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Sigmund Freud
Sigmund Freud
Sigmund Freud, por Max Halberstadt, em 1922.[1]
Nascimento 6 de maio de 1856
Freiberg in Mähren, Morávia, Império Austríaco
(hoje Příbor, República Checa)
Morte 23 de setembro de 1939 (83 anos)
Londres, Inglaterra, Reino Unido
Nacionalidade austríaco (1856-1867)
austro-húngaro (1867-1918)
austríaco (1918-1939)
Cônjuge Martha Bernays (1886–1939)
Filho(a)(s) 6, incluindo Ernst e Anna
Alma mater Universidade de Viena
Prêmios Prêmio Goethe
Escola/tradição Psicanálise (fundador)
Principais interesses Neurologia, psiquiatria, psicologia, psicoterapia, psicanálise, literatura
Religião nenhuma (ateísmo)[2]
Assinatura

Sigmund Freud (nascido Sigismund Schlomo Freud;[3] Freiberg in Mähren, 6 de maio de 1856Londres, 23 de setembro de 1939) foi um médico neurologista e importante psicanalista austríaco. Freud foi o criador da psicanálise e a personalidade mais influente da história no campo da psicologia.[4] A influência de Freud pode ser observada ainda em diversos outros campos do conhecimento e até mesmo na cultura popular, inclusive no uso cotidiano de palavras que se tornaram recorrentes, mas que surgiram a partir de suas teorias. Expressões como "neurose", "repressões", "projeções" popularizaram-se a partir de seus escritos.[5]

Freud nasceu em uma família judaica, na cidade de Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco, atualmente, denominada Příbor, na República Checa.[6] Iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes diagnosticados, à época, com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais. Ao observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot por meio da hipnose, Freud elaborou a hipótese de que a causa da histeria era de ordem psicológica, e não orgânica. Tal hipótese serviu de base para outros conceitos desenvolvidos por Freud, como o do inconsciente.[7]

Freud também é conhecido por suas teorias do complexo de édipo e da repressão psicológica e por criar a utilização clínica da psicanálise como tratamento das psicopatologias, através da escuta do paciente. Freud acreditava que o libido era a energia motivacional primária da vida humana. Sua obra fez surgir uma nova compreensão do ser humano, como um animal dotado de razão imperfeita e influenciado por seus desejos e sentimentos. Segundo Freud, a contradição entre esses impulsos e a vida em sociedade gera, no ser humano, certos tormentos psíquico. Ele tinha uma visão biopsicossocial do ser humano. Fatos como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow por overdose do antidepressivo da época, a cocaína, levaram-no ao abandono das técnicas de hipnose e a descartar o uso medicamentoso de drogas em detrimento a um novo método: a cura pela fala, ou seja, a psicanálise. Para isso utilizou a interpretação de sonhos e a livre associação como vias de acesso ao inconsciente.[8][9]

Suas teorias e seus tratamentos clínicos foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos até hoje. A despeito de sua grande influência, Freud sofreu críticas de diversas natureza, sendo constante alvo de críticas dos mais variados espectros políticos, de diversas vertentes religiosas e de confrontações de cunho propriamente científico-epistemológico.[10] Contudo, a psicanálise de Freud segue se desenvolvendo através de estudos e práticas clínicas na área, com a contribuição de teóricos e clínicos que o sucederam. Alguns de seus herdeiros intelectuais criaram suas próprias teorias, mas sempre com base nos pressupostos intrínsecos colocados por Freud, como a noção de inconsciente e transferência.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Anos iniciais e educação[editar | editar código-fonte]

Casa onde nasceu Freud em Příbor, República Tcheca.
Sigmund Freud e Amalia Freud, em 1872.

Sigmund Freud (seu primeiro nome de nascimento era "Sigismund", mas o mudou em 1878)[3] era filho de pais judeus que moravam na cidade morávia de Freiberg, no território do Império Austríaco (atual Příbor, na República Tcheca). Seus pais eram da Galícia, uma província histórica que fica entre a atual Ucrânia Ocidental e o sudeste da Polônia. Seu pai, Jacob Freud (1815–1896), um comerciante de lã, teve dois filhos, Emanuel (1833–1914) e Philipp (1836–1911), de seu primeiro casamento. A família de Jacob era de judeus hassídicos e, embora o próprio Jacob tenha se afastado da tradição, ele ficou conhecido por seu estudo da Torá. Ele e a mãe de Freud, Amalia Nathansohn, que era 20 anos mais jovem e sua terceira esposa, foram casados pelo rabino Isaac Noah Mannheimer em 29 de julho de 1855.[11]

Em função de problemas financeiros, Jacob e Amalia mudaram-se para Leipzig em 1859 e em 1860 para Viena, onde se estabeleceram com os filhos Sigmund e Anna. Os meios-irmãos de Freud mudaram-se para Manchester. Em Viena, a família Freud cresceu até 1866, com o nascimento de Rosa, Marie, Adolfine, Pauline e Alexander. Embora tenha passado boa parte da vida em Viena, Freud revelou que nunca se adaptou à cidade e que sempre sentia saudades de Freiberg. Enquanto criança e adolescente, Freud nutriu mais sentimentos amorosos pela mãe do que pelo pai, que o considerava "fraco" e "covarde". A percepção desses sentimentos também em seus pacientes, tanto homens quanto mulheres, serviu de base para a futura formulação do complexo de Édipo.[12]

Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruiu seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1894. Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones (seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto.[carece de fontes?]

Placa memorial localizada onde Freud nasceu em Příbor, na República Tcheca.

