Transporte em Lisboa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa da rede atual do Metropolitano de Lisboa e depois das expansões previstas estarem concluídas. Estão também representadas as restantes linhas ferroviárias de Lisboa

O transporte em Lisboa é uma rede de comunicações que permite o movimento de mercadorias e passageiros entre os distintos pontos da cidade de Lisboa e entre esta e outros municípios.

Esta comunicação produz-se mediante vários meios, como pode ser o barco, o metro, o comboio, os urbanos, o autocarro, urbano ou interurbano, ou simplesmente a rede de estradas, que permite as deslocações mediante transporte privado, incluindo os táxis.[1]

Atualmente, Lisboa é privilegiada e relação ao transporte público. Os vários meios de transporte, e respetivas infraestruturas, estão organizados de forma a reduzir substancialmente o trânsito automóvel na área metropolitana e principalmente na sua zona central, a cidade de Lisboa, possibilitando uma rápida circulação, quer de quem circula dentro da cidade, quer de quem se desloca desde a periferia.

Desde 2015, as empresas Metropolitano de Lisboa, Carris (estas duas já fundidas desde 2012) e Transtejo e Soflusa encontram-se operacionalmente fundidas na Transportes de Lisboa, criada com o propósito de promover a "intermodalidade e [a] otimização do serviço prestado" e, também, organizar a subconcessão da exploração dos transportes públicos da capital a operadores privados.[2]

Metropolitano de Lisboa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Metropolitano de Lisboa

O Metropolitano de Lisboa MH IH é o sistema de metropolitano da cidade de Lisboa. Foi inaugurado em 29 de Dezembro de 1959, tornando-se desta forma na primeira rede de metropolitano de Portugal. É constituído por quatro linhas com 52 estações (seis das quais são estações duplas e de correspondência), numa extensão total de 39,6 km.[3]

Metropolitano de Lisboa, estação Telheiras.
Linhas do Metropolitano de Lisboa
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Nome
anterior
Terminais Primeira
operação
Extensão Estações
Gaivota Azul Linha A Reboleira - Santa Apolónia 1959 13,7 km 17
Girassol Amarela Linha B Odivelas- Rato 1959 11,1 km 13
Caravela Verde Linha C Telheiras - Cais do Sodré 1963 08,9 km 13
Oriente Vermelha Linha D São Sebastião - Aeroporto 1998 10,5 km 12

Pontes[editar | editar código-fonte]

Ponte Vasco da Gama, a mais longa da Europa.

Duas pontes unem a cidade à margem sul do rio Tejo: a Ponte 25 de Abril que liga Lisboa a Almada,[4] inaugurada em 1966 com o nome de Ponte Salazar e posteriormente rebatizada com a data da Revolução dos Cravos,[5] e a Ponte Vasco da Gama, com 17.2 km de comprimento,[5] a mais longa da Europa e a quinta mais longa ponte do Mundo, que liga a zona Oriental e Sacavém ao Montijo.[4] Inaugurada em 1998 no âmbito da Expo 98, comemora também os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia.[6] Existe um projeto aprovado para a construção de uma terceira ponte sobre o Rio Tejo.[7][8]

Aeroporto de Lisboa[editar | editar código-fonte]

Aeroporto da Portela, o maior aeroporto em Portugal, com um tráfego anual de cerca de 22 milhões de passageiros.

O aeroporto de Lisboa, aeroporto da Portela, situa-se a 7 km do centro, na zona nordeste da cidade. O Aeroporto da Portela (código IATA: LIS, código ICAO: LPPT) é o maior aeroporto em Portugal,[9] com um volume de tráfego de cerca de 12 milhões de passageiros por ano..[10][11] Aberto ao tráfego em 1942,[12] o Aeroporto da Portela é servido por duas pistas e possuí dois terminais: o Terminal 1 para voos internacionais, o Terminal 2 para voos nacionais, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.[12]

Em 2008 foi aprovada a construção de um novo aeroporto na zona do Campo de Tiro de Alcochete,[13] na margem sul, a cerca de 40 km da cidade.

