Soyuz MS-09 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Soyuz MS-09
Insígnia da missão
Soyuz MS-09
Informações da missão
Sinal de chamada Altai
Operadora Roscosmos
Espaçonave Soyuz MS 11F732A48 #739
Número de tripulantes 3
Base de lançamento Baikonuor Pad 1/5
Lançamento 6 de junho de 2018 11:12 UTC[1]
Baikonur, Casaquistão
Aterrissagem 20 de dezembro de 2018 05:02 UTC[2]
Distrito de Zhanaarka
Órbitas 3152[3]
Duração 196d 17h 50m 09s[3]
Altitude orbital 400 km[3]
Inclinação orbital 51.6°[3]
Imagem da tripulação
Prokopyev, Gerst e Auñón-Chancellor
Prokopyev, Gerst e Auñón-Chancellor
Navegação
Soyuz MS-08
Soyuz MS-10

Soyuz MS-09 foi uma missão à Estação Espacial Internacional e a 138ª missão do programa russo Soyuz iniciado em 1967. Ela transportou três astronautas, um russo, um alemão e uma norte-americana, que se integraram à tripulação residente levada no voo anterior, Soyuz MS-08, completando a Expedição 56 na estação. Durante a estadia em órbita os tripulantes também integraram a Expedição 57. O lançamento da espaçonave ocorreu em 6 de junho de 2018. Ela permaneceu acoplada à estação servindo como veículo de escape de emergência durante seis meses e meio e retornou à Terra em 20 de dezembro de 2018. A missão ficou caracterizada por ser o primeiro voo de uma Soyuz à ISS onde foi necessário um reparo externo de emergência na nave.

Tripulação[editar | editar código-fonte]

Posição Cosmo/Astronauta
Comandante Rússia Sergey Prokopyev
Engenheiro de voo 1 Alemanha Alexander Gerst
Engenheira de voo 2 Estados Unidos Serena Auñón-Chancellor

Insígnia[editar | editar código-fonte]

Desenhada por Luc van den Abeelen, o formato circular da insígnia mostra o globo terrestre, dentro do qual pode ser visto a montanha Belukha, o pico mais alto da cordilheira Altai, que é o sinal de chamada da missão. Um trio de cisnes brancos voando sobre a Terra em direção à ISS representa os três tripulantes. As seis estrelas no fundo negro representam os membros que integram sucessivamente as expedições no espaço. A silhueta dourada da estação é mostrada no topo do emblema; abaixo dela estão o nome da espaçonave, com a logomarca da Roskosmos no meio, e os números das expedições que seus tripulantes integrarão. Na borda interna inferior estão os nomes dos tripulantes, com o nome do comandante exatamente abaixo da nave Soyuz desenhada. Na borda externa estão as bandeiras nacionais da tripulação.[4]

Lançamento e acoplagem[editar | editar código-fonte]

A missão foi lançada do Cosmódromo de Baikonur às 11h12 UTC (17h12 hora local) de 6 de junho de 2018. Além dos tripulantes originais, o comandante russo Sergey Prokopyev e o astronauta alemão da ESA Alexander Ferst, ela contou com norte-americana Serena Auñón-Chancellor, transferida da tripulação reserva para a tripulação principal em janeiro em substituição a Jeanette Epps, designada para funções no Centro Espacial Johnson, em Houston.[5] Após dois dias em voo orbital e 34 órbitas completadas, ela atracou automaticamente no módulo Rassvet da estação às 13h01 UTC de 8 de junho, seis minutos antes do planejado. Ela permaneceu acoplada como nave de escape de emergência pelos seis meses seguintes.[6]

Vazamento[editar | editar código-fonte]

O cosmonauta Oleg Kononenko durante AEV examinando o casco externo, de pé num guindaste.

