Silvério Gomes Pimenta – Wikipédia, a enciclopédia livre

Silvério Gomes Pimenta
Academia Brasileira de Letras
Arcebispo da Igreja Católica
Arcebispo de Mariana
Info/Prelado da Igreja Católica
Atividade eclesiástica
Diocese Arquidiocese de Mariana
Nomeação 3 de junho de 1896
Predecessor Antônio Maria Correia de Sá e Benevides
Sucessor Helvécio Gomes de Oliveira
Mandato 1896 - 1922
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 20 de julho de 1862
Igreja Matriz de Sabará
por Antônio Ferreira Viçoso
Nomeação episcopal 26 de junho de 1890
Ordenação episcopal 31 de agosto de 1890
Arquidiocese de São Paulo
por Pedro Maria de Lacerda
Nomeado arcebispo 1 de maio de 1906
Brasão arquiepiscopal
Dados pessoais
Nascimento Congonhas do Campo
12 de janeiro de 1840
Morte Mariana
30 de agosto de 1922 (82 anos)
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Porcina Gomes de Araújo
Pai: Antônio Alves Pimenta
Funções exercidas Professor, orador sacro, poeta, biógrafo
-Bispo auxiliar de Mariana (1890-1896)
-Bispo de Mariana (1896-1906)
Títulos anteriores Bispo titular de Câmaco
dados em catholic-hierarchy.org
Arcebispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Silvério Gomes Pimenta (Congonhas do Campo, 12 de janeiro de 1840Mariana, 30 de agosto de 1922) foi um professor, orador sacro, poeta, biógrafo, prelado e arcebispo de Mariana, foi o primeiro prelado eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 19. Presidiu, em 1903, o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana.

Foi o primeiro arcebispo negro da história do Brasil.[1]

Sacerdócio[editar | editar código-fonte]

D. Silvério Gomes Pimenta, primeiro Arcebispo de Mariana

Sendo órfão de pai ainda cedo, Dom Silvério Gomes cedo teve de empregar-se como caixeiro para sustentar a mãe e quatro irmãos menores. Demonstrando desde cedo aptidão para o estudo, seu padrinho obteve para ele uma vaga no Colégio de Congonhas, dos padres lazaristas. Afilhado de crisma de D. Viçoso, bispo de Mariana, este concedeu-lhe matrícula no Seminário da cidade. Ali entrou aos 14 anos. Dois anos depois já era professor de latim, cadeira que ocupou durante 28 anos. Além de latim, foi professor de Filosofia e História Universal, durante 12 anos. Foi ordenado diácono em 21 de abril de 1862 e padre aos 22 anos por seu padrinho, em 20 de julho.[2]

Foi vigário-geral da Diocese, prestando grande serviço ao então bispo Dom Antônio Correia de Sá e Benevides. Em 1890 foi nomeado bispo-titular de Câmaco e auxiliar de Mariana. Consagrado em 31 de agosto de 1890, foi seu principal sagrante o bispo Dom Pedro Maria de Lacerda, e seus consagrantes o bispo Dom Antônio Cândido Alvarenga e o bispo Dom Joaquim José Vieira.[3] Em 1897 foi nomeado bispo da Mariana e em 1903 presidiu o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana.

Em 1906, o Papa Pio X elevou a Diocese de Mariana à Arquidiocese, e por consequência, seu bispo a arcebispo.[3][2] Em 1910 participou, em São Paulo, da redação da Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre.[4]

Capa da 3ª edição da Vida de D. Antônio Ferreira Viçoso escrita por D. Silvério

Literatura[editar | editar código-fonte]

Quando nomeado bispo-titular de Câmaco, começou a produzir suas célebres cartas pastorais. A primeira pastoral traz a data de 24 de novembro de 1890 e a última é de 10 de fevereiro de 1922.

Conhecedor que era do latim, grego, hebraico, além das línguas vivas que usava correntemente, publicou poesias em latim.[2] Sua obra maior é a Vida de D. Viçoso. Como jornalista, D. Silvério fundou e dirigiu, em Mariana, o Bom Ladrão, O Viçoso, O D. Viçoso e o D. Silvério,[2] editados sob sua orientação e dirigidos pelos padres Severiano de Resende e João Luís Espeschit.

Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana[editar | editar código-fonte]

Dom Sivério Gomes Pimenta presidiu em 1903 o Primeiro Sínodo da Diocese de Mariana, que estabeleceu o primeiro código jurídico-eclesiástico específico para a Diocese de Mariana, em substituição às Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (12 de junho de 1707), que até então haviam sido usadas como o máximo código jurídico-eclesiástico para o Brasil.[5][6]

Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos[editar | editar código-fonte]

De 25 de setembro a 10 de outubro de 1910, Dom Silvério participou, em São Paulo, da redação da Pastoral Coletiva dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre,[4] que definiu critérios de administração diocesana nas províncias eclesiásticas do Rio de Janeiro, Mariana, São Paulo, Cuiabá e Porto Alegre.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • O papa e a revolução, sermões (1873)
  • Peregrinação a Jerusalém (1897)
  • D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, conde da Conceição (1876)
  • A prática da confissão, estudos de moral e dogma (1873)
  • Cartas pastorais 1890-1922
  • diversos sermões, orações, conferências, poesias latinas em periódicos.

Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte]

Em 1919 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, sendo recebido em 28 de maio de 1920 por Carlos de Laet. Ocupou a cadeira 19, que tem por patrono Joaquim Caetano da Silva, da qual foi o segundo imortal.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. LiterAfro - UFMG. «Silvério Gomes Pimenta». 2020-09-21. Consultado em 15 de março de 2021 
  2. a b c d e «Dados biográficos de Dom Silvério Gomes Pimenta». no site da ABL 
  3. a b Catholic Hierarchy
  4. a b PASTORAL collectiva dos Senhores Arcebispos e Bispos das Provincias Ecclesiasticas de S. Sebastião do Rio de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e Porto Alegre communicado ao clero e aos fieis o resultado na cidade de S. Paulo de 25 de setembro a 10 de outubro de 1910. Rio de Janeiro: Typographia Leuzinger, 1911. Apêndice XXXIV, p. 640-645.
  5. PRIMEYRO Synodo da Diocese de Marianna celebrado pelo Exm.º e Rvmº Snr. Bispo D. Silverio Gomes Pimenta; julho de 1903. Marianna: Typographia Episcopal, 1903. Título II, cap. XXII (Das cerimônias), § 225, p. 66.
  6. CASTAGNA, Paulo. O estilo antigo na prática musical religiosa paulista e mineira dos séculos XVIII e XIX. São Paulo, 2000. Tese (Doutoramento) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. v. 1, p. 353.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
Petrus Hendricus Josephus van Ewyk, O.P.

Bispo-titular de Cámaco

1890 — 1897
Sucedido por
Louis-Jean-Joseph Derouet, C.S.Sp.
Precedido por
Antônio Maria Correia de Sá e Benevides

Bispo de Mariana

1897 — 1906
Sucedido por
elevação a Arquidiocese
Precedido por
antiga Diocese

Arcebispo de Mariana

1906 — 1922
Sucedido por
Helvécio Gomes de Oliveira
Precedido por
Alcindo Guanabara
ABL - segundo acadêmico da cadeira 19
1920 — 1922
Sucedido por
Gustavo Barroso