Freud ingressou na Universidade de Viena aos 17 anos. Ele planejava estudar direito, mas as doutrinas de Darwin e seu interesse por ciências naturais o impulsionaram a cursar medicina, onde seus estudos incluíram filosofia com o professor Franz Brentano, fisiologia com o professor Ernst Brücke, e zoologia com o professor darwinista Carl Friedrich Claus.[13] Em 1876, Freud passou quatro semanas na estação zoológica de Claus em Trieste, dissecando o sistema reprodutor masculino de aproximadamente quatrocentas enguias. Na época, pouco se sabia sobre a reprodução de enguias, e a pesquisa de Freud objetivava verificar a afirmação do pesquisador polonês Simone de Syrski, a qual postulava a existência de gônadas em enguias. No fim, Freud confirmou parcial e inconclusivamente a asserção de Syrski.[14]

Entre 1876 e 1882, Freud trabalhou no laboratório de fisiologia de Ernst Brücke, o qual se tornou um grande mentor intelectual para ele, de modo que seu quarto filho se chamou Ernst em sua homenagem. Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da fisiologia. O interesse de Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas funções. Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da anatomia e da histologia do cérebro humano. Durante os estudos, identificou várias semelhanças entre a estrutura cerebral humana e a de répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos sobre outras espécies. No laboratório, Freud conheceu Ernst von Fleischl-Marxow e Josef Breuer, futuros amigos que tiveram impacto, respectivamente, no estudo da cocaína e na formação psicanalítica de Sigmund.[15]

Início da carreira e casamento[editar | editar código-fonte]

Embora tenha se formado em 1881, Freud continuou com suas pesquisas no laboratório de Brücke. No ano seguinte, conheceu Martha Bernays numa visita que fez à casa de sua irmã e acabou se apaixonando. Já em 17 de junho de 1882 Martha e Freud noivaram. Cinco anos mais nova, Martha era oriunda de uma família judaica ortodoxa, enquanto que Freud era um descrente que tentou separá-la de suas crenças religiosas. Freud também se mostrou austero quanto ao papel que Martha exerceria em sua casa depois de casados: embora pensasse que, em algum momento futuro, a lei concederia às mulheres os direitos até então negados, também acreditava, a exemplo de um burguês de sua época, que a mulher deveria cumprir seu papel com as tarefas doméstica e familiar.[16]

O baixo salário e as poucas perspectivas de carreira na pesquisa científica fizeram-no abandonar o laboratório e a começar a trabalhar no Hospital Geral, o principal hospital de Viena, passando por vários departamentos como "cirurgia, medicina de doenças internas, psiquiatria, dermatologia, doenças nervosas e oftalmologia sucessivamente". Começou no cargo de Aspirant (assistente clínico) e alcançou o cargo de Privatdozent (conferencista) em julho de 1884, um cargo que oferecia prestígio mas não salário.[17]

Em 1885, Freud solicitou uma bolsa de viagem e licença do hospital por seis meses. Viajou para a França, onde trabalhou com Jean-Martin Charcot, um respeitável psiquiatra do hospital psiquiátrico Saltpêtrière que estudava a histeria. Charcot curava paralisias histéricas através da hipnose, o que impressionou Freud e contribuiu ainda mais para Charcot se tornar um modelo para o médico vienense. Freud aperfeiçoou suas técnicas em hipnose em 1889 ao visitar uma escola rival de Charcot, localizada em Nancy, que afirmava ser possível realizar a hipnose em qualquer pessoa, independente de ser histérica ou não. Assim como fez com Brücke, Freud rendeu algumas homenagens a Charcot ao nomear um de seus filhos de Jean-Martin, além de traduzir para o alemão suas conferências.[18]

De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos de Charcot, Freud passa a atender, na maior parte, jovens senhoras judias que sofriam de um conjunto de sintomas aparentemente neurológicos que compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações, perda de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames. O tratamento mais eficaz para tal doença incluía, na época, massagem, terapia de repouso e hipnose.[carece de fontes?]

Em 14 de setembro de 1886, em Hamburgo, Freud casou-se com Martha Bernays com a ajuda financeira de alguns amigos mais abastados, dentre eles Josef Breuer, um colega mais velho da faculdade de medicina.[19]

Freud em 1905

Foi com as discussões de casos clínicos com Breuer que surgiram as ideias que culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise. O primeiro caso clínico relatado deve-se a Breuer e descreve o tratamento dado a uma paciente (Bertha Pappenheim, chamada de "Anna O." no livro), que demonstrava vários sintomas clássicos de histeria. O método de tratamento consistia na chamada "cura pela fala" ou "cura catártica", na qual o ou a paciente discute sobre as suas associações com cada sintoma e, com isso, os faz desaparecer. Esta técnica tornou-se o centro das técnicas de Freud, que também acreditava que as memórias ocultas ou "reprimidas" nas quais baseavam-se os sintomas de histeria eram sempre de natureza sexual. Breuer não concordava com Freud neste último ponto, o que levou à separação entre eles logo após a publicação dos casos clínicos.

Na verdade, inicialmente, a classe médica em geral acaba por marginalizar as ideias de Freud; seu único confidente durante esta época é o médico Wilhelm Fliess. Depois que o pai de Freud falece, em outubro de 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, naquele período, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações tornam-se a fonte para a obra A Interpretação dos Sonhos. Durante o curso desta autoanálise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade em relação a seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes.[carece de fontes?]

Nos primeiros anos do século XX, são publicadas suas obras A Interpretação dos Sonhos e A psicopatologia da vida cotidiana. Nesta época, Freud já não mantinha mais contato nem com Josef Breuer, nem com Wilhelm Fliess. No início, as tiragens das obras não animavam Freud, mas logo médicos de vários lugares — Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abraham, Ernest Jones, Sandor Ferenczi — mostram respaldo às suas ideias e passam a compor o Movimento Psicanalítico.[20] O público geral passou também a se interessar na prática da análise psicológica, principalmente entre círculos de educadores e até mesmo teólogos, o que foi amplamente divulgado, dentre outros, pelo clérigo protestante e colaborador freudiano Oskar Pfister, contribuindo para o avanço da análise leiga, defendida por Freud.[21][22]

Por sua vida inteira, Freud teve uma posição financeira modesta. Josef Breuer foi, no início, um aliado de Freud em suas ideias e também um aliado financeiro.

