Tiroteio em escolas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Flores diante da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, no Brasil, alvo de tiroteio em 2019

Tiroteio em escolas ou massacre escolar é uma modalidade de tiroteio em massa perpetrado com arma de fogo em que o alvo é o ambiente educacional, definido pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos como "local deliberadamente escolhido para o ataque"[nota 1][1] e provocam grande impacto na sociedade, sendo uma tragédia que revela a crueldade do autor sobre estudantes e professores indefesos, num ambiente que se destina à preparação dos jovens para o futuro.[2]

Em geral os atiradores são solitários, embora em dois casos nos Estados Unidos agiram em duplas.[2] Até o ano de 2012 foram registrados em todo o mundo cerca de 400 ataques em escolas; cerca de 87% dentre os que atiraram contra alunos nos últimos 45 anos foram estudantes que sofreram bullying na própria instituição.[2] Entretanto, há casos em que funcionários da instituição foram os autores, como o diretor da escola de Droyssing, na Alemanha, que atirou contra os alunos matando três e ferindo igual número, sendo depois linchado por moradores próximos ao lugar que ouviram os tiros.[2]

Por país[editar | editar código-fonte]

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

Nos Estados Unidos o primeiro caso de tiroteio em escola registrado foi o de Brenda Ann Spencer que, em 1979, munida de um rifle atirou contra a escola que ficava do outro lado da rua de sua casa, matando o diretor e um funcionário, ferindo oito crianças e um policial - alegando, depois de tê-lo feito, que o motivo seria por "não gostar de segundas-feiras"; Brenda teria, ainda, servido de inspiração a outros atiradores do seu país - inclusive um que ocorreu dez anos depois contra uma escola com o mesmo nome daquela que atacara: Cleveland Elementary School.[3] Este também teria sido o primeiro ataque em escola feito por uma mulher.[4][5]

Brasil[editar | editar código-fonte]

De 2002 a março de 2023, o Brasil registrou 22 ataques com armas de fogo feitos por alunos e ex-alunos em escolas. De 2002 até julho de 2022 foram dois ataques por ano, e de 2022 até março de 2023 foram um ataque por mês. Ao todo, 35 alunos, professores, funcionários e atiradores foram mortos.[6] O caso com maior número de mortos foi o Massacre de Realengo, perpetrado pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que invadiu o lugar armado com dois revólveres disparou contra os alunos, matando doze deles, para ao fim cometer suicídio.[2]

Segundo a especialista em educação, Telma Vinha, fatores que contribuem atualmente para ataques em escolas no país são a radicalização da juventude, sobretudo com o fácil acesso a discursos de ódio na internet e às armas de fogo, e sofrimento no ambiente escolar, ao que o Coronel José Vicente da Silva, ex-Secretário Nacional de Segurança, adicionou o bullying sofrido por alunos aliado às condições familiares, em debate sobre o ataque do adolescente de 13 anos à Escola Estadual Thomázia Montoro, em São Paulo, em 27 de março de 2023, resultando na morte de uma professora da unidade, além de outras pessoas feridas.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

Notas

  1. Livre tradução para: "deliberately selected as the location for the attack".

Referências

  1. Bryan Vossekuil (2004). «The Final Report and Findings of the Safe School» (PDF). Washington, DC: United States Secret Service. p. 4. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  2. a b c d e Gilda de Castro Rodrigues (2012). «O bullying nas escolas e o horror a massacres pontuais». Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: Ponto-e-Vírgula. Revista de Ciências Sociais, n.º 11, ISSN 1982-4807. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  3. Maloy Moore (6 de março de 2001). «Past School Shootings». Los Angeles Times. Consultado em 23 de janeiro de 2016 
  4. Joseph A Lieberman (2008). School Shootings (When You Send Your Children To School In The Morning, Do You Worry That You May Never See Them Again?). [S.l.]: Kensington Publishing Corp. p. 214. ISBN 0806535695 
  5. Mara Bovsun (3 de novembro de 2013). «Justice Story: 16-year-old girl shoots up school, tells reporter 'I Don't Like Mondays'». New York Daily News. Consultado em 30 de janeiro de 2016 
  6. «Brasil tem mais de um ataque por mês em escolas desde agosto». Folha de S.Paulo. 28 de março de 2023. Consultado em 2 de abril de 2023 
  7. Thiago Franzão; Luana Félix. «Por que ataques em escolas têm se repetido no Brasil? Especialistas analisam». CNN Brasil. Consultado em 27 de março de 2023 
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