Tibério Júlio Cândido Mário Celso – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tibério Júlio Cândido Mário Celso
Cônsul do Império Romano
Consulado 86 d.C.
105 d.C.

Tibério Júlio Cândido Mário Celso (em latim: Tiberius Julius Candidus Marius Celsus) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de maio a agosto de 86 com Sexto Otávio Frontão e eleito cônsul em 105 com Caio Âncio Aulo Júlio Quadrado. Fontes contemporâneas, como os Fastos Ostienses, a Acta Arvalia e uma das cartas de Plínio, o Jovem,[1] ele era chamado apenas de Tibério Júlio Cândido.

Nome e origem[editar | editar código-fonte]

Segundo Ronald Syme, Cândido era nativo da Gália Narbonense com ancestrais na Ásia Menor. Seu prenome indica que um ancestral seu adquiriu a cidadania romana entre 4 e 37.[2] Seus dois últimos nomes, "Mário Celso", indicam, segundo Syme, que ele nasceu Mário Celso e foi adotado por um Júlio Cândido ou nasceu Júlio Cândido filho de uma mulher da família dos Mários Celsos, sendo esta última hipótese a preferida por ele.[3] Olli Salomies apresenta mais evidências, mas não oferece nenhuma interpretação para elas exceto a afirmação de que "é óbvio que Júlio Cândido tem algum parentesco com Aulo Mário Celso, cônsul sufecto em 69.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

O primeiro registro de Cândido é de sua participação entre os irmãos arvais, colégio no qual ele foi admitido em algum momento entre 72 e 75 e que participou das cerimônias até 81.[5] A partir de sua ausência nas atividades dos irmãos arvais, Syme especula que ele teria acompanhado o imperador Domiciano durante suas campanhas militares.[6] Mais tarde em 86, Cândido foi nomeado cônsul sufecto e, três anos mais tarde, foi selecionado para ser o governador da província da Capadócia-Galácia, terminando seu mandato em 92.[7] Já durante o reinado de Trajano, foi eleito cônsul, desta vez com Caio Âncio Aulo Júlio Quadrado.

Cândido viveu muitos anos depois disto e é mencionado na Acta Arvalia em 110 e 111.[8] Uma outra inscrição atesta que ele foi flâmine para os irmãos arvais em 118.[9] É possível que Tibério Júlio Cândido Capitão, cônsul sufecto em 122, tenha sido seu filho.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Domiciano XI

com Tito Aurélio Fulvo II
com Quinto Júlio Cordino Caio Rutílio Gálico II (suf.)
com Lúcio Valério Cátulo Messalino II (suf.)
com Marco Arrecino Clemente II (suf.)
com Lúcio Bébio Honorato (suf.)
com Públio Herênio Polião (suf.)
com Marco Ânio Herênio Polião (suf.)
com Décimo Abúrio Basso (suf.)
com Quinto Júlio Balbo (suf.)
com Caio Sálvio Liberal Nônio Basso (suf.)

Domiciano XII
86

com Sérvio Cornélio Dolabela Petroniano
com Caio Sécio Campano (suf.)
com Quinto Víbio Segundo (suf.)
com Sexto Otávio Frontão (suf.)
com Tibério Júlio Cândido Mário Celso (suf.)
com Aulo Búcio Lápio Máximo (suf.)
com Caio Otávio Tídio Tossiano Lúcio Javoleno Prisco (suf.)

Sucedido por:
Domiciano XIII

com Lúcio Volúsio Saturnino
com Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano (suf.)
com Caio Belício Natal Públio Gavídio Tebaniano (suf.)
com Caio Ducênio Próculo (suf.)
com Caio Cílnio Próculo (suf.)
com Lúcio Nerácio Prisco (suf.)

Precedido por:
Sexto Ácio Suburano Emiliano II

com Marco Asínio Marcelo

Tibério Júlio Cândido Mário Celso II
105

com Caio Âncio Aulo Júlio Quadrado II
com Caio Júlio Quadrado Basso (suf.)
com Cneu Afrânio Dexter (suf.)
com Quinto Cecílio Honorato (suf.)
com Marco Vitório Marcelo (suf.)
com Caio Cecílio Estrabão (suf.)

Sucedido por:
Lúcio Ceiônio Cômodo

com Sexto Vetuleno Cívica Cerial
com Lúcio Minício Natal (suf.)
com Quinto Licínio Silvano Graniano Quadrônio Próculo (suf.)


Referências

  1. Plínio, o Jovem, Epístolas V.20.5
  2. Ronald Syme, Some Arval Brethren (Oxford: Clarendon Press, 1980), p. 52
  3. Ronald Syme, Arval Brethren, p. 50
  4. Salomies, Adoptive and polyonymous nomenclature in the Roman Empire, (Helsinski: Societas Scientiarum Fenica, 1992), p. 133
  5. Syme, Arval Brethren, pp. 12, 16, 27
  6. Syme, Arval Brethren, p. 27
  7. Werner Eck, "Jahres- und Provinzialfasten der senatorischen Statthalter von 69/70 bis 138/139", Chiron, 12 (1982), pp. 316-319
  8. AE 1964, 69
  9. CIL VI, 2078