Freud criou o termo "psicanálise" para designar um método para investigar os processos inconscientes e de outro modo inacessíveis do psiquismo.

Nos tempos do nazismo, Freud perdeu quatro das cinco irmãs nos campos de concentração: Regine (Rosa) em Auschwitz, Mitzi (Marie) em Theresienstadt, Dolfi (Esther Adolfine) e Paula (Pauline) em Treblinka. Embora Maria Bonaparte tenha tentado tirá-las do país, elas foram impedidas de sair de Viena pelas autoridades nazistas.[23]

Morou em Viena até 1938, quando, após a anexação da Áustria à Alemanha nazista, em razão de sua etnia judaica, refugiou-se na Inglaterra, onde já se encontrava parte de sua família.[24]

Freud e Martha tiveram seis filhos: Mathilde, nascida em 1887, Jean-Martin, nascido em 1889, Olivier, nascido em 1891, Ernst, nascido em 1892, Sophie, nascida em 1893 (e que veio a falecer em 1920)[25][26] e Anna, nascida em 1895. Um deles, Martin Freud, escreveu uma memória intitulada Freud: Homem e Pai, na qual descreve o pai como um homem que trabalhava extremamente, por longas horas, mas que adorava ficar com suas crianças durante as férias de verão. Anna Freud, filha de Freud, foi também uma psicanalista destacada, particularmente no campo do tratamento de crianças e do desenvolvimento psicológico. Sigmund Freud foi avô do pintor Lucian Freud e do ator e escritor Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma Freud, da desenhista de moda Bella Freud e do relações públicas Matthew Freud.

Morte[editar | editar código-fonte]

Freud morreu de cancro no palato aos 83 anos de idade (passou por trinta e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma dose excessiva de morfina. Freud sentia muita dor e, segundo a história contada, ele teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento, o que seria eutanásia. Encontra-se sepultado no crematório de Golders Green, no bairro de Golders Green, em Londres, na Inglaterra.

Teoria e conceitos[editar | editar código-fonte]

Fundamentos da terapia freudiana[editar | editar código-fonte]

O objetivo da terapia freudiana ou psicanálise é, relacionando conceitos cartesianos da mente e conceitos da hidráulica, mover (mediante a associação livre e a interpretação dos sonhos) os pensamentos e sentimentos reprimidos (explicados como uma forma de energia) através do consciente para permitir, ao sujeito, a catarse que provocaria a cura automática.

Pensamento e Linguagem[editar | editar código-fonte]

Em suas teorias, Freud afirma que os pensamentos humanos são desenvolvidos por processos diferenciados, relacionando tal ideia à de que o nosso cérebro trabalha essencialmente no campo da semântica, isto é, a mente desenvolve os pensamentos num sistema intrincado de linguagem baseada em imagens, as quais são meras representações de significados latentes. Em diversas obras, como "A Interpretação dos Sonhos", "A Psicopatologia da Vida Cotidiana" e "Os Chistes e suas Relações com o Inconsciente", Freud não só desenvolve sua teoria sobre o inconsciente da mente humana, como articula o conteúdo do inconsciente ao ato da fala, especialmente aos atos falhos.[27] Para Freud, a consciência humana subdivide-se em três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente. O primeiro contém o material perceptível; o segundo, o material latente, mas passível de emergir à consciência com certa facilidade; e o terceiro contém o material de difícil acesso, isto é, o conteúdo mais profundo da mente, que está ligado aos instintos primitivos do homem.[carece de fontes?]

Os níveis de consciência estão distribuídos entre as três entidades que formam a mente humana, ou seja, o Id, o Ego e o Superego.

Segundo Freud, o conteúdo do inconsciente é, muitas vezes, reprimido pelo Ego. Para driblar a repressão, as ideias inconscientes apelam aos mecanismos definidos por Freud em sua obra "A Interpretação dos Sonhos", como deslocamento e condensação. Estes dois, mais tarde, seriam relacionados por Jacobson à metonímia e metáfora, respectivamente.[28]

Portanto, as representações de ideias inconscientes manifestam-se nos sonhos como símbolos imagéticos, tanto metafóricos quanto metonímicos. Aplicando o conceito à fala, o inconsciente consegue expelir ideias recalcadas através dos chistes ou atos falhos. Freud propõe que as piadas ou as "trocas de palavras por acidente" nem sempre são inócuas. Antes, são mecanismos da fala que articulam ideias aparentes com ideias reprimidas, são meios pelos quais é possível exprimir os instintos primitivos.

Deste modo, Freud cria uma inter-relação entre os campos da linguística e da psicanálise, que será retomada por estudiosos posteriores, como Jacques-Marie Émile Lacan.

Teoria da Representação[editar | editar código-fonte]

Rede de neurônios associados

O fenômeno representacional psíquico está relacionado ao sistema nervoso humano. As representações, segundo Freud, são analógicas e imagéticas. Estas se inter-relacionam através de redes associativas. As redes associativas das representações são provenientes do processo fisiológico cerebral, que se baseia em uma rede de neurônios. Esse processo ocorre através de um mecanismo reflexo: a informação parte por uma rede associativa de neurônios até chegar à região motora e sensorial. Ela provoca então, modificações nas células centrais, causando a formação das representações.[carece de fontes?]

