Teatro Sá da Bandeira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Teatro de Sá da Bandeira
Teatro de Sá da Bandeira
Apresentação
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Estatuto patrimonial
Monumento de Interesse Público (d) ()Visualizar e editar dados no Wikidata
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O Teatro Sá da Bandeira é a casa de espetáculos mais antiga da cidade do Porto,[1] com capacidade para 786 pessoas e aberto em 1846, foi responsável pela primeira apresentação de filmes produzidos em língua portuguesa[2] (em 12 de Novembro de 1896, por Aurélio Paz dos Reis), e converteu-se logo nos primeiros anos da sua abertura em palco dalgumas das maiores estrelas do teatro mundial[3] do século XIX, tais como Sarah Bernhardt, Julián Gayarre e Antonio Scalvini.

Também designado inicialmente por Teatro-Circo e depois por Teatro do Príncipe Real, está classificado como Monumento de Interesse Público desde 2020.[4]

História[editar | editar código-fonte]

A 4 de Agosto de 1846, é inaugurado como Teatro Circo, um barracão de madeira, mandado construir por D. José Toudon Ferrer Catalon para a sua companhia equestre.

Em 1867 foi demolido para se fazer outro de pedra e cal, por sua vez substituído, dez anos depois, pelo edifício que chegou até aos nossos dias. Até à abertura da rua Sá da Bandeira, em finais da década 1870, quando foi construída a sua fachada para aquela rua, o teatro tinha acesso apenas pela então rua de Santo António, por umas escadas que ainda existem. Por essa altura passou a chamar-se Teatro-Circo do Príncipe Real.

Foi, se não se considerar o Teatro São João, considerado o melhor teatro da cidade do Porto. Aí se apresentou, em novembro de 1895, Sarah Bernhardt, com várias peças entre as quais "A Dama das Camélias" e "Fedora"; foi aí a primeira apresentação, no Porto, do Animatógrafo («do electricista Sr. Rousby» em 17 Julho de 1896) e também aí, a 12 de novembro de 1896, que Aurélio da Paz dos Reis apresentou os primeiros filmes realizados por um português.

Em outubro de 1910, uma semana depois da implantação da República, troca o nome de Teatro do Príncipe Real pelo de Teatro Sá da Bandeira.

Um dos seus mais notáveis empresários foi Afonso Taveira, que viria a morrer de apoplexia, em plena plateia do teatro, quando dirigia o ensaio geral da revista "O dia de Juízo" de Eduardo Schwalbach. Porém, em 1909 surge o seu maior mentor: Arnaldo Moreira da Rocha Brito grande empresário "livre-pensador" que foi empresário deste teatro até à sua morte, em 1970, completando 60 anos de gerência. Destaca-se este homem do Porto por ter sido também o primeiro arrendatário do Coliseu do Porto, tendo mantido essa gestão durante 8 anos e saindo por não pactuar com o politicismo salazarista de então. Foi um dos primeiros, se não o primeiro teatro do Porto, a usar iluminação elétrica em vez da iluminação a gás.

Em maio de 1899, quando ali se apresentou a Companhia de Teatro Nacional D. Maria II de Lisboa, os cartazes anunciantes continham a indicação de que "Em todos os espetáculos desta companhia, a sala e o palco são iluminados por luz elétrica, o que proporciona aos espectadores uma temperatura agradável".

Em abril de 2009 foi posto à venda por 5,5 milhões de euros.

Em 23 de junho de 2017, a Câmara Municipal do Porto comprou o teatro por 2,1 milhões de euros aos cerca de 60 proprietários do espaço, herdeiros de cinco famílias.[5]

A Câmara do Porto desencadeou junto da Direção-Geral do Património Cultural um processo de classificação, atribuindo-lhe também a distinção como Entidade de Interesse Histórico e Cultural ou Social Local.

Em março de 2019, a Câmara do Porto decidiu vender em hasta pública o teatro pelo valor base de licitação de 2,190 milhões de euros, por considerar "esgotada a utilidade de manter no património público o edifício em questão"[6].

Foi comprado pela Livraria Lello em 30 maio 2019 por 3,5 milhões de euros[7][8].

Características[editar | editar código-fonte]

O edifício integra, para além do teatro, três lojas, e tem um total de cinco mil metros quadrados de área coberta.

Para além da sala principal, o teatro tem mais duas salas de cinema.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. «DGPC | Pesquisa Geral». www.patrimoniocultural.gov.pt. Consultado em 21 de maio de 2020 
  2. «Teatro Sá da Bandeira». Comércio com História. Consultado em 21 de maio de 2020 
  3. «Restos de Colecção: Teatro Sá da Bandeira no Porto». Restos de Colecção. 13 de setembro de 2017. Consultado em 21 de maio de 2020 
  4. Ficha na base de dados SIPA/DGPC
  5. «Câmara do Porto compra Teatro Sá da Bandeira por dois milhões de euros» 
  6. «Câmara do Porto quer vender em hasta pública Teatro Sá da Bandeira» 
  7. «Livraria Lello compra Teatro Sá da Bandeira por 3,5 milhões de euros». www.dn.pt. Consultado em 30 de maio de 2019 
  8. «Livraria Lello compra Teatro Sá da Bandeira por 3,5 milhões de euros». www.jn.pt. Consultado em 30 de maio de 2019 
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