Tereza Costa Rêgo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tereza Costa Rêgo
Nascimento 28 de abril de 1929
Recife
Morte 26 de julho de 2020 (91 anos)
Recife
Cidadania Brasil
Ocupação pintora
Prêmios
Causa da morte acidente vascular cerebral

Tereza Costa Rêgo (Recife, 28 de abril de 1929Recife, 26 de julho de 2020) foi uma pintora brasileira.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Começou a estudar pintura na Escola de Belas Artes aos 15 anos. Em 1950, conseguiu expor sua primeira obra, no Museu do Estado de Pernambuco, e recebeu um prêmio da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1962, já tendo conquistado três prêmios do Museu do Estado e um da Sociedade de Arte Moderna, realizou a sua primeira grande exposição individual, na Editora Nacional, ainda assinando suas obras como "Terezinha".[2]

No mesmo ano, separou-se do primeiro marido, José Gondim Filho, com quem tivera duas filhas, para viver com Diógenes Arruda Câmara, dirigente do Partido Comunista do Brasil. Tereza pertencia a uma tradicional família pernambucana. Ao deixar o casamento, para casar-se com Diógenes, foi deserdada e perdeu a guarda das filhas. O novo casal foi para São Paulo e deu-se uma grande mudança na sua vida pessoal: “fui morar com ele, saindo de uma casa com 11 empregados, para um apartamento que tinha 4 por 6 metros, uma mini-cozinha e um banheiro. O apartamento tinha um monte de livros até o teto, um colchão no chão e um ramo de rosas sobre ele”[3]. Tereza formou-se em História na USP e passou a trabalhar como paisagista.

A perseguição política que se seguiu ao golpe militar de 1964 levou Tereza para a clandestinidade. Diógenes, preso em 1969, só foi solto em 1972. O casal seguiu para o Chile, mas a derrubada de Salvador Allende e a ditadura militar de Pinochet forçaram a uma nova fuga, desta vez para a França.

Em Paris, Tereza continuou pintando, usando o pseudônimo de "Joanna". Com Diógenes, esteve ao lados dos líderes da Revolução do 25 de Abril, em Portugal[4]. Ao mesmo tempo, fez o doutorado em História na Sorbonne, com uma tese sobre o proletariado brasileiro.[5]

Em 1979, com a anistia, os dois voltaram para o Brasil. Diógenes morreu pouco depois, e Tereza foi morar mais uma vez em Pernambuco, abrindo um ateliê em Olinda. Dirigiu o Museu Regional, o Museu do Estado e o Museu do Mamulengo.[6] Dá nome a uma galeria do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, dedicada a exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais.[7]

Morreu no Recife no dia 26 de julho de 2020, vítima de um AVC.[8][9]

Obra[editar | editar código-fonte]

A pintura de Tereza Costa Rêgo retrata o imaginário popular pernambucano, com um estilo em que o escritor Ariano Suassuna identificou marcas do Barroco e em que a própria artista confessa uma influência do espanhol Francisco Goya.

O corpo da mulher é um dos seus temas constantes, assim como procissões, igrejas, santos, a paisagem de Olinda e Recife e os animais.[10]

Entre suas obras destacam-se as séries 7 luas de sangue (1988-1989) e Bordel (1992-2009), além do painel em acrílico O apocalipse de Tereza (2008-2009).

Referências

  1. Tereza Costa Rêgo. O Nordeste
  2. Tereza Costa Rêgo quadro a quadro. Prefeitura de Olinda, 15 de agosto de 2003
  3. «Diógenes Arruda: O guerreiro sem repouso (2)». Vermelho. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  4. «Tereza Costa Rego - Artista Plástica, Militante Comunista, Feminista». Via Esquerda. 1 de agosto de 2020. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  5. Tereza Costa Rêgo - Ordem do Mérito Cultural, 9 de novembro de 2011
  6. Tereza Costa Rêgo. Pernambuco A-Z
  7. Museu de Arte Contemporânea Arquivado em 3 de fevereiro de 2014, no Wayback Machine. - Fundarpe
  8. «Morte de Tereza Costa Rêgo». JC. 26 de julho de 2020. Consultado em 26 de julho de 2020 
  9. «Artista plástica Tereza Costa Rêgo morre, aos 91 anos, no Recife». G1. 26 de julho de 2020. Consultado em 27 de julho de 2020 
  10. Uma mulher em três nomes. Portal Vermelho, 2 de março de 2012

Ligações externas[editar | editar código-fonte]