Enquanto elementos, as representações são originadas da percepção sensorial do indivíduo. São unidades mentais tanto de objetos, como de situações, sensações, relações.[carece de fontes?]

A representação de objeto, também chamada de representação da "coisa", é "um complexo de associações, formado por uma grande variedade de apresentações visuais, acústicas, táteis, cinestésicas e outras", de acordo com Freud.[carece de fontes?]

As emoções, por exemplo, são processos de descarga de energia, que são percebidos como os sentimentos. São as chamadas representações imagéticas, que não formam imagens psíquicas, e sim traços mnésicos de sensações.[carece de fontes?]

É preciso destacar que as relações entre as representações não são a demonstração e a manifestação dos sentimentos, dos afetos, das emoções. A relação entre os tipos de representação formam as ideias, ou seja, as relações associativas contidas nas representações de objeto (captadas pelos processos perceptivos) formam os complexos de sensações associados, dando origem a uma representação completa. Portanto, um único objeto representado na mente é constituído por seus vários aspectos sensoriais da realidade externa: cor, gosto, textura, cheiro e coisas do gênero.[29]

Teoria do processo de pensamento[editar | editar código-fonte]

Segundo Freud, o processo de pensamento é a ativação ou inibição dos complexos de sensações associadas que tornam, possível, o fenômeno representacional psíquico, o que se dá através da energia que flui no sistema nervoso pelos sistemas de neurônios. Podemos distinguir, neste processamento, um nível primário e um secundário.

Processo Primário[editar | editar código-fonte]

Associado ao inconsciente, o processamento primário do pensamento é aquele que dirige ações imediatas ou reflexas, sendo associado, assim, ao prazer, ao emocional do indivíduo e ao fenômeno de arco reflexo. Nele, a energia presente no aparelho mental flui livremente pelas representações, do polo do estímulo ao da resposta.

Processo Secundário[editar | editar código-fonte]

O processo de pensamento secundário, por outro lado, está associado ao pré-consciente, também chamado de "ação interiorizada" ou, ainda, de "processo racional do pensamento". Nele, o escoamento de energia mental fica retido, só acontecendo após uma série de associações, as quais se refletem no aparelho psíquico. As ações decorrentes dessa forma de processamento devem ser tomadas com base no mundo externo, no contexto em que a pessoa se encontra e em seus objetivos. Assim, ao contrário da energia do processo primário, que é livre, a energia do secundário é condicional, ou seja, está sujeita a quaisquer ações.[29]

Divisão do Inconsciente[editar | editar código-fonte]

Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura particular. No primeiro tópico, recorre à imagem do iceberg em que o consciente corresponde à parte clara, e o inconsciente corresponde à parte não visível, ou seja, à parte submersa do iceberg. De sua teoria, ele estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os conceitos de id, ego e superego.

  • O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do Id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de autopreservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação da vida. O Id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
  • O Ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o superego.
  • O Superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.

Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tânato, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.

Além de suas "tópicas", em seu sistema de metapsicologia, Freud constantemente reelaborará esses conceitos ao longo de suas obras e especula sobre outros novos, a exemplo do princípio de Nirvana.[30]

Mecanismos de defesa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mecanismo de defesa

As percepções de um acontecimento, do mundo externo ou interno, pode ser algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador, para evitar esse desprazer, a pessoa "deforma" ou suprime a realidade – deixa de registrar percepções externas, afasta determinados conteúdos, psíquicos, interfere no pensamento. São vários mecanismos que o indivíduo pode realizar essa deformação da realidade, chamados mecanismos de defesa, são eles:[carece de fontes?]

  • Recalque: indivíduo "não vê" ou "não ouve" o que ocorre. Existe a supressão de uma parte da realidade;
  • Formação reativa: o ego procura afetar o desejo que vai para determinada direção, e para isso o indivíduo adota uma atitude oposta á esse desejo;
  • Regressão: o indivíduo retorna as etapas anteriores do seu desenvolvimento, é passagem para modos de expressão primitivos;
  • Projeção: é uma confluência de distorções do mundo externo e interno. O indivíduo localiza no mundo externo e não percebe que aquilo foi projetado com algo que considera indesejável;
  • Racionalização: o indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados "deformados" de convivência.

Libido[editar | editar código-fonte]

O conceito de libido desempenha um papel central na psicanálise. Nos primeiros trabalhos de Freud, a libido é definida como o impulso vital de autopreservação da espécie, e compreende tanto a energia sexual no sentido estrito, quanto o fenômeno da pulsão do desejo e do prazer. Mais tarde, ele adota uma visão mais geralista de que o impulso de autopreservação tem origem libidinosa, confrontando a libido com a pulsão de morte.[carece de fontes?]

Freud também acreditava que a libido amadurecia nos indivíduos por meio da troca de seu objeto (ou objetivo). Argumentava que os humanos nascem "polimorficamente perversos", no sentido de que uma grande variedade de objetos possam ser uma fonte de prazer, sem ter a pretensão de se chegar à finalidade última, ou seja, o ato sexual. O desenvolvimento psicossexual ocorreria em etapas, de acordo com a área na qual a libido está mais concentrada: a etapa oral (exemplificada pelo prazer dos bebês ao chupar a chupeta, que não tem nenhuma função vital, mas apenas a de proporcionar prazer); a etapa anal (exemplificada pelo prazer das crianças ao controlar sua defecação); e logo a etapa fálica (que é demonstrada pela manipulação dos órgãos genitais).[carece de fontes?]

