Stephen Kanitz – Wikipédia, a enciclopédia livre
Stephen Kanitz | |
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Nascimento | 1946 São Paulo |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | |
Ocupação | economista, jornalista, escritor |
Prêmios |
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Stephen Charles Kanitz (São Paulo, 31 de janeiro de 1946) é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em 1974 foi um dos precursores de análise de risco e crédito com seu artigo "Como Prever Falências", na Revista Exame 12/1974 que ficou conhecido como o Termômetro de Kanitz. A análise de risco abriu a possibilidade de se estender crédito a pequenos empresários e pessoas mais pobres, antes somente disponível aos mais ricos da população.
Em 1974 criou a edição anual Melhores e Maiores da revista Exame, determinando cientificamente as empresas com melhor desempenho global de cada ano, iniciando no Brasil o movimento conhecido como benchmark.
Desde 1974 acompanha as 500 empresas desse país, que representam 20% do PIB, considerado o mais completo banco de dados de empresas no Brasil.
Introduziu o uso de planilhas eletrônicas em pesquisas de Economia, com a publicação "Renegociação da Dívida Externa Brasileira", permitindo simulações de 30 anos para frente em segundos.
Na previsão publicada em 1982, a estimativa para Reservas Financeiras em 2015 foi calculada em 350 bilhões de dólares, incrivelmente próximo do que ocorreu 30 anos depois, mostrando o poder dessa nova forma de se fazer Ciência Econômica.
Nessas simulações, variando a taxa de inflação americana, percebeu que o problema da dívida não era nosso, e sim do fato de economistas americanos incorporarem a inflação prevista na taxa de juros, e não nas amortizações futuras. Estávamos antecipando inadvertidamente até esse estudo, o pagamento das amortizações.
Como consequência, propôs um Plano de Renegociação onde os juros seriam juros reais, em troca de pagarmos a dívida sem erosão inflacionária.
Proposta foi elogiada em editorial na Revista Euromoney, e Kanitz foi convidado a renegociar a dívida pelo Ministro de Planejamento, João Sayad, de quem foi subsecretário.
Em 1988 João Sayad e Kanitz, tiveram uma reunião com Paul Volcker, onde a ideia foi aprovada e Volcker deu o apoio necessário.
Uma vez no governo, Kanitz contratou a Towers Perrin para oferecer Inflation Proof Bonds aos Fundos de Pensão, especialmente para Fundos de empresas americanas com filiais no Brasil.
A taxas de 3,5%, quando o juro nominal na época era de 16%, razão da crise.
Numa negociação com a IBM Kanitz fechou uma primeira intenção de compra, no valor de 1 bilhão, a juros de 3,5%, e outra com o Midland Bank.
Com essas operações feitas, o “proof of concept”, a ideia era tornar o resto da dívida compulsório aos demais bancos, aos mesmos juros de 3,5% ao ano.
Infelizmente, o Ministro Dilson Funaro, o próprio Ministro João Sayad, e o Presidente do Banco Central, declararam a Moratória da Dívida Externa com os bancos, afugentando assim qualquer aporte por Fundos de Pensão.
Essa foi a verdadeira causa das duas décadas perdidas de crescimento baixo e inflação, até vir o Plano Real.
Em 1984, criou outra planilha econômica com 25 variáveis, para prever a inflação brasileira.
Graças às inúmeras simulações instantâneas possíveis, Kanitz constatou que nossa inflação é mal calculada, superestimando a inflação quando ela sobe, e subestimando a inflação quando ela cai. Vide Superestimação da Inflação.
Descobriu assim que nossos institutos de pesquisa da inflação não trazem a valor presente os preços a prazo, como o famoso “10 vezes sem juros”.
Incluem até hoje uma Televisão de R$ 2.800,00 a vista, pelo seu preço a prazo de R$ 3.000,00 “sem juros”, superestimando a inflação quando os juros sobem.
Por isso, nossas políticas monetárias fracassaram, restando somente austeridade fiscal como solução para a inflação.
Em 1992 foi um dos líderes que disseminaram o conceito de Responsabilidade Social das Empresas, criando o primeiro site de voluntariado, www.voluntarios.com.b[1] r, e o primeiro site de doações on line na internet, o www.filantropia.org.
