Tarairiús – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tarairiú

(Otxukayone/Otshicayaynoe)

Dança dos Tarairiú, por Albert Eckhout (séc. XVII)

"A Mulher Tarairiú, por Albert Eckhout (séc. XVII)

"O Homem Tarairiú, por Albert Eckhout (séc. XVII)
População total

Mais de 22 mil indígenas (dados da SESAI e censo de 2022)

Regiões com população significativa
 Rio Grande do Norte
 Paraíba
 Ceará
 Piauí
 Pernambuco
 Alagoas
Línguas
Língua Ketsekrá, Tarairiú, Paratió, Isolada
Religiões
Catimbó, Jurema, Animismo, Pajelança
Etnia
Paratiós, Mañari, Arykeumas, Wanasewasug, Tschering, Weletyawa, Pritiyaba, Arigopygh, Dremenge, Juckryjou, Kereyjou, Aponoryjou
Grupos étnicos relacionados
Ariú, Camuçu, Corema, Xukurú, Janduí, Javó, Kanindé, Jenipapo-açú, Jenipapo-Kanindé, Pêgas, Payakú, Areriús, Paiíns, Panati, Caratiús, Panacu-açú e Tukariju

Tarairiú (Otxukayone) são uma nação indígena que habita os estados brasileiros do Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Piauí, Alagoas e Pernambuco. Residiam na região da caatinga sobre o Planalto da Borborema, Serra da Rajada, Serra de Makaguá e nas ribeiras de rios Otschunogh (Piancó/Piranhas/Açu), Seridó, Sabugi, Apodi, Jaguaribe, Ipanema e Pajeú havendo se desenrolado sobre o Kuniageya (Ribeira do Rio Açú) e Seridó o Levante Geral Otxukayone (Guerra do Açu). Eles se autodenominavam Otxukayone.

Os Tarairiú formam, segundo historiadores um grupo linguístico distinto dentre os povos originários do nordeste brasileiro, e seriam, linguisticamente, uma língua isolada (URBAN, 1992) ao lado dos Karirí. Os Tarairiú foram retratados pelo artista neerlandês Albert Eckhout em sua caracterização dos tapuias. Outro que também os retratou foi Elias Herckmans em seu livro «Descripção geral da Capitania da Parahyba», publicado em 1639, quando este era administrador da Paraíba.[1]

Características gerais[editar | editar código-fonte]

Tarairiú é um dos grupos indígenas sobre os quais se tem mais informações na América. Os aldeamentos tarairiús geralmente denominavam-se de acordo com o nome com que se chamava sua principal liderança, como se observa nos casos dos Janduí, Payakú e Kanindé.

Ao se observar os Janduís pode-se notar algumas características que se considera comuns entre os povos Tarairiús: eram em geral nômades, pois desciam ao litoral na época da safra de caju, e praticavam a caça e a colheita de mel.

Usavam como armas propulsores de lança e bordunas. Praticavam agricultura de milho, fumo, legumes, abóboras em forma de bilha e mandioca, e fumigavam as sementes e o campo através do plantio. Os grupos eram geralmente divididos em duas metades. A divindade sagrada de sua nação é Otxá (Uxá/Houcha/Taúba).

Detinham a técnica de assar alimentos com brasas enterradas. Possuem o rito de iniciação da Korroveara (corrida de toras de Carnaúba), rito de passagem para a fase adulta.

História[editar | editar código-fonte]

Homem Tarairiú (tapuia), por Albert Eckhout
Mulher Tarairiú (tapuia), por Eckhout

A Nação Tarairiú-Otxukayone é composta por 22 povos. Aguerridos, lutaram ao lado dos neerlandeses contra o domínio colonial português durante os séculos XVII e XVIII.

Os invasores portugueses tentaram invadir o território Tarairiú, mas foram duramente combatidos no período entre 1630 e 1730, na que é considerada por alguns a maior guerra indígena no país.

Grupos afiliados[editar | editar código-fonte]

Presumivelmente[editar | editar código-fonte]

  • Corema - Paraíba
  • Panati - Paraíba e RN
  • Pêgas - Rio Grange do Norte
  • Caratiús - Sertão da Paraíba e Ceará
  • Panacú-açú - Rio Grande do Norte
  • Xukurú-Karirí - Palmeira dos Índios/AL

Fontes[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Elias Herckmans (1639). «Descripção geral da Capitania da Parahyba (Herckman 1886)». Biblioteca Etnolinguística. Consultado em 7 de março de 2014 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]