Porto de Lisboa e transportes fluviais[editar | editar código-fonte]

O Porto de Lisboa é um dos principais portos turísticos europeus,[14] paragem de numerosos cruzeiros. Está equipado com três cais para navios-cruzeiro: Alcântara, Rocha Conde Óbidos e Santa Apolónia.[15] A cidade tem ainda várias marinas para barcos de recreio,[16] nas docas de Belém, Santo Amaro, Bom Sucesso, Alcântara Mar e Olivais.[17] Existe ainda uma rede de transportes fluviais, a Transtejo, que liga as duas margens do Tejo, com estações em Cais do Sodré, Belém, Terreiro do Paço e Parque das Nações, na margem norte, e Cacilhas, Barreiro, Montijo, Trafaria, Porto Brandão e Seixal, na margem sul.[18]

Elétricos e elevadores[editar | editar código-fonte]

Eléctrico
Ver artigo principal: Elétricos de Lisboa

Com a sua cor amarela característica, os eléctricos são o transporte tradicional no centro da cidade.[19][20] São explorados pela Carris, assim como os vários elevadores que galgam as colinas de Lisboa: elevador da Bica,[21] elevador da Glória, elevador do Lavra e elevador de Santa Justa.[22]

A rede de elétricos é composta atualmente por cinco carreiras e percorre um total de 48 km de linhas em bitola de 900 mm, sendo 13 km em faixa reservada. Emprega 165 guarda-freios (condutores de elétricos, funiculares e elevador) e uma frota de 58 veículos (40 históricos, 10 articulados e 8 ligeiros[23]), baseados numa única estação — Santo Amaro.

Transportes rodoviários[editar | editar código-fonte]

Táxi, em serviço urbano.

A exploração dos autocarros está também a cargo da empresa Carris.[24] Existe ainda o Terminal Rodoviário de Lisboa, um dos mais importantes do país, onde partem e chegam todos os dias dezenas de autocarros[25] com os mais variados destinos nacionais e internacionais.[26]

Os táxis também são muito comuns na cidade, sendo atualmente de cor creme, muitos mantêm ainda as cores emblemáticas dos táxis antigos: preto e verde. Existem várias praças de táxis e circulam milhares de táxis por toda a cidade.

Apesar da rede de transportes, todos os dias se deslocam para Lisboa mais de 3 milhões de automóveis.[27] Lisboa e a sua área metropolitana são atravessadas por duas autoestradas circulares, uma exterior e outra interior - a CRIL, Circular Regional Interior de Lisboa e a CREL,Circular Regional Exterior de Lisboa, ou A9. As principais autoestradas que ligam a cidade à envolvente são as A1 (em direção a norte, por Vila Franca de Xira), A8 (também para norte, via Loures), A5 (em direção a oeste, até Cascais), A2 (para sul, por Almada) e A12 (para leste, por Montijo).

Transportes ferroviários[editar | editar código-fonte]

Mapa parcial da rede da CP Urbanos de Lisboa, mostrando os pontos intermodais no concelho de Lisboa mais a rede Fertagus a norte do Tejo
Ver artigos principais: CP Urbanos de Lisboa e Fertagus

A CP Urbanos de Lisboa, empresa pública, é a unidade de negócios da CP Caminhos-de-Ferro Portugueses, empresa pública portuguesa de caminhos-de-ferro, vocacionada para a prestação do serviço urbano de transporte ferroviário pesado de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa. A Fertagus, empresa privada, opera os comboios da Linha do Sul, entre Roma-Areeiro e Setúbal, passando pela Ponte 25 de Abril, na Península de Setúbal.

Serviços (CP)[editar | editar código-fonte]

Serviços (Fertagus)[editar | editar código-fonte]


Percursos cicláveis[editar | editar código-fonte]

Segundo dados de 2000, da Câmara Municipal de Lisboa,[30] e segundo a tipologia de percursos cicláveis, existiam e estavam em projecto 84 km de percursos de bicicleta, 50 km de pistas cicláveis, 73 km de faixas circuláveis e 74 km de tipologia de coexistência com veículos. Em 2008, dava-se a informação[31] que Lisboa iria fazer um investimento de 5 milhões de euros (parte dele com fundo do Quadro de Referência Estratégico Nacional) com o intuito de serem executados mais 40 km de novas vias cicláveis, havendo também a intenção de fazer recuperação de outras já existentes. Na área ribeirinha da cidade, existe já uma pista entre Belém e Cais do Sodré, que irá mais tarde ligar também a Santa Apolónia e posteriormente até ao Parque das Nações. Estava também previsto a instalação de uma rede de 2500 bicicletas, 250 postos de bicicletas e 65 estacionamentos. Em 2009, a informação era a de que já era possível pedalar entre Benfica e Campolide. Em dois anos, a cidade teria 90 km de pistas cicláveis e poderia estar equipada com cerca de 90 quilómetros de pistas cicláveis. Nesse mesmo ano, estaria previsto o funcionamento do anel "Palácio da Justiça - Campolide - Benfica - Carnide - Telheiras - Lumiar - Campo Grande" e a entrada em obras do percurso que uniria, em vários troços, Telheiras ao Parque das Nações. Atualmente, existem também a ciclovia de Monsanto, de 6 km de extensão.

