Termas de Constantino – Wikipédia, a enciclopédia livre

Termas de Constantino
Termas de Constantino
Termas num desenho em 1575
Termas de Constantino
Planta, também do século XVI
Tipo Termas
Construção Antes de 315
Promotor / construtor Constantino
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização VI Região - Alta Semita
Coordenadas 41° 53' 54" N 12° 29' 14" E
Termas de Constantino está localizado em: Roma
Termas de Constantino
Termas de Constantino

Termas de Constantino (em latim: Thermae Constantinianae) eram termas construídas no monte Quirinal, em Roma, por Constantino, provavelmente antes de 315[1][2].

História[editar | editar código-fonte]

O último dos complexos termais de Roma, as Termas de Constantino foram construídas numa área irregular entre o Vico Longo, a Alta Semita, o Clivus Salutis e o Vicus Laci Fundani. Como o local era uma encosta, foi necessário demolir casas do século IV que existiam no local (sob as quais foram encontradas ruínas de casas dos séculos II e III) para permitir que o terreno fosse nivelado[3]. Por causa destas condições peculiares, estas termas tinham uma planta diferente das demais termas da cidade — não havia antessalas flanqueando o caldário, por exemplo, pois o terreno era muito estreito. O edifício estava orientado num eixo norte-sul para que ele fosse aquecido pelo calor do sol; as entradas principais estavam na fachada oeste, com um lance de escadas ligando o cume da colina ao Campo de Marte, e no meio da fachada norte.

Como a principal estrutura ocupava todo o espaço entre as ruas para o leste e oeste, havia uma área circunscrita ao longo da fachada limitada ao norte por uma linha curva, uma área que hoje é ocupada pelo Palazzo della Consulta. O frigidário parece também ter se alinhado no eixo norte-sul ao invés do eixo leste-oeste e, atrás dele estavam o tepidário e o caldário, ambos circulares.

A única referência a estas termas na literatura antiga está em Amiano Marcelino (xxvii.3.8). Elas também foram mencionadas no chamado "Intinerário Einsiedeln" (1.10; 3.6; 7.11).

Século V[editar | editar código-fonte]

A estrutura sofreu bastante com incêndios e terremotos em seu primeiro século de vida e foi restaurada em 443 pelo prefeito urbano de Roma Petrônio Perpena Magno Quadratino[4], quando possivelmente as estátuas colossais dos Dióscuros e cavalos, atualmente na Piazza del Quirinale, foram colocadas no local[5]. As termas provavelmente permaneceram em uso até a Guerra Gótica (535-554), quando todos os aquedutos de Roma foram cortados pelos ostrogodos.

Redescoberta[editar | editar código-fonte]

Uma parte significativa ainda estava de pé no começo do século XVI, suficiente para permitir que os arquitetos da época fizessem desenhos das ruínas e inferissem sua planta; estes são as fontes principais de informações sobre a estrutura[6]. As ruínas foram quase completamente destruídas entre 1605 e 1621 durante a construção do Palazzo Rospigliosi, mas alguns vestígios foram encontrados um século depois[7] e a partir de 1870[8]. Alguns destes podem ser visto atualmente no subterrâneo do Casino dell'Aurora.

Obras de arte[editar | editar código-fonte]

Muitas importantes obras de arte foram descobertas no local, entre elas as estátuas de bronze conhecida como "Boxeador do Quirinal" e a de um atleta, ambas atualmente no Museo Nazionale Romano (nas Termas de Diocleciano), duas estátuas de Constantino, uma delas no nártex de Arquibasílica de São João de Latrão e outra na balaustrada da Piazza del Campidoglio (Cordonata Capitolina), uma estátua de Constantino II, filho de Constantino, também na Piazza del Campidoglio e duas estátuas (o "Nilo" e o "Tibre") no fundo da fonte do Palazzo Senatorio[9].

Os afrescos que estavam no Palazzo Rospigliosi até 1929[10] e atualmente no Museo Nazionale são de um edifício mais antigo, possivelmente a Casa de Cláudio (Domus Claudiorum).

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Aurélio Vítor Caes. 40
  2. Not. Reg. VI
  3. Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma 1876, pp. 102‑106
  4. CIL VI, 1750
  5. Mitteilungen des Deutschen Archaologischen Instituts, Romische Abteilung, 1898, pp. 273‑274; 1900, pp. 309‑310
  6. Serlio, Architettura iii.92; Palladio, Le Terme, pl. XIV.; Dupérac, Vestigii, pl. 32; R. Lanciani, Storia degli Scavidi Roma (Rome, 1902-12), Vol. III, pp.196‑197; Ant. van den Wyngaerde, Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma 1895, pls. VI.-xiii.; H. Jordan, Topographie der Stadt Rom in Altertum (Berlin: 1906), Vol. I Part 3, p. 439 n 131
  7. Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, 1895, p. 88; H. Jordan, Topographie der Stadt Rom, Vol. I, Part 3, p. 440, n133
  8. Notizie degli Scavi di Antichita comunicate alla R. Accademia dei Lincei 1876, 55, 99; 1877, 204, 267; 1878, 233, 340
  9. CIL VI, 1148, CIL VI, 1149, CIL VI, 1150; F. Matz and F. von Duhn, Antike Bildwerke in Rom (1881-1882), p. 1346; W. Helbig, Fuhrer durch die offentlichen Sammlungen Roms, Third edition 3 (revised by Amelung), Vol. I p. 411
  10. Matz-Duhn, p. 4110; Papers of the British School at Rome Vol. VII, pp. 40‑44; Mitteilungen des Deutschen Archaologischen Instituts, Romische Abteilung, 1911, p. 149

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • H. Jordan, Topographie der Stadt Rom, pp. 438‑441;
  • Rheinisches Museum fur Philologie, Neue Folge, 1894, 389‑392;
  • O. Gilbert, Geschichte und Topographie der Stadt Rom in Altertum (Leipzig 1883-1890), vol. III p. 300;
  • Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft, vol. IV, 962‑963;
  • Reber, Die Ruinen Roms, 2nd ed. (Leipzig, 1879), pp. 496‑500;
  • Memorie della Classe di Scienze Morali, Storiche e Philologiche della R. Accademia dei Lincei, series 5, 17 (1909), pp. 534, 535.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]