Torre de Penegate – Wikipédia, a enciclopédia livre

Torre de Penegate
Torre de Penegate, Portugal.
Construção Mem Rodrigues de Vasconcelos (1360)
Estilo gótico
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
MIP
(DL Despacho de 5 de abril de 2014)
Aberto ao público Não
Site IGESPAR71729

A Torre de Penegate, ou Torre de D. Egas Pais, localiza-se na atual freguesia de Carreiras (São Miguel) e Carreiras (Santiago), no município de Vila Verde, distrito de Braga, em Portugal.[1]

Em 5 de Abril de 2013 foi classificada como monumento de interesse público.[2][1]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A primitiva toponímia do lugar foi "Penela", sendo o de "Penegate" utilizado desde 1064. Por essas razões, os estudiosos acreditam que o topónimo esteve associado, em suas origens, à ocupação deste afloramento rochoso elevado, de difícil acesso ("penha" ou "pena"), embora não haja informações ou vestígios sobre a sua primitiva defesa, em posição dominante sobre o território envolvente, possivelmente uma torre em estilo românico erguida por D. Egas Pais de Penegate, valido do Conde D. Henrique de Borgonha.

A torre medieval[editar | editar código-fonte]

A atual estrutura foi erguida por Mem Rodrigues de Vasconcelos, cavaleiro de D. Dinis na guerra que opôs este monarca ao seu filho, o futuro rei D. Afonso IV. D. Dinis autorizou a construção de uma "domus fortis", em documento datado de 5 de Outubro de 1322, onde se refere que ele "havia proibido a construção destas casas fortificadas a não ser com sua expressa autorização". Esta fortificação tinha a função de proteger Mem Rodrigues no cargo que então ocupava, o de Meirinho-mor do soberano na região de Entre-Homem-e-Cávado, onde a autoridade real era contestada por Pedro Anes de Vasconcelos, tio de Mem Rodrigues:

"Desta forma, conpria huma casa forte (...) para teer hy o corpo em salluo quando lhy conprise e outro ssy pera teer hy a molher e os filhos que non possam Receber dano daquelles que lhy a el mal querem polo meu serviço"[3]

Do século XVII aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

Vista aérea

Em princípios do século XVII o então proprietário Miguel Valadares, cónego de Guimarães e desembargador em Braga, fez erguer a Capela de Nossa Senhora da Pena para sua sepultura, conforme inscrição epigráfica na fachada principal.

No início do século XX, em 1907, a torre passou para a família dos actuais proprietários, tendo tido lugar, em décadas posteriores, obras de consolidação e restauro. Entre elas, foram colocadas ameias em 1939, o que lhe descaracterizou a feição original, sendo edificado um segundo corpo, de carácter residencial.

O conjunto encontrou-se em Vias de Classificação por Despacho de 24 de Setembro de 1990.[4]

Características[editar | editar código-fonte]

A torre apresenta planta retangular, em aparelho de granito. É dividida internamente em três pavimentos.

A portada, em arco apontado, rasga-se na face Leste, acima do nível do solo. Era primitivamente acedida por uma escada de madeira amovível, da qual ainda restam os apoios. Acredita-se que essa entrada tenha sido guarnecida por um alpendre, de que seriam testemunhos as duas mísulas que enquadram a portada. Na face Oeste, ao nível da janela do último pavimento, um balcão de matacães permitia o tiro vertical sobre o único acesso que leva à torre. O seu topo é coroado por ameias.

A Capela de Nossa Senhora da Pena, de pequenas dimensões, em estilo barroco, conserva o retábulo-mor contemporâneo, em estrutura tripartida, com a imagem de Nossa Senhora ao centro, e as de São João e Santo António, em painéis pintados, de ambos os lados.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA/DGPC
  2. «Torre de Penegate classificada como monumento de interesse público» 
  3. SILVA, José Custódio Vieira da. Paços Medievais Portugueses. Lisboa: 1995. p.48-49.
  4. «Pesquisa de Património: Torre de Penegate». igespar.pt. Consultado em 12 de outubro de 2011 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]