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Teatro Meridional
Localização Rua do Açúcar 64, Lisboa
Tipo Teatro
Inauguração 1992 / 2005
Website www.teatromeridional.net

O Teatro Meridional é uma companhia de teatro portuguesa. Fundado em 1992, fixou-se em 2005 num antigo armazém camarário na Rua do Açúcar, em Lisboa.[1] Em 2010, recebeu o importante Prémio Europa Novas Realidades Teatrais, da União dos Teatros da Europa.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Vocação[editar | editar código-fonte]

É uma companhia portuguesa vocacionada para a itinerância, que procura nas suas montagens um estilo marcado pelo protagonismo do trabalho de interpretação do actor.[carece de fontes?] Está sedeada na zona de Marvila, em Lisboa.[3]

Linha de actuação[editar | editar código-fonte]

As principais linhas de actuação artística do Teatro Meridional prendem-se com a encenação de textos originais (lançando o desafio a autores para arriscarem a escrita dramatúrgica), com a criação de novas dramaturgias baseadas em adaptações de textos não teatrais (com relevo para a ligação ao universo da lusofonia, procurando fazer da língua portuguesa um encontro com a sua própria história), com a encenação e adaptação de textos maiores da dramaturgia mundial, e com a criação de espectáculos onde a palavra não é a principal forma de comunicação cénica.[carece de fontes?] Um dos actores que participou no Teatro Meridional foi Filipe Duarte.[4]

Itinerância[editar | editar código-fonte]

Realizou até à data 61 produções, tendo já apresentado os seus trabalhos em vinte países - Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, EUA, França, Itália, Jordânia, Marrocos, México, Paraguai, Roménia, Rússia, Timor, Uruguai - para além de realizar uma itinerância anual por Portugal Continental e ilhas.[carece de fontes?]

História[editar | editar código-fonte]

O Teatro Meridional foi fundado em 1992 pelo actor e encenador Miguel Seabra em conjunto com dois cidadãos espanhóis e um italiano, que posteriormente deixaram de fazer parte da companhia.[5] A primeira peça foi Ki Fatxiamu Noi Kui, uma frase italiana com erros ortográficos deliberados, correspondente à expressão portuguesa o que fazemos nós aqui?.[6]

Na Década de 2000, o Teatro Meridional iniciou o programa Províncias do Teatro Meridional, criado no âmbito da iniciativa cultural Comédias do Minho, formado em 2003 por cinco autarquias da região do Alto Minho.[7] Este programa incluiu as peças Para Além do Tejo (2003-04), Por Detrás dos Montes (2006), Por causa da muralha, nem sempre se consegue ver a Lua (2012), e Ca-Minho, em Janeiro de 2020.[7][8] Em 2001, estreou a peça Feira dell´Arte, escrita pelo dramaturgo Mário Botequilha.[9] Entre 2002 e 2003, apresentou a peça O relato de Alabad, um monólogo escrito e interpretado por Nuno Pino Custódio, e encenado por Miguel Seabra.[10]

Em 2012, foi estreada a peça O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão, da autoria de Eric-Emmanuel Schmitt, com música original ao vivo de Rui Rebelo e encenação de Miguel Seabra.[11] Em 2018, o Teatro Meridional foi alvo de uma homenagem e responsável pela animação durante a décima edição do Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa, no Rio de Janeiro, tendo organizado a peça As Centenárias, o recital de poesia Elas e dois workshops.[12] Nesta altura, a companhia comemorou o seu 26.º aniversário, durante os quais tinha sido responsável por 58 produções em vinte países.[12] Em Setembro de 2019 organizou a peça Kiki van Beethoven, igualmente escrita por Eric-Emmanuel Schmitt.[13] Em 3 de Dezembro de 2019, o jornal Público noticiou que no ano seguinte o Teatro Meridional iria colaborar na iniciativa Maratona Santareno, onde seriam feitas leituras de obras de Bernardo Santareno na Escola das Mulheres, no âmbito das comemorações do centenário do escritor.[14]

