Sonderkommando Elbe – Wikipédia, a enciclopédia livre

Sonderkommando Elbe
País Alemanha Nazi
Corporação Luftwaffe
Missão Choque aereo
Criação 7 de Abril de 1945
Comando
Comandante Reichsmarschall Hermann Göring

Oberst Hans-Joachim Hermann (mentor do plano)
Major Otto Koehnke

Sonderkommando Elbe era uma força tarefa da Luftwaffe nos finais da Segunda Guerra Mundial formada por voluntários de diversas unidades da Luftwaffe, com o objectivo de destruir bombardeiros Aliados através do arremesso directo dos seus aviões tripulados.

Sonderkommando significa comando especial em Alemão, e Elbe é um rio que atravessa a Alemanha desaguando no Mar do Norte. Apesar da Luftwaffe ter, neste período do conflito, uma reserva de aviões preparada, tinha falta de combustível e pilotos experientes. A baixa taxa de sobrevivência existente em cada missão, não fazia desta "task force" uma unidade suicida na sua essência, já que os seus pilotos deveriam sair do avião antes da colisão da sua aeronave com os bombardeiros aliados, no entanto demonstrava ser uma medida desesperada dos altos comandos da Luftwaffe dada a sua bizarra táctica militar.

O avião escolhido para estas missões foi o Messerschmitt Bf-109 mas sem a sua blindagem e com armamento mínimo ou mesmo inexistente, para reduzir o seu peso total, logo reduzindo o consumo do pouco combustível existente.

Para cumprir as suas missões eficazmente, os pilotos teriam de apontar o seus aviões de preferência para uma de três partes sensíveis do bombardeiro inimigo:

  • A Empenagem, parte do bombardeiro Aliado, mais fácil de destruir ou danificar, já que aí se encontravam os estabilizadores vertical e horizontal;
  • Os Naceles ou berços dos motores, já que estariam a ser alimentados de combustível altamente inflamável;
  • O Cockpit, última zona e a mais difícil de atingir. O bombardeiro B-24 Liberator, conhecido por "Palace of Dallas", da Força Aérea dos Estados Unidos, foi um dos aviões atingidos desta forma.

Operação Rammkommando Elbe ou Werewulf[editar | editar código-fonte]

A única missão efectuada pela Sonderkommando Elbe, foi à data de 7 de Abril de 1945 com uma sortida de 120 Messerschmitt Bf-109 (inicialmente pensada em possuir cerca de 1500(!) ) conhecida com o nome de "Operação Rammkommando Elbe" e também de "Operação Werewulf". 15 de 1260 bombardeiros aliados foram atacados desta maneira mas só 8 foram destruídos.

Relatórios da Luftwaffe creditam à Sonderkommando Elbe entre 22 e 24 bombardeiros americanos abatidos.

Dos 120 pilotos alemães, só 15 regressaram da sua missão.

Pilotos Sonderkommando Elbe bem-sucedidos[editar | editar código-fonte]

Patente - Nome Unidade Vitima(s) Status do piloto
Uffz.- Heinrich Rosner ex-III/JG.102 2 B-24 Liberators do 389th Bomb Group: 1º B-24 abatido foi o "Palace of Dallas", 2º B-24 desconhecido Sobreviveu
Obfw.- Werner Linder ex-EJG.1 1 B-17 388th Bomb Group. Morto em combate.
Fhr. - Eberhard Prock 1 B-17 452nd Bomb Group. Morto enquanto descia com o seu paraquedas.
Uffz. - Werner Zell 1 B-17 100th Bomb Group. Sobreviveu
Uffz. - Werner Zell 1 B-17 452nd Bomb Group Ferido por um P-51
Ogfr. - Horst Siedel 1 B-17 452nd Bomb Group Morto em combate
Lt. - Hans Nagel ex-IV/JG.102 1 B-17 490th Bomb Group e 1 B-17 danificado Morto em combate
Fritz Marktschaftel
Uffz. - Klaus Hahn 1 B-17 487th Bomb Group. Ferido no braço esquerdo por 4 P-51D, sobrevive a colisão.
Heinrich Henkel 1 B-24 Liberator, de nome "Sacktime" 467th Bomb Group. Sobreviveu.
Desconhecido 1 B-17 100th Bomb Group. Morto em combate.
Desconhecido 1 B-17 490th Bomb Group (B-17 380558 muito danificado). Morto em combate.

Motivações[editar | editar código-fonte]

Muito se especula acerca das motivações dos voluntários da Sonderkommando Elbe e no seu alistamento. Mas pode imaginar-se que sejam todas aquelas que nascem numa guerra: fanatismo, vingança, perda de entes queridos, etc.

O mês de Abril de 1945 foi especialmente violento para a Alemanha. Já se tinham perdido todas as esperanças de sobreviver, com o avanço das tropas Soviéticas a Leste e as Aliadas a Oeste. A quase inoperacionalidade da Luftwaffe neste período levou a que o bombardeio estratégico Aliado fosse frequente e devastador, podendo ser mais uma razão para o aparecimento de cerca de 2000 voluntários na fase de selecção.

O piloto alemão Klaus Hanh não morreu após a colisão, como citado, no documentário "a missão mais mortal da Luftwaffe" produzido pelo canal History contém depoimento deste piloto sobre essas missões e ele com mais de 70 anos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  • "Kamikaze", Dogfights
  • "The Luftwaffe's Deadliest Mission", Dogfights, History Channel.
  • Adrian Weir "The Last Flight of the Luftwaffe", Arms and Armour Press 1997
  • Alfred Price "The Last Year of the Luftwaffe", Arms and Armour Press 1991
  • "Rise and Fall of the German Air Force 1933-1945", St. Martin Press 1983
  • William Green "Warplanes of the Third Reich", Macdonald and Jane΄s 1970
  • Martin Caidin "Flying Forts", Ballantine Books 1968
  • Werner Girbig "Six months to oblivion", Schiffer Military History 1991
  • David Baker "Adolf Galland: The authorized biography", Presidio Press 1997
  • Herrmann Hajo "Eagle's Wings", Airlife 1991
  • John A. Weal "Luftwaffe Sturmgruppen" Osprey Publishing 2005

Ligações externas[editar | editar código-fonte]