Durante a noite de 29 de agosto de 2018,[7] um pequeno vazamento de ar na ISS foi notado pelo controle de terra. Um furo de 2 mm no módulo orbital foi descoberto,[8] que depois foi dito ter sido "escondido com um remendo de baixa qualidade".[9] Este furo permitia que uma pequena quantidade de pressão e atmosfera interna da nave vazasse para o espaço.[7] Pelo próprio interior da nave, os tripulantes russos usaram uma fita isolante especial para selar o vazamento de forma temporária, enquanto uma solução final era pensada. O vazamento foi selado de forma bem-sucedida com o uso de um kit de reparos a base de epóxi, e não foram notadas mudanças adicionais na pressão do ar em 31 de agosto.[8][10] Em 4 de setembro de 2018, a Roskosmos divulgou que o furo foi criado por uma furadeira, mas não se sabia se foi acidental ou proposital.[11] Oficiais russos indicaram que o furo foi feito durante a montagem.[9] Foi até especulado que algum tripulante da NASA teria feito o buraco.[12]

Em 11 de dezembro de 2018, os cosmonautas Oleg Kononenko e Sergey Prokopyev conduziram uma atividade extraveicular onde cortaram os protetores térmicos e removeram o isolamento, com o objetivo de examinar o casco externo, tirar fotos da área e tirar amostras de resíduo para serem usados na investigação. como o furo se encontrava no módulo orbital, que é descartado antes da reentrada na atmosfera, o retorno da tripulação não estava colocado em risco.[13] Prokopyev declarou que o furo foi feito do interior; entretanto, não se sabe quando foi feito.[14]

Em setembro de 2019, o chefe da Roscosmos Dimitry Rogozin disse que sabe exatamente o que aconteceu, mas que a agência manterá essa informação sub sigilo.[15]

Desacoplagem e pouso[editar | editar código-fonte]

O retorno da tripulação da MS-09 foi atrasado por algum tempo devido a falha da Soyuz MS-10 (até a chegada da próxima tripulação na MS-11), cujos foguetes explodiram durante a ascensão – a tripulação ejetou a cápsula do corpo do foguete e pousou ilesa. Adiada por nove dias, a desacoplagem ocorreu às 01h42 UTC de 20 de dezembro e a MS-09 pousou em segurança nas estepes cobertas de neve do Cazaquistão, às 05h03 UTC, 147 km a sudeste da cidade de Dzhezkazgan.[6]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. http://www.americaspace.com/2017/12/17/soyuz-ms-07-crew-launches-bound-for-six-month-space-station-increment/
  2. Gebhardt, Chris (19 de dezembro de 2018). «Soyuz MS-09 lands after unprecedented on-orbit repairs, inspections» (em inglês). Consultado em 20 de dezembro de 2018 
  3. a b c d Launch, orbit and landing data
  4. Robert Pearlman. «Soyuz MS-09 mission patch». collectspace.com. Consultado em 16 abril 2019 
  5. Ben Evans. «Soyuz MS-09 Launches U.S., Russian, German Spacefarers to Space Station». AmericaSpace. Consultado em 16 abril 2019 
  6. a b «Soyuz MS-09 arrives at ISS». RussianSpaceWeb. Consultado em 16 abril 2019 
  7. a b Gebhardt, Chris (30 de agosto de 2018). «Soyuz/Station atmosphere leak no threat to Crew as repairs continue» 
  8. a b Clark, Stephen (30 de agosto de 2018). «Cosmonauts plug small air leak on the International Space Station». Spaceflight Now. Consultado em 2 de setembro de 2018 
  9. a b Wehner, Mike (26 de dezembro de 2018). «What does it mean if the hole in the ISS was drilled from the inside?». Boy Genius Report. Consultado em 27 de dezembro de 2018 
  10. Roscosmos (2018). «Роскосмос. Информационное сообщение» 
  11. Harwood, William (4 de setembro de 2018). «Russians investigate cause of Soyuz leak, focus on human error». Spaceflight Now. Consultado em 5 de setembro de 2018 
  12. «U.S., Russia Respond to Space Station Leak Rumors». The New York Times. 13 de setembro de 2018 
  13. Bergin, Chris. «Russian EVA examines hole repair area on Soyuz MS-09 – NASASpaceFlight.com». NASASpaceflight.com. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  14. Mandelbaum, Ryan F. (25 de dezembro de 2018). «Report: ISS Hole Drilled From the Inside, Cosmonaut Says». Gizmodo. Consultado em 25 de dezembro de 2018 
  15. «NASA mystery: Russians 'know exactly what happened' to hole on international space station». Express.co.uk (em inglês). 23 de setembro de 2019 

Precedido por
Soyuz MS-08
Voos tripulados
Sucedido por
Soyuz MS-11
Precedido por
Soyuz MS-08
Voos civis
Sucedido por
Soyuz MS-17