Em 9 de Novembro de 2020, o jornal on-line Infocul noticiou que o Teatro Meridional iria regressar à actividade presencial em 26 de Novembro de 2020, com a peça Os Silvas, encenada por Miguel Seabra, com texto de Mário Botequilha, música de Rui Rebelo, e cenografia de Maria João Castelo.[3] Em 7 de Novembro, o jornal Rostos informou que o 37.º Festival de Teatro do Seixal iria ser encerrado com a peça O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão, do Teatro Meridional.[15]

Prémios e homenagens[editar | editar código-fonte]

Em 2018, a companhia do Teatro Meridional já tinha acumulado 43 prémios.[12] Em 2010, foi condecorado com o Prémio Europa Novas Realidades Teatrais, da União dos Teatros da Europa, que foi considerada pelo crítico do jornal Público, Tiago Bartolomeu Costa, como «o mais importante prémio de teatro que existe na Europa», elevando o «Teatro Meridional ao patamar de uma das mais importantes e influentes companhias na Europa».[16]

Em 2012, a peça O Sr. Ibrahim e as Flores do Corão, do Teatro Meridional, recebeu o Prémio do Público do Festival de Teatro de Almada.[17]

Peças[editar | editar código-fonte]

Ano Peça Encenação Elenco Companhia
2003-04 Para Além do Tejo Teatro Meridional
2006 Por Detrás dos Montes Teatro Meridional
2012 Por causa da muralha, nem sempre se consegue ver a Lua Teatro Meridional
2015 Colectividade Natália Luíza Teatro Meridional
2015 Al Pantalone Miguel Seabra Guilherme Noronha, Rui M. Silva, Sofia Correia e Vitor Alves da Silva Teatro Meridional
2016 Contos em viagem - Macau Natália Luiza Margarida Belo Costa, Romeu Costa e Rui Rebelo Teatro Meridional
2020 Ca-Minho Teatro Meridional

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Agenda Cultural de Lisboa (Novembro de 2015).
  2. SANTOS, Paula (10 de Maio de 2011). «Teatro: Mostra internacional de Santo André estende-se a todos os municípios do litoral alentejano». SIC Notícias. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  3. a b «Teatro Meridional regressa à actividade presencial com 'Os Silvas'». Infocul. 9 de Novembro de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  4. «Ator Filipe Duarte morre aos 46 anos». Porto Canal. 17 de Abril de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  5. DIAS, Ana Sousa (30 de Maio de 2017). «"O teatro tem de ser sempre inteiro, integral, a 100 por cento todos os dias e a cada palavra"». Diário de Notícias. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  6. CAETANO, Maria João (18 de Janeiro de 2017). «Miguel Seabra ainda pergunta o que faz aqui 25 anos depois». Diário de Notícias. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  7. a b «'Ca-Minho' no Teatro Meridional a partir de quinta-feira». Notícias ao Minuto. 8 de Janeiro de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  8. «Crítica de Teatro: Ca_Minho». Sábado. 22 de Janeiro de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  9. «Peça "Feira dell'arte" estreia-se na quarta-feira no Teatro Meridional». SAPO 24. 7 de Maio de 2018. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  10. «Estação Teatral do Fundão leva peça a feira de teatro em Espanha». Diário Digital Castelo Branco. 21 de Agosto de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  11. «"O sr. Ibrahim e as flores do Corão": peça regressa ao Teatro Meridional». SAPO. 4 de Março de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  12. a b c «Festlip chega à 10ª edição e homenageia no Rio companhia portuguesa de teatro». Portugal Digital. 25 de Outubro de 2018. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  13. SANTOS, Cláudia Marques (18 de Setembro de 2019). «As pedras no caminho em "Kiki van Beethoven", no Teatro Meridional, em Lisboa». Visão / SAPO. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  14. «Centenário de Bernardo Santareno assinalado em 2020 por todo o país». Público. 3 de Dezembro de 2019. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  15. «Festival de Teatro do Seixal - 37.ª edição arranca dia 13 de novembro e apresenta 11 peças». Rostos. 7 de Novembro de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  16. «Prémio europeu para o Teatro Meridional». Público. 13 de Outubro de 2010. Consultado em 13 de Novembro de 2020 
  17. «Onze peças preenchem 37.º Festival de Teatro do Seixal que começa sexta». Infocul. 12 de Novembro de 2020. Consultado em 13 de Novembro de 2020 

Ligação externa[editar | editar código-fonte]