Sinal de Lázaro – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Sinal de Lázaro (ou reflexo de Lázaro) é um movimento reflexo em pacientes com morte encefálica ou falência cerebral,[1] que faz com que estes levantem brevemente os braços e os deixem cair cruzados em seus peitos (em posição similar à de algumas múmias egípcias).[2][3] O fenômeno recebeu este nome pela relação com a história bíblica de Lázaro de Betânia,[4] a quem Jesus ressuscitou no Evangelho segundo João.

Causas[editar | editar código-fonte]

De forma semelhante ao reflexo do joelho (patelar), o sinal da Lázaro é um de reflexo mediado pelo arco reflexo — um caminho neural que passa através da coluna vertebral mas não através do cérebro. Como consequência, o movimento é possível em pacientes com morte cerebral cujos órgãos foram mantidos em funcionamento através de máquinas de suporte vital, excluindo a indicação de movimentos complexos involuntários como teste para atividade cerebral.[3] Tem sido sugerido por neurologistas que estudam o fenômeno que isto aumentou a conscientização de que este e outros reflexos "podem impedir atrasos e interpretações erradas no diagnóstico de morte cerebral."[2]

Este reflexo é frequentemente precedido por pequenos tremores nos braços do paciente ou pela aparição de arrepios na pele dos braços e do dorso. Os braços então começam a se flexionar nos cotovelos antes de se levantarem para ficarem acima do esterno. Também costumam ser levados à altura do pescoço ou do queixo e se tocam ou se cruzam. Breves exalações têm sido observadas coincidindo com a ação.[3]

Ocorrências[editar | editar código-fonte]

A ocorrência do fenômeno foi observada vários minutos após a remoção dos respiradores usados para manter a oxigenação no sangue dos pacientes com morte cerebral.[4] Também pode ocorrer durante os testes de apneia— isto é, a suspensão da respiração externa e do movimento dos músculos dos pulmões— que é um dos critérios para determinar a morte cerebral usados pela Academia Americana de Neurologia.[5]

Os sinais de Lázaro observados em unidades de terapia intensiva foram tomados impropriamente como evidências de ressuscitação de paciente, além de poderem assustar as testemunhas desses movimentos, e serem vistos por alguns como movimentos miraculosos.[3][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências