Significado religioso de Jerusalém – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Muro das Lamentações
O Mosteiro da cruz após queda de neve

Jerusalém tem um papel importante no judaísmo, cristianismo e islamismo. O Livro anual de estatística de Jerusalém listou 1.204 sinagogas, 158 igrejas, e 73 mesquitas dentro da cidade.[1] Apesar dos esforços em manter coexistência pacífica religiosa, alguns locais, como a Esplanada das Mesquitas, tem sido continuamente fonte de atritos e controvérsias.

Jerusalém é sagrada para os judeus desde que o Rei Davi a proclamou como sua capital no século X a.C. Jerusalém foi o local do Templo de Salomão e do Segundo Templo.[2] Ela é mencionada na Bíblia 632 vezes. Hoje, o Muro das Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo Templo, é o segundo local sagrado para os judeus perdendo apenas para o Santo dos santos no próprio Monte do Templo.[3] Sinagogas ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu arco sagrado voltado para Jerusalém,[4] e arcos dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos santos.[5] Como prescrito no Mixná e codificado no Shulkhan Arukh, orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo. Muitos judeus tem placas de "Mizrach" (oriente) penduradas em uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.[5][6]

Igreja do Santo Sepulcro

O cristianismo reverencia Jerusalém não apenas pela história do Antigo Testamento mas também por sua significância na vida de Jesus. De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi levado para Jerusalém logo após seu nascimento[7] e depois em sua vida quando limpou o Segundo Templo.[8] O Cenáculo que se acreditava ser o local da última ceia de Jesus, é localizado no Monte Sião no mesmo prédio que sedia o Túmulo de David.[9][10] Outro lugar proeminente cristão em Jerusalém é o Gólgota, o local da crucificação. O Evangelho de João o descreve como sendo localizado fora de Jerusalém,[11] mas evidências arqueológicas recentes sugerem que Gólgota fica a uma curta distância do muro da Cidade Antiga, dentro dos limites atuais da cidade.[12] A terra correntemente ocupada pelo Santo Sepulcro é considerado um dos principais candidatos para o Gólgota e ainda tem sido um local de peregrinação de cristãos pelos últimos dois mil anos.[12][13][14]

A mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado no Islão

Jerusalém é considerada a terceira cidade sagrada do Islamismo.[15] Aproximadamente um ano antes de ser permanentemente trocada por Caaba em Meca, a quibla (direção da oração) para os muçulmanos era Jerusalém.[16] A permanência da cidade no Islão, entretanto, é primariamente de acordo com a Noite de Ascensão de Maomé (c. 620 d.C.). Os muçulmanos acreditam que Maomé foi miraculosamente transportado em uma noite de Meca para o Monte do Templo em Jerusalém, aonde ele ascendeu ao Paraíso para encontrar os profetas anteriores do Islão.[17][18] O primeiro verso no Al-Isra do Alcorão notifica o destino da jornada de Maomé como a mesquita de al-Aqsa (a mais distante),[19] em referência à sua localização em Jerusalém. Hoje, o Monte do Templo é coberto por dois marcos islâmicos para comemorar o evento — A Mesquita de Al-Aqsa, derivada do nome mencionado no Alcorão, e a Cúpula da Rocha, que fica em cima da Pedra Fundamental, na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ascendeu ao céu.[20]

