Total Linhas Aéreas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Total Linhas Aéreas
Total Linhas Aéreas
IATA L1[1]
ICAO TTL
Indicativo de chamada TOTAL
Fundada em dezembro de 1994 (29 anos)
Principais centros
de operações
Frota 8 aeronaves
Destinos 12 localidades
Sede Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Pessoas importantes Alfredo Meister (CEO)
Sítio oficial www.total.com.br

A Total Linhas Aéreas, ou simplesmente Total, é uma companhia aérea brasileira sediada na cidade de Curitiba, no estado do Paraná.

História[editar | editar código-fonte]

A Total Linhas Aéreas S.A. foi fundada em 2 de maio de 1988, com o nome de Total Aero-Táxi. Contava com um equipamento EMB-110 (Bandeirante) e sede em Belo Horizonte.

Em dezembro de 1994, a Transportadora Sulista S/A, uma das maiores organizações de transporte rodoviário do país, com sede em Curitiba - PR, comprou 100% das ações da Total Aero-táxi. Iniciou-se então um processo de reestruturação para tornar a empresa capaz de operar no segmento de transporte regular. Nessa data a frota da Total já era composta por nove aeronaves (01 BE-99, 07 EMB-110 e 01 EMB-120 ER QC).

Em janeiro de 1996 esse processo se concretizou com o recebimento do “CHETA” (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo) vindo do DAC (o extinto Departamento de Aviação Civil, substituído em 2005 pela ANAC). A partir desse momento a Total Aero-táxi passou à categoria de companhia aérea regular, se transformando em empresa homologada segundo o RBHA-121 (Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica) e podendo operar aeronaves de qualquer categoria.

Hoje a Total opera com autorização para transportar malas postais, cargas e passageiros, na América do Sul e Caribe. Foi uma empresa regional de grande expressão no passado, tendo sido considerada a maior do Brasil neste segmento, voando com as aeronaves turbo-hélices ATR-42 e ATR-72 em suas rotas de passageiros, e o Boeing 727 em voos de carga. Operava majoritariamente em Minas Gerais, embora também tenha servido diversas cidades nos estados de Amazonas, Pará, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Atualmente a Total permanece como referência em manutenção de aeronaves ATR, tornando-se "Oficina Autorizada" do fabricante na América Latina. Seus funcionários, por sua vez, têm incentivos constantes para melhorias no currículo, como aulas de inglês dentro das dependências da empresa e o programa Bolsa-Auxílio (pagamento parcial de cursos de graduação e pós-graduação).

A Total Linhas Aéreas conquistou por dois anos consecutivos o prêmio da revista Avião Revue de Melhor Companhia Aérea Regional do Brasil, nos anos de 2006 e 2007.

As últimas rotas inauguradas pela empresa foram voos para Búzios, Macaé, Rio Verde e Goiânia. Em dezembro de 2007 a Total teve seus voos de passageiros "aviação regular" transferidos para a empresa TRIP Linhas Aéreas ficando somente com os voos cargos, e alguns voos de passageiros da Petrobras. Sua sede operacional continua em Belo Horizonte - Minas Gerais, com parte da administração da empresa tendo sido transferida para Curitiba - Paraná. A Total Cargo opera somente voos para grandes clientes corporativos, como Correios, Petrobras e Banco Central. E seus ATR42-500 operam exclusivamente na ponte aérea da Petrobrás em Manaus.

Envolvimento em Escândalo Político[editar | editar código-fonte]

A Total Cargo teve seu nome envolvido no Caso Erenice Guerra, escândalo político que derrubou a então Ministra Chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, seu último ano de mandato. Erenice, braço direito de Dilma Rousseff durante os dois mandatos de Lula, assumiu o cargo de ministra em substituição à Dilma, que deixou o cargo para se candidatar às eleições presidenciais daquele ano. O caso relata uma suposta cobrança de propina para a interferência na contratação, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, de companhias aéreas para o transporte de malotes e cargas. Segundo vários órgãos de imprensa apuraram, a empresa MTA (Master Top Airlines) poderia estar sendo favorecida nessas contratações. Dois filhos e dois irmãos de Erenice Guerra estariam envolvidos na prestação de consultorias à MTA junto à órgãos públicos. A Total Cargo havia ganho uma concorrência em meados de 2010 para efetuar o serviço, porém, seu contrato não chegou a ser assinado pela diretoria dos Correios e a concorrência foi cancelada. Supostamente, isso seria uma manobra para favorecer a MTA, que havia contratado o escritório de um dos filhos da ministra para agilizar procedimentos junto à ANAC e com isso resolver pendências burocráticas que a habilitassem a assumir mais contratos com a estatal. Meses depois, com a troca da diretoria da ECT, o contrato com a Total Cargo foi finalmente assinado, mas com um valor acrescido em 2.8 milhões de reais do praticado no pregão concorrencial. Sentindo-se traído, um dos representantes da MTA deu declarações expondo todo o esquema. O caso gerou a demissão, além da ministra, de outros servidores federais e de um diretor dos Correios e ainda, recebeu da Controladoria Geral da União relatório de reprovação de várias contratações que tinham ligação com a ministra. Porém, investigações posteriores do Ministério Público Federal não foram conclusivas, devido a existência apenas de provas circunstanciais mas não de provas materiais dos fatos. Com isso, o inquérito acabou arquivado em 2012.[2][3][4]

Subsidiárias[editar | editar código-fonte]

Total Cargo[editar | editar código-fonte]

Um Boeing 727-200 da Total Cargo, em abril de 2010.

