Sonda II – Wikipédia, a enciclopédia livre

Sonda II
Função Foguete de sondagem
Fabricante IAE, Avibras
País de origem  Brasil
Tamanho
Altura 4,1 m
Diâmetro 0,300 m
Massa 368 kg
Estágios 1
Capacidade
Estado Fora de serviço
Locais de lançamento Brasil
Voo inaugural Julho de 1969
Primeiro nível
Motores 1 motor S20
Propulsão 36 kN
Tempo de queima
Combustível Sólido

O Sonda II foi o segundo foguete da família Sonda de foguetes de sondagem. Diferente do que possa parecer, ele não é uma evolução do Sonda I, tendo uma origem completamente diferente. Esse modelo, teve como base os conhecimentos adquiridos com os treinamentos sobre o foguete Black Brant IV Canadense, usado no projeto SAAP.[1]

Origens[editar | editar código-fonte]

Foguetes Black Brant IV (centro), III (esquerda) e V (nos extremos).[2]

Ao final de 1967, a NASA propôs à CNAE a implantação no CLFBI do projeto SAAP, que faria uso do foguete Black Brant IV (BBIV). A principal consequência desse projeto, mediante um treinamento iniciado a partir de maio de 1968, foi uma significativa transferência de tecnologia da empresa canadense BRISTOL AEROSPACE, para técnicos do CTA, da CNAE, da Marinha, e de indústrias associadas, indicados pelo GETEPE, além do seu próprio pessoal.[1]

Esse treinamento, consistiu de:[1]

  • Exposição total do projeto, suas intenções, componentes do foguete, da carga útil e seus sensores, além da forma de processar os dados obtidos;
  • Foi feito um estudo minucioso de um foguete atualizadíssimo, incluindo todo o processo de fabricação e materiais utilizados;
  • Foi entregue uma documentação completa sobre: o veículo, carga útil e procedimentos, permitindo um total domínio dos processos de produção, montagem e lançamento.
Esquema com as dimensões do foguete Black Brant III.[2]

Isso foi um verdadeiro "banho de tecnologia", que permitiu à equipe do GETEPE/CTA, tomar contato direto com os meios para o planejamento e construção de veículos muito mais sofisticados. Foi a inspiração inicial para a série Sonda de foguetes.[1]

Na verdade, o foguete DM-6501, passou a ser conhecido como Sonda I, nessa época.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Os foguetes Brasileiros, desenvolvidos pelo pessoal do GETEPE/CTA, depois do projeto SAAP, faziam parte de uma novíssima geração de foguetes. Em julho de 1969, foram lançados os dois primeiros foguetes do modelo Sonda II, sem muito sucesso. Mas o Sonda II, foi a materialização do primeiro foguete moderno completamente projetado e fabricado no Brasil, mesmo que bastante inspirado no foguete Sonda III.[1]

Diagrama com as dimensões de um foguete Sonda II.[2]

Legado[editar | editar código-fonte]

Uma réplica de um foguete Sonda II em exibição.

O Sonda II foi considerado o foguete-escola da moderna indústria de foguetes Brasileira. Os principais desenvolvimentos que caracterizaram esse primeiro patamar tecnológico foram:[3]

  • aços da classe cromo, níquel, molibdênio (laminados e forjados) de alta resistência (SAE 4130, 4140 e 4340);
  • processos de tratamentos térmicos para estruturas de propulsores;
  • sistemas de separação de estágios com parafusos explosivos;
  • instrumentação básica embarcada: telemetria, telecomando;
  • proteções térmicas rígidas; e
  • propelente PBLH (Polibutadieno Hidroxilado).

Sobre o modelo inicial, foram desenvolvidas duas versões alongadas: os modelos SII-B e SII-C e uma outra mais curta: o modelo SII-S23.

Foi um foguete Sonda II que deu Início às Operações do CLA, em 21 de Fevereiro de 1990, na Operação Alcântara.

Assim como o Sonda II, os engenheiros do GETEPE/CTA continuaram a projetar outros modelos da série Sonda usando a mesma estratégia, ou seja, tendo como base a já bastante conhecida família de foguetes Black Brant. Desse veículo, se originaram mísseis produzidos pela Avibras, e mais tarde, o Foguete de Treinamento Intermediário (FTI).[1][4]

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Fontes externas[editar | editar código-fonte]

  • (em português) INPE-10467-RPQ/248 - ESBOÇO HISTÓRICO DA PESQUISA ESPACIAL NO BRASIL - Adalton Gouveia (2003)
  • (em português) RELATÓRIO DA INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE OCORRIDO COM O VLS-1 V03 - 2004 - Ministério da Defesa (2004)