Em 1995 criou o Prêmio Bem Eficiente[2], que anualmente premia as 50 melhores entidades beneficentes do Brasil e ajudou a colocar o terceiro setor na agenda jornalística do país.
Foi do Conselho do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, sob a gestão de Lu Alckmin.
Árbitro da BOVESPA na Câmara de Arbitragem do Novo Mercado.
Ex-comentarista econômico da TV Cultura de São Paulo.
Em 1994 publicou O Brasil que Dá Certo, que chegou à 32ª edição e lhe deu o Prêmio Jabuti de 1995.
Devido a esse livro foi convidado a ser colunista da Revista Veja, para escrever sobre coisas boas que ocorrem no Brasil, e se tornou palestrante.
Foi nessa época que escreveu seus melhores artigos, como Ambição e Ética, O Segredo do Casamento, Fazer o Que se Gosta, Relação Pai e Filho nas Empresas Familiares, Família em Primeiro Lugar, Como Escrever Um Bom Artigo, Fazendo a Diferença etc.
No livro "O Brasil Que Dá Certo" foi um dos poucos que previu o sucesso do Plano Real, que iria erradicar definitivamente a inflação no País, que a bolsa cresceria 10 vezes nos 10 anos seguintes, e o futuro empresarial seria fornecer produtos populares para os mercados de baixa renda.[3]
Tornou-se conhecido no Brasil principalmente por sua coluna na revista Veja, entre 1998 e 2009, na seção Ponto de Vista.
Junto com Paulo Secches e Marcos Gouvêa de Souza batalhou para criar uma política industrial voltada às classes C e D com sucesso comprovado, em oposição à política de substituição das importações voltada às classes A e B, justamente os que importavam esses produtos de fora.
Juntos disseminaram essa nova estratégia empresarial nas suas palestras pelo Brasil, e conseguiram mudar o enfoque de centenas de empresários.
Em parceria com Cecilia Akemi, Edison Castilho, Eliseu Martins, Lázaro Plácido Lisboa, Luiz Benatti, Nena Gerusa Cei, Sérgio de Iudícibus, escreveu Contabilidade introdutória (livro-texto e livro-exercício) - Editora Atlas, que vendeu 5 milhões de cópias e se tornou o livro texto de Contabilidade no país.
Outros livros publicados
[editar | editar código-fonte]Controladoria – Teoria e Estudos de Casos – Editora Pioneira, 1976
Como Prever Falências - Editora McGraw-Hill - São Paulo, 1978
O Parecer do Auditor - Editora McGraw Hill - São Paulo, 1979
Contabilidade Intermediária - Editora Atlas - São Paulo - Co-autoria,1981
Brazil - The Emerging Economic Boom - Makron Books - São Paulo, 1995
Ponto de Vista - Editora Senac - São Paulo - Co-autoria, 2000
Os 50 Melhores Artigos - Editora Campus - Rio de Janeiro, 2003
Acontece nas Melhores Famílias - Editora Virgília - 2008 - Co-autoria
Família Acima de Tudo, Thomas Nelson Editora, 2009
A Missão do Administrador, São Paulo, 2015
Prêmios e homenagens recebidos
[editar | editar código-fonte]Personalidade do Ano 2000 - Sindicato dos Contabilistas de São Paulo
Condecorado com a Grã Cruz da Ordem dos Cavaleiros de Malta pro-Mérito Militensi, pelo seu trabalho social promovendo o Prêmio Bem Eficiente.
Prêmio Ateneu Rotário - Rotary Club de São Paulo - 1999
Prêmio Jabuti 1995 - Câmara Brasileira do Livro
Prêmio Aquilles 1995 IBRACON - RS
Prêmio Profissional ANEFAC do ano 1994
Prêmio Abamec Analista Financeiro do Ano
Prêmio Abril de Jornalismo - 1983
Prestou concursos para a carreira docente obtendo os títulos
[editar | editar código-fonte]Master in Business Administration pela Harvard University.
Professor Titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
Referências
- ↑ Domenich, Mirella (28 de outubro de 2001). «Filantropia». Folha de S.Paulo
- ↑ Victoria P Garchitorena, Victoria P Garchitorena (1 de setembro de 1999). «Approaches to evaluating NGOs – some examples from around the world». Alliance magazine. Consultado em 2 de agosto de 2020
- ↑ O Brasil que Dá Certo pp. 66; 88