Até então, percebe-se que a libido é voltada para o próprio ego, ou seja, a criança sente prazer consigo mesma. O primeiro investimento objetal da libido, segundo Freud, ocorreria no progenitor do sexo oposto, esta fase caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores (se chama complexo de Édipo). A criança percebe, então, que, entre ela e a mãe (no caso de um menino), existe o pai, impedindo a comunhão por ele desejada. A criança passa então a amar a mãe e a experienciar um sentimento antagônico de amor e ódio com relação ao pai. Ela percebe, então, que tanto o amor vivido com a mãe como o ódio vivido com o pai são proibidos e o complexo de Édipo é, então, finalizado com o surgimento do superego, com a desistência da criança com relação à mãe e com a identificação do menino com o pai.[carece de fontes?]

Transferência[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Transferência (psicanálise)

Outro elemento importante da psicanálise é a pouca intervenção do psicanalista, para que o paciente possa projetar seus pensamentos e sentimentos no psicanalista. Através deste processo, chamado de transferência, o paciente pode reconstruir e resolver conflitos reprimidos (causadores de sua doença), especialmente conflitos da infância com seus pais.

Freud e a neurologia[editar | editar código-fonte]

É menos conhecido o interesse de Freud pela neurologia. No início de sua carreira, investigou a paralisia cerebral. Publicou numerosos artigos médicos neste campo. Também mostrou que a doença existia muito antes de outros pesquisadores de seu tempo terem notícia dela e de a estudarem. Também sugeriu que era errado que esta doença, segundo descrito por William Little (cirurgião ortopédico britânico), tivesse, como causa, uma falta de oxigênio durante o nascimento. Ao invés disso, Freud afirmou que as complicações no parto eram somente um sintoma do problema. Somente na década de 1980, suas especulações foram confirmadas por pesquisadores modernos.[carece de fontes?]

Nas últimas décadas o modelo estrutural de Freud tem sido validado pelas pesquisas que buscam correlacionar a neurociência e a psicanálise. Os dados que verificam as descrições de Freud da segunda tópica confirmam seu lugar na neurofisiologia hoje e permanecem abertos à discussão para melhor compreensão da mente humana.[31]

Inovações de Freud[editar | editar código-fonte]

Freud foi inovador. Simultaneamente, desenvolveu uma teoria da mente e da conduta humana, e uma técnica terapêutica para ajudar pessoas afetadas psiquicamente. Alguns de seus seguidores afirmam estar influenciados por um, mas não pelo outro campo.

Provavelmente a contribuição mais significativa que Freud fez ao pensamento moderno é a de tentar dar, ao conceito de inconsciente, um status científico (não compartilhado por várias áreas da ciência e da psicologia). Seus conceitos de inconsciente, desejos inconscientes e repressão foram revolucionários; propõem uma mente dividida em camadas ou níveis, dominada em certa medida por vontades primitivas que estão escondidas sob a consciência e que se manifestam nos lapsos e nos sonhos.

Em sua obra mais conhecida, A Interpretação dos Sonhos, Freud explica o argumento para postular o novo modelo do inconsciente e desenvolve um método para conseguir o acesso ao mesmo, tomando elementos de suas experiências prévias com as técnicas de hipnose.

Como parte de sua teoria, Freud postula também a existência de um pré-consciente, que descreve como a camada entre o consciente e o inconsciente[32] (o termo subconsciente é utilizado popularmente, mas não é parte da terminologia psicanalítica). A repressão em si tem grande importância no conhecimento do inconsciente. De acordo com Freud, as pessoas experimentam repetidamente pensamentos e sentimentos que são tão dolorosos que não podem suportá-los. Tais pensamentos e sentimentos (assim como as recordações associadas a eles) não podem ser expulsos da mente, mas, em troca, são expulsos do consciente, para formar parte do inconsciente.

Embora, ao longo de sua carreira, Freud tenha tentado encontrar padrões de repressão entre seus pacientes que derivassem em um modelo geral para a mente, ele observou que pacientes diferentes reprimiam fatos diferentes. Observou, ainda, que o processo da repressão é, em si mesmo, um ato não consciente (isto é, não ocorreria através da intenção dos pensamentos ou sentimentos conscientes). Em outras palavras, o inconsciente era tanto causa como efeito da repressão.

Controvérsias e debates[editar | editar código-fonte]

A questão da homossexualidade[editar | editar código-fonte]

Freud gradualmente desiste de fazer da homossexualidade uma disposição biológica ou um resultado cultural, mas sim a assimila a uma escolha psíquica inconsciente.[33] Em 1905, em Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, ele falou de "inversão", Mas, em 1910, em Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci, ele renuncia a este termo para escolher o de "homossexualidade". Em uma carta de 1919 escrita para a mãe de um jovem paciente, Freud explica: "a homossexualidade não é uma vantagem, mas também não é motivo para se envergonhar, não é um vício nem uma degradação e também não pode ser classificada como doença."[34] Contudo, em toda a obra de Freud, existem várias teorias e questionamentos sobre o surgimento da homossexualidade no sujeito: a homossexualidade adulta é apresentada ora como imatura pelo bloqueio da libido na fase anal, ora como um retraimento narcísico ou mesmo como uma identificação com a mãe. Freud de fato afirmou certa vez que a homossexualidade resulta de uma "interrupção do desenvolvimento sexual".[34] Então ele por fim conclui que a homossexualidade é uma escolha de objeto inconsciente.

Segundo Freud, a homossexualidade não é objeto de tratamento analítico. Só a culpabilidade que a acompanha pode dar origem a uma neurose.[35] Finalmente, em uma nota de 1915 para os Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, ele explica igualmente que "a pesquisa psicanalítica se opõe fortemente à tentativa de separar os homossexuais de outros seres humanos como um grupo particularizado. […] Ela aprende que todos os seres humanos são capazes de uma escolha de objeto homossexual e que efetivamente fizeram essa escolha no inconsciente"[36][37] "Nem Sigmund Freud, nem seus discípulos, nem seus herdeiros fizeram da homossexualidade um conceito ou noção específica da psicanálise", conclui Élisabeth Roudinesco,[38] ainda que essa questão tenha dividido os psicanalistas. No entanto, uma distinção deve ser feita entre a homossexualidade psíquica em todos os seres humanos e a homossexualidade ativa.[39] Segundo o crítico Didier Eribon, os psicanalistas compartilham um "inconsciente homofóbico",[40] enquanto que para Daniel Borrillo, Freud e alguns psicanalistas (como Jacques Lacan) fariam o trabalho da homofobia classificando a homossexualidade entre as "inversões".[41][nota 1] No entanto, não se deve negligenciar que Freud está fora dessa classificação.