Referências

  1. Guinn, David E. (2 de outubro de 2006). Protegendo os locais sagrados de Jerusalém: Uma estratégia para negociar uma paz sagrada 1st ed. [S.l.]: Cambridge University Press. 142 páginas. ISBN 0521866626 
  2. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome 1000BCE
  3. «O que é o Muro das Lamentações?». The Kotel. Consultado em 6 de março de 2007. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2007 
  4. Goldberg, Monique Susskind. «Sinagogas». Pergunte ao Rabbi. Schechter Institute of Jewish Studies. Consultado em 10 de março de 2007. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2008 
  5. a b Segal, Benjamin J. (1987). Retornando: A terra de Israel como foco da história judaica. Jerusalem, Israel: Department of Education and Culture of the World Zionist Organization. 124 páginas. Consultado em 10 de março de 2007. Arquivado do original em 23 de dezembro de 2005 
  6. A injunção judaica para orar em direção a Jerusalém aparece na seção do Orach Chayim no Shulchan Aruch (94:1) — "Quando alguém se levanta para orar em qualquer lugar durante a Diáspora, ele deve voltar a sua face para a terra de Israel, se direcionando também para Jerusalém, o Templo e o Santo dos santos."
  7. Da King James Version: "E quando os dias de sua purificação de acordo com a lei de Moisés foi cumprida, eles levaram Jesus para Jerusalém para apresentá-lo a Deus;" (Lucas 2:22)
  8. Da King James Version: "E eles vieram para Jerusalém: e Jesus foi ao templo e começou a expulsar os vendedores e compradores no templo, e virou mesas de cambistas, e as cadeiras dos que vendiam aves;" (Marcos 11:15)
  9. Boas, Adrian J. (12 de outubro de 2001). «Physical Remains of Crusader Jerusalem». Jerusalem in the Time of the Crusades. [S.l.]: Routledge. 112 páginas. ISBN 0415230004. O interessante, se ilustrações não confiáveis da igreja nos mapas entorno de Jerusalém mostram dois prédios distintos no Monte Zion: a igreja de St Mary e o Cenáculo (Capela da última ceia) aparecem como prédios separados. 
  10. Endo, Shusaku (1999). Richard A. Schuchert, ed. A Life of Jesus. [S.l.]: Paulist Press. 116 páginas. ISBN 0809123193 
  11. Da King James Version: "Este título então lido por muitos dos judeus: pelo lugar aonde Jesus foi crucificado foi perto da cidade: e foi escrito em hebraico, grego e latim." (João 19:20)
  12. a b Stump, Keith W. (1993). «Where Was Golgotha?». Worldwide Church of God. Consultado em 11 de março de 2007. Arquivado do original em 2 de abril de 2007 
  13. Ray, Stephen K. (2002). St. John's Gospel: A Bible Study Guide and Commentary for Individuals and Groups. [S.l.: s.n.] 340 páginas. ISBN 0898708214 
  14. O'Reilly, Sean; James O'Reilly (30 de novembro de 2000). Pilgrimage: Adventures of the Spirit 1st ed. [S.l.]: Travelers' Tales. 14 páginas. ISBN 1885211562. O consenso geral é que a Igreja do Santo Sepulcro marca a colina chamada de Gólgota, e que o lugar da crucificação e das últimas estadias da cruz são localizadas embaixo de suas largas cúpulas negras. 
  15. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome 3rd-holiest
  16. Cordesman, Anthony H. (30 de outubro de 2005). «The Final Settlement Issues: Asymmetric Values & Asymmetric Warfare». The Israeli-Palestinian War: Escalating to Nowhere. [S.l.]: Praeger Security International. 62 páginas. ISBN 0275987582 
  17. Peters, Francis E. (20 de outubro de 2003). «Muhammad the Prophet of God». The Monotheists: The Peoples of God. [S.l.]: Princeton University Press. pp. 95–6. ISBN 0691114609 
  18. «Sahih Bukhari». Compendium of Muslim Texts. University of Southern California. Consultado em 11 de março de 2007. Arquivado do original em 27 de novembro de 2008  (de uma tradução inglesa do Sahih Bukhari, Volume IX, Book 93, Number 608)
  19. Da tradução inglesa de Abdullah Yusuf Ali do Alcorão: "Glória a (Alá) que tomou seu servo em uma jornada durante a noite da Mesquita sagrada até a mais distante, do qual fomos abençoados por seus mandamentos,- em ordem que devemos mostrar a ele alguns dos nossos sinais: por ele ser aquele que ouve e vê todas as coisas." (17:1)
  20. «The Early Arab Period - 638-1099». Jerusalem: Life Throughout the Ages in a Holy City. Bar-Ilan University Ingeborg Rennert Center for Jerusalem Studies. 1997. Consultado em 24 de abril de 2007