Tigranocerta – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tigranocerta (em grego: Τιγρανόκερτα; romaniz.:Tigranόkerta) ou Tigranacerta (em armênio/arménio: Տիգրանակերտ; romaniz.:Tigranakert) foi a capital do Reino da Armênia durante a Antiguidade. Portou o nome de Tigranes, o Grande (r. 95–55 a.C.), que fundou a cidade no século I a.C.. O nome da cidade significa "feita por Tigranes", e possivelmente esteve próximo da atual Silvan ou a vizinha Arzan, na província armênia de Arzanena, a leste da atual Diarbaquir, Turquia.[1][2] Foi uma das quatro cidades da Armênia histórica nomeadas Tigranocerta. As outras estavam localizadas em Naquichevão, Arcaque e Uti.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Império Armênio de Tigranes, o Grande (r. 95–55 a.C.)

A Armênia naquele tempo expandiu-se a leste para o mar Cáspio, a oeste para a Capadócia central, e sul em direção a Judeia. Na Síria, Tigranes, o Grande (r. 95–55 a.C.) começou a construção de Tigranocerta, uma cidade de considerável tamanho e bem fortificada nomeada em sua homenagem, numa eminência do rio Nicefório. Ele importou multidões de pessoas, incluindo judeus, árabes e gregos e macedônios[4] tomados da Capadócia e Cilícia.[5]

Os mercados da cidade estavam cheios de comerciantes de todo mundo antigo fazendo negócio. Tigranocerta logo tornou-se sede do imperador na Síria e um importante centro comercial e cultural helenística do Oriente Próximo, repleta de teatros, parques e terrenos de caça.[6] O magnífico teatro foi estabelecido pelo imperador, que foi ávido devoto, conduziu dramas e comédias principalmente executadas por atores gregos e armênios. Plutarco escreve que Tigranocerta foi "uma rica e bela cidade, onde todos os homens comuns de posição estudaram para enfeitá-la".[7]

Uma força romana sob Lúculo derrotou Tigranes na batalha de Tigranocerta em torno de 69 a.C., e depois disso saqueou-a, enviando muitas pessoas de volta para suas terras.[8] Após o saque, que incluiu a destruição de estátuas e templos, a cidade foi incendiada. Uma abundante quantidade de ouro e prata foi levada para Roma como butim de guerra. Lúculo tomou muito do ouro e prata das estátuas, copos e potes fundidos, outros metais preciosos e pedras preciosas. Durante a pilhagem, muitos dos habitantes da cidade fugiram para o campo. O recém-estabelecido edifício do teatro foi também destruído no fogo. A grande cidade nunca recuperaria desta destruição devastadora.[9]

Durante as conquistas de Pompeu no Oriente, Tigranocerta foi tomada brevemente por Roma, mas foi perdida quando foi devolvida para Tigranes, o Grande após sua rendição pelo custo de 6 000 talentos (uma indenização paga para Roma sobre um certo período). Foi novamente tomada pelos romanos sob Córbulo, durante a guerra romano-parta de 58-63.[10][11]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bournoutian, George A. (2006). A Concise History of the Armenian People. Costa Mesa, CA. [S.l.]: Mazda Publishers. ISBN 1-56859-141-1 
  • Dião Cássio (século III). História de Roma. [S.l.: s.n.] 
  • Frontino (século I). Estratagemas (Frontino). [S.l.: s.n.] 
  • Goldsworthy, Adrian (2003). In the Name of Rome: The Men Who Won The Roman Empire. Londres: Weidenfeld & Nicolson 
  • Holmes, T. Rice (1917). «Tigranocerta». Journal of Roman Studies. 7 
  • Karapetian, Samvel (2001). Armenian Cultural Monuments in the Region of Karabakh. Erevã: "Gitutiun" Publishing House of National Academy of Sciences of Armenia. ISBN 9785808004689 
  • Plutarco (século I). Vida de Lúculo. [S.l.: s.n.] 
  • Sinclair, Thomas A. (1994–1995). «The Site of Tigranocerta. I». Revue des Études Arméniennes. 25 
  • Sinclair, Thomas A. (1996–1997). «The Site of Tigranocerta. II». Revue des Études Arméniennes. 26 
  • Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Geography. Boston: Little, Brown and Company