Bilhética[editar | editar código-fonte]

Bilhetes[editar | editar código-fonte]

Antigos bilhetes do Metropolitano de Lisboa, estando à esquerda o mais antigo.

Em 2004 a rede do Metropolitano de Lisboa saiu dos limites geográficos da cidade; esse facto fez com que se criasse um novo tarifário que dependia de zonas, até então desnecessário. Foi estabelecido um sistema de coroas urbanas sendo que a cidade fica na Coroa L e uma primeira coroa, fora da primeira, Coroa 1 na qual ficam as novas estações do Metro.

Desta forma, um passageiro que viaje na Linha Azul na direção Santa ApolóniaAmadora-Este, ou vice-versa, tem de comprar um bilhete de 2 Zonas se passar para além da estação da Pontinha. O mesmo sucede na Linha Amarela, no sentido RatoOdivelas, ou vice-versa, se passar pela estação de Senhor Roubado.

A rede de metropolitano de Lisboa dispões de uma vasta gama de títulos de transporte que permitem várias modalidades de transporte de passageiros.[32] Para clientes que utilizam com pouca frequência os serviços prestados pelo Metropolitano de Lisboa, estão disponíveis os cartões 7 colinas ou Viva Viagem.

A 1 de fevereiro de 2012 as "Coroas" passaram a aplicar-se apenas nos passes urbanos, tendo a sua aplicação sido abandonada nos bilhetes simples, passando a cobrar-se um único valor, independentemente se o utilizador vá além da "Coroa L" ou não.

Cartão 7 Colinas / Viva Viagem[editar | editar código-fonte]

O Cartão 7 Colinas / Viva Viagem é um suporte sem contacto para carregamento de títulos das empresas transportadoras aderentes. Para a sua utilização, os passageiros, têm de carregar este cartão com o título de transporte pretendido, em qualquer ponto de venda do Metropolitano de Lisboa. Este cartão têm um custo de 0,50€ e pode ser utilizado para carregar títulos da Carris, Metropolitano de Lisboa, Fertagus, CP, Transtejo e Soflusa. Os títulos que podem ser carregados neste cartão, tanto podem ser intermodais (modalidade zapping, em que se carrega um valor monetário em Euros), isto é, que abrangem mais quem uma operadora, como podem ser exclusivos, como será o caso de um bilhete simples do Metro que terá de ser carregado neste cartão. Este cartão tem a validade de um ano após o carregamento do primeiro título, e deixará de poder ser carregado findo este prazo. Os títulos entretanto no cartão poderão ser utilizados, para além deste prazo.[33][34]

Passes[editar | editar código-fonte]

Lisboa Viva[editar | editar código-fonte]

O cartão Lisboa Viva é um suporte de bilhetes sem contacto, que permite o carregamento de títulos mensais, que podem ser em exclusivo do Metro de Lisboa ou podem ser articulados com outras operadores como a Carris ou a CP.[35]

Navegante[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 2019, com a implementação destes novos passes, foram extintos todo o tipo de passes intermodais e combinados acima dos 30 € e criados passes Navegantes Municipais (30 €), válidos em todos os transportes coletivos de passageiros dentro dos limites no município de Lisboa, e criado o Passe Navegante Metropolitano (40 €), válido em todos os transportes coletivos de passageiros dentro da Área Metropolitana de Lisboa (AML).


