Solar de Fralães – Wikipédia, a enciclopédia livre

Solar de Fralães
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O Solar de Fralães ou de Farelães é um solar localizado em Monte de Fralães, em Barcelos, em Portugal. Mais especificamente, no sopé do monte d'Assaia, em cuja encosta terá ficado o paço que o precedeu.

História[editar | editar código-fonte]

O Solar de Fralães foi o Solar dos Correias desde o século XII até ao século XVII. A partir de então, a família parece ter preferido uma residência em Delães, mais próxima do Porto e provavelmente com melhores acessos que esta gótica casa. Na segunda metade do século XIX, o solar foi restaurado e talvez habitado com certa regularidade. Em princípios do século XX, foi vendido a um capitalista portuense, que por sua vez o vendeu mais adiante à família que hoje ainda o possui.

É contíguo à igreja de São Pedro do Monte.[1]

Neste solar, tinha, a sua sede, o Concelho de Fralães, como a sua "progenitora", a Honra de Fralães. Era na sua sala grande que se fazia a eleição dos edis – das "justiças" – sob supervisão do donatário, que era o Senhor de Fralães; a mesma sala há-de ter servido para as reuniões camarárias e para tribunal. O terreiro era a Praça do Concelho.

A torre senhorial (que vem provavelmente do século XV) apresenta um conjunto de portas góticas e ainda uma outra, também antiga, sob a Sala de Audiências.

No século XVI, o vilacondense bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, referiu-se-lhe assim:

Farelães é o solar
Que aos Correias deu o ser
E D. Paio veio a ter
O qual fez o Sol parar
Para os Mouros vencer.

Cerca de 1700, o padre Carvalho da Costa descreveu-o com entusiasmo:

Têm estes senhores aqui a maior Casa das antigas de quantas vi em Portugal, & Galiza, com Torres, grandes falas, muitas fontes curiosas, jardins, & hortas, dilatados pomares de toda a fruta ordinária, & de espinho, & uma grande mata de Carvalhos, & Castanheiros, cousa magnifica.

Um sacerdote de Viatodos, na segunda metade de 1800, cantava-o num soneto que começa com esta quadra:

Fralães, matrona que possuiu nobreza,
Todo em ruínas, seu solar deplora,
Narrando ainda a prístina grandeza,
Poder e fausto que ela teve outrora.

Camilo Castelo Branco menciona os Senhores de Fralães e o seu solar em O Senhor do Paço de Ninães e na Sereia; Aquilino Ribeiro, na Casa Grande de Romarigães, refere-se-lhe uma vez de passagem.

Em 1842, o Solar de Fralães foi visitado por uma personagem régia, "Sua Majestade, que Deus haja em glória", que ainda não foi devidamente identificada.

Em 1962, pertencia ao Dr. Manuel de Figueiredo.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Materiais para a Archeologia do Concelho de Guimarães». Sociedade Martins Sarmento. Revista de Guimarães. XVIII (18): 69. 1901 
  2. «Ocidente: revista portuguesa de cultura». Ocidente: revista portuguesa de cultura (62): 281. 1962 
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