Cultura e natureza[editar | editar código-fonte]

Charles Darwin, cujas teorias Freud admirava.

Para Freud, cultura (Kultur) designa o conjunto de instituições que distanciam o indivíduo do estado animal.[43] A natureza, portanto, corresponde às emoções, instintos, impulsos e necessidades. O ser humano está constantemente lutando contra sua natureza instintiva e seus impulsos, que ele tenta conter para viver em sociedade, caso contrário, o egoísmo universal traria o caos. No entanto, Freud opera uma confusão constante em seus escritos entre civilização de um lado e cultura de outro.[43] Quanto mais alto o nível da sociedade, maiores são os sacrifícios de seus indivíduos. Ao impor acima de tudo a frustração sexual, a civilização tem um efeito direto na gênese das neuroses individuais. O texto de 1929, O Mal-Estar na Civilização apoia a tese de que a cultura é a principal causa de neurose e disfunção psíquica.[44] Pelas regras claras que lhe impõe, a cultura protege o indivíduo, mesmo que requeira renúncias instintivas consequentes. Essas restrições podem explicar por que existe uma raiva e rejeição―muitas vezes inconscientes―em relação à cultura. Em troca, a cultura oferece uma compensação pelas restrições e sacrifícios que impõe, por meio do consumo, do entretenimento, do patriotismo ou da religião.[43]

No ensaio "Uma dificuldade da psicanálise" publicado em 1917,[45] e em suas palestras introdutórias à psicanálise, escritas durante a Primeira Guerra Mundial, Freud explica que a humanidade, ao longo de sua história, já sofreu "dois grandes aborrecimentos infligidos pela ciência ao seu amor próprio". A primeira, explica ele, data do momento em que Nicolau Copérnico estabeleceu que "nossa Terra não é o centro do universo, mas uma parcela ínfima de um sistema de mundo dificilmente representável em sua imensidão." A segunda, segundo ele, ocorre quando a biologia moderna― e Darwin primeiro lugar―"devolve o homem aos seus descendentes do reino animal e ao caráter indelével de sua natureza bestial". Ele adiciona: "O terceiro aborrecimento, e o mais amargo, a megalomania humana deve suportar a pesquisa psicológica de hoje, que quer provar ao ego que ele nem mesmo é dono de sua própria casa, mas que está reduzido a informações parcimoniosas sobre o que está atuando inconscientemente em sua vida psíquica".[46] Segundo Freud, é a "renúncia progressiva das pulsões constitucionais" que permite ao homem evoluir culturalmente.[47]

Freud e a filogênese[editar | editar código-fonte]

Apoiando-se nas teses de Charles Darwin, em 1912, em Totem e Tabu, Freud explica que a origem da humanidade está baseada na fantasia de uma "horda primeva" na qual o assassinato primitivo do pai ocorre como o ato fundador da sociedade. Os homens viviam em hordas gregárias, sob o domínio de um homem todo-poderoso, que se apropriava das mulheres do grupo e excluía os demais homens. Estes últimos então cometem o assassinato de "Pai primevo", parricídio que explica o tabu do incesto como elemento constitutivo das sociedades. Em O Mal-Estar na Civilização, Freud divide a evolução da humanidade em três fases: uma fase animista caracterizada por um narcisismo primário e totemismo primeiro, depois uma fase religiosa marcada pela neurose coletiva e finalmente uma fase científica em que predomina a sublimação.[48] Esta concepção de herança filogenética foi criticada por antropólogos e historiadores[49] e invalidada pela biologia.[50] Segundo Plon e Roudinesco, para Freud é apenas uma questão de "hipóteses que ele considera bem como de 'fantasias'"[51] Florian Houssier indica que "seja qual for o grau de validade que alguém confere a ela (fantasia ou crença), nós a consideramos [filogenia] como um núcleo de hipóteses tanto mais decisivo quanto Freud a aproxima e incessantemente a vincula à ontogênese e a suas potenciais confirmações clínicas. [...] as preocupações de Freud, em encontrar na filogênese o ponto de partida para a escolha da neurose e em confirmar por uma história de origens a hipótese do complexo de Édipo constituem de fato um eixo teórico-clínico importante."[52]

Freud e a religião[editar | editar código-fonte]

Dizendo "incrédulo", "judeu sem Deus",[53] Freud é crítico da religião. Ateu convicto,[2] ele estimava que o ser humano perde mais do que ganha com a fuga que ela propõe. Em seu primeiro escrito sobre religião, Atos Obsessivos e Exercícios Religiosos, publicado em 1907, ele explica que o cerimonial litúrgico envolve necessariamente "atos obsessivos". Ele fala consequentemente de "cerimonial neurótico". Segundo ele, a "repressão, a renúncia a certas pulsões instintivas parecem assim estar na base da formação da religião".[54] Quanto ao vínculo que a prática psicanalítica mantém com a religião, e em uma carta ao pastor Oskar Pfister de 9 de janeiro de 1909, Freud diz que "em si mesma, a psicanálise não é mais religiosa do que irreligiosa. É um instrumento sem partido que pode ser usado ​​por religiosos e leigos, desde que unicamente a serviço dos seres sofredores".[55]