Referências

  1. «Transportes de Lisboa». Lisboando PT (em inglês) 
  2. Transportes de Lisboa lança campanha para jovens, Transportes em Revista, 18 de Março de 2015. Vista em 20 de Abril de 2015.
  3. «Evolução da rede - Metropolitano de Lisboa». Arquivado do original em 24 de junho de 2009 
  4. a b «Lisboa, a Capital de Portugal». Portal do Ipiranga. Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original em 2 de abril de 2009 
  5. a b Ricardo Ribeiro e Sérgio Santos. «Os Grandes Empreendimentos Nacionais» (PDF). Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 19 de junho de 2009 
  6. «Descobre o Parque das Nações - Ponte Vasco da Gama». Portal das Nações. Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original em 17 de maio de 2009 
  7. «Trans-European Transport Networkp Progamme 2007-2013». Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original em 22 de maio de 2011 
  8. Dinis, Filipe. «Nova ponte sobre o Tejo vai ligar Chelas ao Barreiro». JPN: Jornal Porto Net. Consultado em 2 de junho de 2009. Arquivado do original em 16 de outubro de 2011 
  9. ANA Aeroportos de Portugal. «Aeroporto de Lisboa - Apresentação». Consultado em 3 de Janeiro de 2009 [ligação inativa]
  10. «Aeroporto de Lisboa - Procura e Capacidade» (PDF). ANA Aeroportos de Portugal. Consultado em 3 de Janeiro de 2009 
  11. «Passageiros no aeroporto de Lisboa aumentaram 7,7 % em Janeiro». LUSA - Agência de Notícias de Portugal. 7 de Fevereiro de 2008. Consultado em 3 de Janeiro de 2009. Arquivado do original em 2 de novembro de 2013 
  12. a b «Aeroporto internacional da Portela - Lisboa». Aeroportos do Mundo. Consultado em 2 de Junho de 2009 [ligação inativa]
  13. «Comunicado do Conselho de Ministros de 8 de Maio de 2008». Governo de Portugal. Consultado em 2 de Junho de 2009 
  14. «O Porto de Lisboa». www.Porto de Lisboa. Consultado em 2 de Junho de 2009 
  15. «Porto de Lisboa». Info Cruzeiros. Consultado em 2 de Junho de 2009 
  16. «Publicação: 19.02.2009». ANACOM. Consultado em 2 de Junho de 2009. Cópia arquivada em 8 de julho de 2012 
  17. Fortunato, Martinho. «Marinas e Portos de Recreio na Rota do Crescimento Económico» (PDF). Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 19 de junho de 2009 
  18. «Transtejo e Soflusa - Os Nossos Terminais». www.transtejo.pt. Consultado em 2 de Junho de 2009. Arquivado do original em 21 de março de 2016 
  19. «Bem vindo a Lisboa». www.seelearningcenter.pt. Consultado em 3 de Junho de 2009 [ligação inativa]
  20. «Vida em Lisboa». Universidade Aberta. Consultado em 3 de Junho de 2009. Arquivado do original em 21 de junho de 2009 
  21. «Guia do Lazer - elevador da Bica». O Público. Consultado em 3 de Junho de 2009 
  22. «Elevador de Santa Justa». Turista Profissional. Consultado em 9 de fevereiro de 2019 
  23. «Frota da Carris, página oficial» 
  24. Companhia de Carris de Ferro de Lisboa. «História». Consultado em 3 de Janeiro de 2009 
  25. «Novo terminal de transportes inaugurado hoje em Sete Rios». noticias.portugalmail.pt. Consultado em 3 de Junho de 2009  Texto "Portugalmail Notícias" ignorado (ajuda)[ligação inativa]
  26. «[Terminal de Sete Rios é inaugurado hoje ]». www.portugal-hotels.org. Consultado em 3 de Junho de 2009 
  27. Silva, Nuno Miguel. «Menos 60 mil carros por dia em Lisboa». Diário Económico. Consultado em 3 de Junho de 2009. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2012 
  28. a b c d Portugal, Comboios de. «CP.PT | Comboios de Portugal». CP.PT | Comboios de Portugal (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2017 
  29. a b «Horários do Comboio | Fertagus». www.fertagus.pt. Consultado em 25 de junho de 2017 
  30. «ceap-04-rede-ciclavel-lisboa2007-tipologia.pdf (Objecto application/pdf)» (PDF). isa.utl.pt. Consultado em 2 de maio de 2010 
  31. «IOL Diário - Lisboa vai ter mais 40 quilómetros de ciclovias». diario.iol.pt. Consultado em 2 de maio de 2010 
  32. «Tipos de bilhete - Metropolitano de Lisboa». Arquivado do original em 21 de outubro de 2008 
  33. «Cartão 7 Colinas» 
  34. «Cartão 7 Colinas OTLIS». Arquivado do original em 23 de agosto de 2011 
  35. «Informação Tarifária». Consultado em 3 de agosto de 2011. Arquivado do original em 21 de outubro de 2008