A Total Cargo é uma subsidiária que atua no setor do transporte nacional de carga. Seu principal cliente são os Correios, desde outubro de 2005, e operam na Rede Postal Noturna (RPN),[5][6] na maioria no Aeroporto Internacional de Curitiba e Guarulhos.[7] Outros clientes, por exemplo, são o Banco Central, realizando vôos fretados de seus malotes, e a Petrobras, transportando trabalhadores às suas bases e levando malotes, peças e documentos.[6]

É a única companhia aérea brasileira a operar o Boeing 727. Em abril de 2024, possuia três unidades deste modelo. De prefixo PR-TTP, foi fabricado em 1978 e incorporado à Total em agosto de 2007; PR-TTO, fabricado em 1976 e incorporado à Total em setembro de 2007, sendo o mais antigo dentre o trio; e o PR-TTW, fabricado em 1980 e incorporado em março de 2010, sendo o mais novo.[7][8] Também opera com um Boeing 737-400, de prefixo PS-TLA, fabricado em 1996 e incorporado em 2021. Foi pintado inicialmente com as cores da Total Express,[nota 1] contudo, já não contêm mais a pintura.[9][10] Tem planos para obter outra unidade, de prefixo PS-TLB, sem data de entrega.[10]

Frota[editar | editar código-fonte]

ATR-42 da Total Linhas Aéreas
Frota de aeronaves da TOTAL Linhas Aéreas[11]
Aeronave Assentos Quantidade Prefixos
ATR 42-300 47 3 aeronaves PR-TTK, PR-TTH, PR-TTM
Boeing 727-200F Cargo 5 aeronaves
Total de Aeronaves 8 aeronaves

Frota atual da Total[editar | editar código-fonte]

Frota atual da Total
Prefixo Aeronave Serial Ano f.f Notas
PR-TKB ATR 42-500 610 2000 Ex I-ADLV
PR-TTH ATR 42-512 506 1996 Ex F-WQNL
PR-TTM ATR 42-512 551 1997 Ex D-BNNN
PR-TTB Boeing 727-223F 22007 1980 Desmontado
PR-TTO Boeing 727-2M7F 21200 1976 Ativo
PR-TTP Boeing 727-2M7F 21502 1978 Ativo
PR-TTW Boeing 727-225F 22438 1980 Ativo
PT-MTQ Boeing 727-243F 22053 1980 Estocado
PT-MTT Boeing 727-243F 22167 1981 Estocado
PS-TLA Boeing 737-400F 22168 1999 Ativo
PS-TOT Boeing 737-300F 25215 1991 Ativo

Acidentes e incidentes[editar | editar código-fonte]

  • 14 de setembro de 2002: um ATR 42-300 prefixo PT-MTS, operando como o Voo Total 5561, perdeu o controle e caiu enquanto sobrevoava Paranapanema. Os dois tripulantes a bordo morreram.

Referências

  1. «Empresas Aéreas - Consulta - Empresas Aéreas». sistemas.anac.gov.br. Consultado em 27 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2022 
  2. http://www1.folha.uol.com.br/poder/798556-entenda-as-denuncias-envolvendo-erenice-guerra.shtml
  3. http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/09/entenda-o-caso-da-suspeita-de-trafico-de-influencia-na-casa-civil.html
  4. http://www.estadao.com.br/noticias/geral,total-linhas-aereas-nega-irregularidades-na-operacao,623308
  5. Escosteguy, Diego (5 de janeiro de 2006). «Correios contratam empresa aérea por R$ 2 mi sem licitação». O Estado de S. Paulo. Senado Federal do Brasil. p. A6. Consultado em 30 de abril de 2024 
  6. a b «Total Linhas Aéreas». www.total.com.br. Consultado em 18 de abril de 2018 
  7. a b Benevides, Gabriel (21 de fevereiro de 2023). «Histórico: os 'últimos' três Boeing 727 operacionais do Brasil são vistos pousando em sequência no Aeroporto de Guarulhos». Aeroflap. Consultado em 30 de abril de 2024 
  8. Passalacqua, Fábio M. (11 de maio de 2023). «Conheça os três Boeing 727 ainda em operação no Brasil». Flap International. Consultado em 30 de abril de 2024 
  9. Ferreira, Carlos (27 de maio de 2021). «O Boeing 737-400 da Total já chegou, mas seus pilotos estão saindo do Brasil». AEROIN. Consultado em 1 de maio de 2024 
  10. a b Ferreira, Carlos (4 de abril de 2024). «Total Linhas Aéreas solicita registro de um segundo Boeing 737-400F no Brasil». AEROIN. Consultado em 1 de maio de 2024 
  11. Fleetlist Total Linhas Aéreas, CH Aviation, recuperado em 14 de maio 2014

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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