Theatro Pedro II – Wikipédia, a enciclopédia livre

Theatro Pedro II
Theatro Pedro II
Fachada do Theatro
Tipo
Estilo dominante eclético[1]
Arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior (Arquiteto projetista)
Construção 1928 — 1930
Inauguração 8 de outubro de 1930 (93 anos)
Capacidade 1 588 lugares
Website
Estado de conservação Restaurado em 1996[2]
Geografia
País  Brasil
Cidade Ribeirão Preto
Coordenadas 21° 10' 28" S 47° 48' 35" O

O Theatro Pedro II[3] é um grande teatro localizado na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, de primeira classe para música sinfônica e ópera, possuindo capacidade para 1588 espectadores[4] e uma área total de 6500 m².

História[editar | editar código-fonte]

Origem e construção[editar | editar código-fonte]

Ribeirão Preto viveu seu apogeu econômico e político, desencadeado pela Cultura Cafeeira e pela implantação da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro em 1876. Em 1897, a cidade recebeu seu primeiro teatro, o Teatro Carlos Gomes. Em 1903, um francês chamado François Cassoulet deu vida a boemia da cidade com a fundação de cassinos e casas noturnas, como o Eldorado Paulista. Com a abertura industrial em 1911, instalava-se na cidade a Companhia Cervejaria Paulista. No início da década de 20, Adalberto de Oliveira Roxo adquiriu alguns velhos prédios na esquina das ruas Duque de Caxias e Álvares Cabral para a construção de um Hotel, o Central Hotel. Este edifício deu início ao Conjunto Arquitetônico que ficaria conhecido como "Quarteirão Paulista".[5]

Os outros terrenos localizados em frente à Praça XV de Novembro, até a esquina com a rua General Osório, foram adquiridos pela CIA Cervejaria Paulista, com a finalidade de construir um conjunto arquitetônico composto por um teatro e um edifício de escritórios. Posteriormente foi adquirido também o edifício recém-construído do Central Hotel, que passou a ser chamado de Palace Hotel. Para a execução desse projeto, Meira Júnior, um dos fundadores da Cia Cervejaria Paulista, contratou, entre 1928 e 1930, o Arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz, dirigida por Fritz Hans Urlass[5]. O Teatro Pedro II foi construído em frente ao Teatro Carlos Gomes.[6]

Inauguração e auge[editar | editar código-fonte]

O Teatro foi inaugurado em 8 de outubro de 1930[7] na cidade de Ribeirão Preto com a apresentação do filme "Alvorada do Amor". Em plena crise econômica, o teatro tinha capacidade para 2000 pessoas quando da inauguração[5]. Sua designação homenageia o último imperador do Brasil, D. Pedro II, e foi escolhido pela população da cidade, através de um concurso feito pelo jornal A Cidade, o principal do município.[6]

Por mais de 30 anos, o Pedro II foi o principal polo cultural do município.[5] Havia passagens secretas no teatro, utilizadas por pessoas da alta sociedade. As passagens ligavam o teatro aos hotéis que ficavam ao lado do prédio.[6] Entre as décadas de 1950 e 1970, o subsolo do teatro foi transformado em salão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.[8]

Decadência e incêndio[editar | editar código-fonte]

Na década de 1970, o prédio foi arrendado por uma companhia exibidora de filmes, e o prédio passou por uma reforma que o descaracterizou. Vários elementos decorativos foram destruídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriram camarotes, frisas e galerias laterais para transformá-lo em cinema. Dos seus 2.000 lugares restaram apenas 800. Em 1978, o teatro já estava fechado ao público devido ao péssimo estado de conservação[5].

Em 15 de julho de 1980[8], um incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo-se o teto. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto chegou a fazer um concerto de protesto, quatro meses depois do incêndio, sob a regência do Maestro Isaac Karabtcheswski e Lutero Rodrigues, atraindo cerca de 10 mil pessoas[5].

Tombamento e reforma[editar | editar código-fonte]

Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto no Theatro Pedro II.
Interior do Theatro Pedro II.

Graças a uma grande mobilização da sociedade local, no dia 7 de maio de 1982[8], o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (CONDEPHAAT).[5]

Em maio de 1991, teve início a primeira etapa de restauração e modernização do teatro. Em janeiro de 1993 começou a segunda etapa. Um concerto de música erudita em abril de 1994 arrecadou 10 mil dólares para a recuperação. A reforma durou cinco anos. O restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no segundo maior teatro de ópera do país em capacidade de público. O Pedro II fica atrás apenas do Theatro Municipal de São Paulo.[8]

Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída e a caixa cênica rebaixada em seis metros. Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, oficina de cenário, carpintaria e almoxarifado técnico.

Reinauguração[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 1996, na administração do prefeito Antonio Palocci (PT), o Teatro Pedro II foi reinaugurado com um concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e o Coral do Teatro Colón, de Buenos Aires, apresentando a abertura Il Guarany de Antônio Carlos Gomes e a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, respectivamente sob regência dos maestros Roberto Minczuk e Isaac Karabtchevsky, contando ainda com a presença de Fernando Portari (tenor solista). Em sua nova configuração após a reforma, ocorreram várias melhorias e foi ainda criada e instalada uma nova cúpula da artista plástica Tomie Ohtake, mas todos os demais detalhes do Teatro Pedro II foram reconstruídos e restaurados de acordo com as plantas e demais dados arquitetônicos originais.

Vista do Theatro Pedro II em 2022.

Por sua excelente acústica, o Teatro Pedro II é considerado um dos melhores teatros da América Latina, destacando-se para a realização de concertos sinfônicos e em especial ópera (de acordo com seu projeto inicial), incluindo-se fosso com elevador para orquestra abrigando cerca de sessenta músicos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. SUNEGA, Renata Alves (2005). «Um teatro para o "conjunto harmônico de edifícios monumentais"» (PDF). I Encontro de História da Arte - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 11 de agosto de 2015 
  2. «Institucional». Theatro Pedro II. Consultado em 14 de setembro de 2017 
  3. Como sinal de tradição, a prefeitura prefere manter a grafia arcaica theatro com "th" como figura em sua fachada.
  4. Prefeitura de Ribeirão Preto. «Theatro Pedro II - Sala Principal». Consultado em 22 de julho de 2010 
  5. a b c d e f g http://www.achetudoeregiao.com.br/sp/ribeirao_preto/teatro_pedro_II.htm
  6. a b c http://www.jornalacidade.com.br/lazerecultura/lazerecultura_internaNOT.aspx?idnoticia=963619
  7. Prefeitura de Ribeirão Preto. «Theatro Pedro II - História». Consultado em 22 de julho de 2010 
  8. a b c d http://www.theatropedro2.com.br/institucional.php

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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