Com O Futuro de uma Ilusão (1927), Freud mostra pela primeira vez que a civilização deve apelar para valores morais para garantir sua integridade e se proteger das inclinações destrutivas individuais. Segundo Quinodoz, Freud inclui nesses valores morais "valores de ordem psicológica, os ideais culturais, bem como as ideias religiosas, estas últimas constituindo a seus olhos o valor moral mais importante para a manutenção da civilização." Freud dialogou com um oponente imaginário (que poderia ser o pastor Pfister), tomando como modelo de religião o cristianismo praticado no Ocidente. A publicação da obra provocou, segundo Quinodoz, "controvérsias que estão longe de serem apaziguadas".[56] Segundo Freud, a humanidade deve aceitar que a religião é apenas uma ilusão para sair de seu estado de infantilismo, e ele relaciona esse fenômeno à criança que deve resolver seu complexo de Édipo: "essas ideias [religiosas], que professam ser dogmas, não são o resíduo da experiência ou o resultado final da reflexão: são ilusões, a realização dos mais antigos, mais fortes, desejos mais urgentes da humanidade; o segredo de sua força é a força desses desejos. Já sabemos: a terrível impressão da angústia da infância despertou a necessidade de ser protegido―protegido por ser amado―uma necessidade que o pai satisfazia".[57][58]

Clotilde Leguil observa que Freud, em O Mal-Estar na Civilização, compara o efeito da religião na psique com o dos narcóticos. Freud situa sua tese na linhagem daquela de Marx, que poderia afirmar não apenas que é o "ópio do povo", mas também que "a religião é apenas o sol ilusório que gravita em torno do homem enquanto o homem não gira ao redor de si mesmo".[59] Paul Ricoeur também apelidou Marx, Nietzsche e Freud de "os mestres da suspeição", na medida em que têm em comum o ter denunciado a ilusão religiosa.[60]

Em 1939 apareceu Moisés e o Monoteísmo,[61] em que Freud desenvolveu a tese de que Moisés não era um judeu, mas um egípcio que adorava o deus Aton. Freud admite que as bases desta hipótese histórica são frágeis; ele originalmente queria dar o título de seu ensaio: O homem Moisés, um romance histórico.[62] A publicação da obra gerou polêmica.[63]

Freud em face do antissemitismo[editar | editar código-fonte]

As obras de Freud foram queimadas pelos nazistas, que decretaram que a psicanálise era uma "ciência judia".[64]

O antissemitismo não pesa de uma maneira igual na vida de Freud, e isso de acordo com as mudanças políticas na Áustria e Alemanha do início do século XX.[65] O sentimento antissemita teve um papel decisivo no final de sua vida, quando teve que fugir da Áustria em face da ameaça nazista. Antes da Primeira Guerra Mundial, como Yerushalmi aponta, "Gostaria de salientar que sua consciência do fenômeno precedeu sua entrada na Universidade de Viena, ou o fim do Burgerminister liberal e a ascensão do antissemitismo político".[66] A partir de 1917, a censura de artigos antissemitas em jornais tornou-se menos rígida e tornou-se comum ver judeus chamados de "aproveitadores de guerra". Foi em 1918 que o antissemitismo atingiu seu auge, os judeus se tornando explicitamente os bodes expiatórios de todos os infortúnios que se abateram sobre a Áustria.[67] Em 1933, as obras de Freud foram queimadas pelos nazistas, que viram nelas uma "ciência judia" (segundo a fórmula do partido nazista[68]) contrária ao "espírito alemão": "Na Alemanha de 1933, depois que as obras de Freud foram queimadas, ficou evidente que o regime liderado pelos nazistas, recém-chegados ao poder, não deixava espaço para a psicanálise".[69] Com a anexação da Áustria pela Alemanha, muitos psicanalistas tiveram que interromper sua prática ou emigrar quando não foram mortos ou enviados para campos de concentração por serem judeus. A segregação desenvolveu-se pela primeira vez na Hungria, especialmente sob o regime de Miklós Horthy. Então, se espalhou para a Alemanha já na década de 1920 e para a Áustria. A partir de então, a maioria dos que sobreviveram emigrou para os Estados Unidos (bem como para o Reino Unido, França, América do Sul, Max Eitingon entretanto foi para o exílio na Palestina).[69]

Henri Ellenberger fez um estudo aprofundado da situação dos judeus em toda a região e afirma que Freud teria exagerado o impacto do antissemitismo em sua não nomeação para um cargo acadêmico de professor extraordinário.[70] Ele argumenta sua tese de maneira documentada. Outros historiadores consideram que Ellenberger minimizou o fenômeno em Viena,[71] que elegeu Karl Lueger, abertamente antissemita, como prefeito em 1897. O pai de Freud foi vítima de um ato antissemita, que ele contou ao filho.[72] Desde o início, a psicanálise freudiana foi acusada de ser uma "ciência judia". Martin Staemmler escreve, em um texto de 1933: "A psicanálise freudiana constitui um exemplo típico da desarmonia interna na vida da alma entre judeus e alemães. [...] E quando se vai ainda mais longe e se faz entrar na esfera sexual todo movimento da mente e toda má conduta da criança [...], quando [...] o ser humano não é nada mais do que um órgão sexual em torno do qual o corpo vegeta, então devemos ter a coragem de recusar essas interpretações da alma alemã e dizer aos senhores da comitiva de Freud que eles não precisam apenas fazer seus experimentos psicológicos em material humano que pertence à sua raça".[73] Para Lydia Flem, Freud e Theodor Herzl, cada um à sua maneira, respondem à crise da identidade judaica, o primeiro imaginando uma tópica psíquica, o segundo sonhando com um país geográfico para o povo judeu.[74]

