação Slipper
Méritos em batalha Pacífico (1943–45)
Nova Bretanha (1943)
Nova Guiné (1943–44)
Bornéu (1945)
Malásia (1963-66)
Comando
Comandantes
notáveis
Gordon Steege (1943)
Sede
Base Base aérea de Darwin

A Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 é uma unidade de vigilância de radar e defesa aérea da Real Força Aérea Australiana (RAAF). Baseada na Base aérea de Darwin, no Território do Norte, é controlada pela Asa N.º 41, sob o Grupo de Vigilância e Resposta.[1] A sua missão consiste em "preparar, conduzir e manter uma Gestão de Combate Aéreo e Vigilância Aérea efectiva dentro da área de responsabilidade da unidade". Foi formada durante a Segunda Guerra Mundial e participou no teatro de guerra do sudoeste do Pacífico. Depois da guerra a unidade prestou serviço na Emergência Malaia, o confronto entre a Indonésia e a Malásia durante os anos 60, e mais tarde na Guerra do Afeganistão.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Pessoal da RAAF a examinar um sinal à entrada do Sector de Caça N.º 114 em Los Negros, Abril de 1944

A Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 foi formada como Quartel-general do Sector de Caça N.º 14 em Camden, Nova Gales do Sul, no dia 23 de Maio de 1943, sob o comando do Comandante de asa Gordon Steege. No mês seguinte a unidade foi enviada para a Ilha Goodenough na Nova Guiné como parte da Asa N.º 71, e tornou-se uma unidade operacional no dia 27 de Junho.[3] Controlava duas estações de radar, a n.º 401 do Exército dos Estados Unidos e a n.º 305 da RAAF.[4] No dia 8 de Agosto a unidade foi transferida para Kiriwina, ficando sob o comando da Asa N.º 73. No dia 1 de Outubro Steege deixou o comando da unidade para chefiar a Asa N.º 73.[3][5]

Responsável por controlar as baterias antiaéreas e detectar aeronaves inimigas, a unidade foi rebaptizada Sector de Caça N.º 114 no dia 18 de Outubro. A unidade obteve a sua primeira "vitória" quando, no dia 31 de Outubro, enviou um Spitfire do Esquadrão N.º 79 para interceptar um caça japonês a nordeste de Kiriwina.[3][4] No dia 2 de Março de 1944 o Sector de Caça N.º 114 iniciou uma fase de transferência, juntamente com a Asa N.º 73, da Ilha Goodenough para a Ilha de Los Negros.[3] Com a tarefa de coordenar a defesa aérea durante a Campanha das Ilhas do Almirantado, cinco dias depois foi rebaptizada como Unidade Móvel de Controlo de Caça N.º 114.[3][6] Esta unidade tornou-se operacional no dia 2 de Abril e passou a controlar as estações de radar n.º 337, 340, 345, 346 e 347.[4]

Em Janeiro de 1945 a unidade foi enviada para Brisbane, onde começou a preparar-se para participar na Libertação de Tarakan.[3] Em Abril, com um efectivo de mais de 800 militares, e com as estações de radar n.º 167, 168, 308, 354 e 355 sob o seu comando, embarcou com destino a Morotai, nas Índias Orientais Holandesas. Daqui partiu para Tarakan, chegando com a força de invasão no dia 1 de Maio.[4] Controlada pela Asa N.º 78 sob a Primeira Força Aérea Táctica Australiana, a unidade tornou-se operacional na ilha apenas 4 dias depois de desembarcar.[3] Além das suas responsabilidades regulares, temporariamente ficou também responsável por manter o contacto com o quartel-general da Primeira Força Aérea Táctica Australiana em Morotai e com os comandos das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos nas Filipinas, quando o equipamento pertencente à Unidade Móvel de Telecomunicações da RAAF não estava operacional em Tarakan.[7]

Guerra Fria e actualidade[editar | editar código-fonte]

A Unidade Móvel de Controlo de Caça N.º 114 foi rapidamente reduzida depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Embarcou de volta para a Austrália no dia 3 de Dezembro de 1945, juntamente com a Asa N.º 78, chegando à Estação de Deniliquin, em Nova Gales do Sul, no dia 14. Ainda subordinada à asa, a unidade foi transferida para a Estação de Schofields no dia 31 de Maio e, no dia 1 de Agosto, foi novamente transferida para a Estação de Williamtown; no dia 1 de Abril de 1948, a unidade foi dissolvida.[3] No ano seguinte, no dia 24 de Janeiro de 1949, a unidade foi reestabelecida sob a reorganizada Asa N.º 78; nesta altura a unidade, apesar de existente, não era operacional.[3][8] No final de 1955, antes de ser reactivada para serviço operacional, a unidade começou a treinar, sendo rebaptizada como Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 no dia 12 de Março de 1956. No dia 14 de Novembro foi transferida para a Base aérea de Dubbo, onde ficou como uma unidade independente.[3]

A Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 foi enviada para a Malásia em 1958, tornando-se operacional na Base aérea de Butterworth no dia 19 de Agosto. Na Malásia, a partir do dia 1 de Dezembro, assumiu a responsabilidade pela vigilância aérea e pelo controlo dos sistemas terrestres de intercepção, uma missão anteriormente da responsabilidade da Unidade de Sinalização N.º 487 da Real Força Aérea (RAF). A partir de Butterworth, a Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 direccionou os caças Sabre do Esquadrão N.º 3 e do Esquadrão N.º 77, assim como os bombardeiros Canberra do Esquadrão N.º 2, nos últimos anos da Emergência Malaia.[3] A unidade também enviou controladores aéreos destacados para a Base aérea de Ubon, na Tailândia, onde o Esquadrão N.º 79 ficou estacionado a partir de 1962.[3][9] No dia 3 de Setembro de 1964, a unidade passou a estar activa 24 horas por dia para prestar apoio aos caças Sabre, armados com mísseis Sidewinder, que realizariam missões durante os confrontos entre a Indonésia e a Malásia, apesar de os aviões australianos não terem entrado em combate.[3][10] Com o final dos confrontos em Agosto de 1966, a Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 transferiu as suas responsabilidades para a RAF no dia 22 de Setembro, e no dia 31 de Outubro a unidade foi dissolvida ainda em Butterworth.[3]

No dia 1 de Abril de 1968, na Base aérea de Amberley, em Queensland, a unidade voltou a ser reactivada, sendo equipada com o sistema automático de defesa aérea Plessey, que fazia uso do radar Westinghouse e programas de computação Marconi.[3][11] Era suposto a unidade ter sido transferida de Butterworth para Amberley, contudo um problema de programação no sistema de defesa Hub Cap, encomendado em 1965, ditou que o sistema fosse fornecido com atraso. O sistema era também fisicamente mais volumoso e mais pesado do que se antecipava, o que fez com que não fosse tão facilmente transportado.[11][12] Em 1979 a Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 actualizou o seu sistema de radar para o Westinghouse AN/TPS-43, aumentando assim a mobilidade de capacidade táctica da RAAF. No dia 10 de Julho de 1985 a unidade inaugurou o Sistema Táctico de Defesa Aérea da RAAF (mais tarde denominado Sistema Táctico de Radar e Defesa Aérea).[3][13] No dia 23 de Maio de 1990 foi atribuído à Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 o estatuto de esquadrão, tornando-se na única unidade terrestre na força aérea a receber esta honra.[3][14] O estandarte da unidade exibe honras de batalha do Pacífico (1943–45), Nova Bretanha (1943), Nova Guiné (1943–44) e Bornéu (1945). A unidade foi transferida para a Base aérea de Tindal, no Território do Norte, entre Maio e Junho de 1997, e mais tarde para a Base aérea de Darwin, em Dezembro de 1999.[4] O AN/TPS-43 foi retirado de serviço em Setembro de 2005 e substituído pelo AN/TPS-77.[15] Em Maio de 2007, um destacamento de 75 membros da Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 foi enviado para o Aeroporto Internacional de Candaar, no sul do Afeganistão, utilizando o AN/TPS-77 para coordenar as operações de combate aéreo da coligação.[16][17] O destacamento regressou à Austrália em Agosto de 2009. A Unidade Móvel de Controlo e Relatório N.º 114 celebrou o seu 70º aniversário em Darwin no dia 23 de Maio de 2013,[14] e em Novembro de 2015, celebrou o 10º aniversário de serviço do AN/TPS-77.[18]

Referências

  1. «Surveillance and Response Group». Royal Australian Air Force. Consultado em 4 de junho de 2013 
  2. «No. 114 Mobile Control and Reporting Unit». Royal Australian Air Force. Consultado em 4 de junho de 2013 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q RAAF Historical Section, Radar Units, pp. 131–137
  4. a b c d e «No. 114 Mobile Control and Reporting Unit's History». Royal Australian Air Force. Consultado em 4 de junho de 2013. Cópia arquivada em 29 de fevereiro de 2016 
  5. «Air Commodore Gordon Henry Steege». Australian War Memorial. Consultado em 6 de junho de 2013 
  6. Odgers, Air War Against Japan, pp. 173–176
  7. Waters, Oboe, p. 44
  8. No. 78 Wing Headquarters, "Operations Record Book", p. 160
  9. Stephens, Going Solo, pp. 272–273
  10. Stephens, The Royal Australian Air Force, pp. 251–252
  11. a b Stephens, Soing Solo, pp. 353–354
  12. Stephens, Soing Solo, p. 393
  13. Lowe, Georgina (14 de julho de 2005). «Tactical radar tested». Air Force. 47 (12). Consultado em 21 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 8 de dezembro de 2015 
  14. a b «Big day for proud unit». Air Force. 55 (9). 6 de junho de 2013. p. 7 
  15. Johnson, Laura; Maika, Jaimee (22 de setembro de 2005). «Radar's last hurrah». Air Force. 47 (17). Consultado em 6 de junho de 2013. Cópia arquivada em 8 de dezembro de 2015 
  16. «No. 114 Mobile Control and Reporting Unit deploys to Afghanistan». Department of Defence. 31 de maio de 2007. Consultado em 6 de junho de 2013. Cópia arquivada em 23 de setembro de 2015 
  17. Jamieson, Cameron (4 de outubro de 2007). «Kylie's in control». Air Force. 49 (18). Consultado em 6 de junho de 2013. Cópia arquivada em 8 de dezembro de 2015 
  18. «Decade of reliable service». Air Force. 57 (23). 3 de dezembro de 2015. p. 13 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]