Trácia (província romana) – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Trácia (desambiguação).
Provincia Thracia
Θρᾴκη
Província da Trácia
Província do(a) Império Romano e do Império Bizantino
 
46século VIII
 



Províncias romanas em 117
Capital Constantinopla (antes de 293)
Filipópolis (depois de 293)

Período Antiguidade Tardia
46 Anexado do Estado dos trácios por Cláudio
293 Território original assumido pela Diocese da Trácia
293 Com uma fração do território original, a capital passou a ser Filipópolis.
século VII Adoção dos sistema dos temas

Trácia (em búlgaro: Тракия; ) foi uma província do Império Romano. Ela foi estabelecida em 46 quando o estado cliente romano dos trácios, que habitavam a região da Trácia, foi anexado por ordem do imperador Cláudio (r. 41–54).

Reorganização[editar | editar código-fonte]

Diocese da Trácia.

Por causa da crescente dificuldade para conter as numerosas revoltas internas e defender as extensas fronteiras do império, Diocleciano realizou uma grande reforma administrativa a fim de facilitar as operações militares: ele nomeou Galério como seu césar no oriente enquanto que seu par no ocidente, Maximiano, fez o mesmo, nomeando Constâncio Cloro. Ele também reorganizou todas as províncias, eliminando todas as regiões augustas, que eram divididas em imperiais e senatoriais. Ele criou novas circunscrições administrativas, principalmente as dioceses), que eram três para cada um dos tetrarcas, eram governadas por vigário e se subdividiram em 101 províncias.

O território da Trácia foi dividido em quatro províncias: a Trácia propriamente dita e as províncias de Hemimonto, Ródope e Europa. Todas ficaram sob a jurisdição da Diocese da Trácia, que por sua vez fazia parte da Prefeitura pretoriana do Oriente. A capital da nova província da Trácia passou a ser Filipópolis.

Anos finais[editar | editar código-fonte]

No início do século V, conforme ruía o Império Romano, a Trácia passou a ser governada por líderes germânicos independentes. Com a queda do Império Romano do Ocidente, a região passou a ser um campo de batalha, uma situação que perdurou pelos próximos 1 000 anos. A porção oriental do império, conhecida como Império Bizantino, manteve o controle da região até o século VIII, quando mais da metade da região, ao norte, foi incorporada pelo Império Búlgaro enquanto que a seção mais ao sul e leste foi reorganizada no Tema da Trácia. Os bizantinos conseguiram reconquistar o território perdido no século XI e administrou-o até a reconquista búlgara no final do século XII. Por todo o século seguinte e metade do século XIV, a região trocou de mãos por diversas vezes entre búlgaros e bizantinos.

Finalmente, em 1352, os turcos otomanos fizeram a sua primeira incursão na região, subjugando-a completamente no espaço de duas décadas e ocupando-a pelos cinco séculos seguintes, encerrando definitivamente o domínio romano na região.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hoddinott, R. F., The Thracians, 1981.
  • Ilieva, Sonya, Thracology, 2001