Supremacismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Membros da Nação do Islã em Londres, março de 1999

Supremacismo é a crença de que um determinado grupo de pessoas é superior a todos os outros.[1] Supremacismo implica as formas particulares de crença na superioridade ou domínio natural de uma categoria de seres sobre outras, simplesmente porque alguém pertence ou se supõe pertencer a esta categoria, real ou suposta, refletindo-se na prática através da imposição de uma elite na frente de outras comunidades que são legal ou factualmente discriminadas.

Supremacismo Árabe[editar | editar código-fonte]

É a crença na superioridade racial, cultural e étnica dos árabes sobre os não árabes do Oriente Médio, como africanos, negros, curdos, turcos e persas.[2] A ideia da supremacia árabe surgiu com maior força após a destruição do Império Otomano, tendo suas raízes em várias ideologias como o pan-arabismo. O pan-arabismo é uma ideologia que promove a criação de um estado árabe que tem uma língua, cultura e etnia unificadas. Como qualquer ideologia que prega a unidade étnica em uma área multiétnica, o pan-arabismo foi usado como justificativa para o racismo contra os não árabes.[3]

Supremacismo branco[editar | editar código-fonte]

Marcha de integrantes da KKK em Washington, DC em 1928

É a crença de que os brancos são superiores às outras raças. As diferentes formas de supremacia branca levantam diferentes concepções de quem é considerado branco ao identificar, os grupos de supremacia branca, várias raças e inimigos étnicos em pessoas de ascendência africana, povos indígenas da América e Austrália e judeus.[4] O termo também é usado para descrever o desenvolvimento dessa crença em uma ideologia política que impõe e mantém a discriminação social, política, histórica ou institucional posta em prática por meio de estruturas socioeconômicas e jurídicas como o comércio de escravos no Atlântico, leis de Jim Crow nos Estados Unidos, a política da Austrália Branca e o apartheid na África do Sul.[5][6] Grupos como os neonazistas e o KKK foram apontados como supremacistas brancos.

Supremacismo indígena[editar | editar código-fonte]

É a crença de uma superioridade racial e cultural por parte dos povos indígenas contra outros grupos raciais, inclusive mestiços. O movimento etnocacerista desenvolve uma teoria que busca confrontar os indígenas contra os brancos onde tudo relacionado ao homem branco é destruído.[7]

Supremacismo negro[editar | editar código-fonte]

É a crença da supremacia racial de que os negros são superiores às pessoas de outras raças. A supremacia negra foi defendida pelo pregador jamaicano Leonard Howell no tratado do Movimento Rastafari de 1935, The Promised Key, onde ele se opôs às crenças da supremacia branca e defendeu a destruição dos governos brancos.[8] Outro grupo identificado como supremacista negro é o Nação do Islã,[9] que manifesta uma “teologia da superioridade inata dos negros sobre os brancos”,[10] além de um forte anti-semitismo.[9][11][12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Definition of SUPREMACIST». www.merriam-webster.com (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2020 
  2. Whitaker, Brian (8 de setembro de 2006). «The race taboo». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  3. «Pan-Arabism - Bibliography». science.jrank.org (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2020 
  4. Flint, Colin (2004). Spaces of Hate: Geographies of Discrimination and Intolerance in the U.S.A. [S.l.]: Routledge. p. 53 
  5. Wildman, Stephanie M. (1996). Privilege revealed : how invisible preference undermines America. [S.l.]: New York : New York University Press 
  6. Helms, Janet (2016). "An election to save White Heterosexual Male Privilege". [S.l.]: Latina/o Psychology Today. 3. pp. 6–7 
  7. Alvarado, Mariana (2009). «La invención del etnocacerismo: populismo radical en el Perú» (PDF) 
  8. Bogues, Anthony (2003). Black Heretics, Black Prophets: Radical Political Intellectuals (em inglês). [S.l.]: Psychology Press 
  9. a b «Former Nation of Islam leader dies at 74». NBC News (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2020 
  10. «Nation of Islam | Southern Poverty Law Center». web.archive.org. 11 de outubro de 2019. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  11. «Nation of Islam Leader Reprises "Vintage" Anti-Semitism; ADL Says Farrakhan's Racism 'As Ugly As It Ever Was'». Anti-Defamation League (em inglês). Consultado em 5 de novembro de 2020 
  12. «Stephen Roth Institute: Antisemitism And Racism». web.archive.org. 12 de janeiro de 2012. Consultado em 5 de novembro de 2020