Sobre o judaísmo e o sionismo[editar | editar código-fonte]

Élisabeth Roudinesco, em artigo de 2004 em que estuda uma "carta inédita de Freud sobre o sionismo e a questão dos lugares santos" evoca a posição de Freud que se recusa, nesta carta, a apoiar publicamente a causa sionista na Palestina e o acesso dos judeus ao Muro das Lamentações, como lhe havia pedido em 1930 Chaim Koffler, membro vienense do Keren Ha Yesod. Ela lembra neste artigo que o "judaicidade" de Freud, que, segundo ela, ele "jamais renegou", era uma "identidade de judeu sem deus, de judeu vienense assimilado―e de cultura alemã". Esta carta, considerada desfavorável à causa sionista, não foi tornada pública e permaneceu inédita, embora, como lembra Elisabeth Roudinesco, Freud tivesse "muitas vezes a oportunidade de expressar sobre o sionismo, sobre a Palestina e sobre os lugares sagrados uma opinião idêntica à dirigida ao Keren Ha Yesod". Além disso, no mesmo dia, ele enviou uma carta a Albert Einstein, na qual desenvolveu as mesmas ideias de "empatia a respeito do sionismo" do qual "ele jamais compartilhará o ideal" e de "desconfiança na criação de um estado judeu na Palestina".[75]

Sobre a cocaína e toxicodependência[editar | editar código-fonte]

A descoberta do alcaloide planta da coca é contemporânea da pesquisa de Freud, que busca utilizá-lo para a cura psíquica. Em 1884, os laboratórios da Merck confiaram a Freud a tarefa de realizar experimentos com a substância. Antes de criar a psicanálise, Freud estudou este produto e pensou que poderia emprestar-lhe todos os tipos de indicações médicas ― especialmente no tratamento da neurastenia.[76] Ele foi um dos primeiros a usar e a propor o uso da cocaína como um estimulante, bem como analgésico. Escreveu vários artigos sobre as qualidades antidepressivas do "medicamento" e foi influenciado por seu amigo e confidente Wilhelm Fliess, que recomendou a cocaína para o tratamento da "neurose nasal reflexa". Fliess operou Freud e o nariz de vários pacientes de Freud que ele acreditava estarem sofrendo do transtorno, incluindo Emma Eckstein, cuja cirurgia foi desastrosa.[77] Freud trabalhou nas propriedades anestésicas da cocaína com dois colegas, Carl Köller e Leopold Königstein, já em 1884. No entanto, ele não tem tempo para testar seu poder narcótico e precisa ficar longe de Viena. Seus colegas continuaram os experimentos, principalmente no contexto da cirurgia ocular, e acabaram apresentando sua descoberta à Sociedade Médica de Viena sem mencionar o papel precursor de Freud.[78][79] Ele continuou sua pesquisa entre 1884 e 1887, com vários textos sobre o assunto, incluindo «Sobre a coca".[80]

Freud usou cocaína episodicamente desde 1884.[81][82] Na época, essa substância recente não era proibida, o consumo de vários produtos da cocaína era comum (a Coca-Cola a continha até 1903) e aparecia para alguns médicos americanos como uma panaceia.[83] Freud do mesmo modo acreditava em suas virtudes para muitos transtornos e seu artigo científico "Sobre a coca" (Über Coca, em alemão) foi bem recebido. Ele também a prescrevia para aplicação nasal até 1895, quando iniciou sua autoanálise e ele próprio teria parado de usá-la.[82] Em um artigo de 1886, o doutor Albrecht Erlenmeyer avisa a comunidade médica em termos específicos, chamando cocaína de "terceiro flagelo da humanidade".[84] Diante de críticas crescentes, o doutor Johann Schnitzler, em artigo na revista International Klinische Rundschau de 1887, defende Freud, acusado de ter propagado o uso da mesma. Este último escreveu um último artigo sobre a cocaína em 1887 e afirma que é o sujeito que está predisposto e não a droga que causa a toxicomania.[83] Freud então desiste completamente de seu estudo após sugerir a seu amigo Ernest von Fleischl-Marxrow usá-la, esperando que a cocaína curasse seu vício em morfina. No entanto, Fleischl von Marxow torna-se viciado em cocaína, depois reverte para morfina e morre prematuramente aos 45 anos, deixando Freud com um forte sentimento de culpa. Se o psicólogo David Cohen fala da adicção de Freud à cocaína e de um consumo por quinze anos, segundo Élisabeth Roudinesco e a filósofa e psicanalista Françoise Coblence, ele usou durante onze anos, não era dependente do produto e não conhecia o fenômeno de habituação (nem os casos relatados na literatura médica contemporânea).[85][82] Segundo Peter Gay, Freud consumiu a droga como forma de amenizar seu estado depressivo e de diminuir a tensão ante eventos sociais, tendo enviado algumas quantidades a Martha Bernays para consumo próprio, no entanto não haveria nenhum registro de que ambos tenham adquirido hábito ou que tenham se viciado na droga.[86] O historiador Howard Markel também desenvolve a tese de um vício de Freud à cocaína, que ele teria consumido até 1896.[87][88]

Ocultismo e telepatia[editar | editar código-fonte]

Na trigésima conferência das Novas Conferências Introdutórias à Psicanálise (1933) "Sonhos e ocultismo", um assunto "litigioso entre todos" segundo Alain de Mijolla em vista de "todos os argumentos que deveriam colocar em dúvida uma mente científica da 'existência de transmissão telepática'", Freud, que não obstante foi capaz de observar o fenômeno e dá "alguns exemplos de observações que o perturbaram, entre outras o de Vorsicht/Forsyth", consequentemente recomenda "pensar com mais benevolência à possibilidade objetiva da transmissão do pensamento e, portanto, também da telepatia".[89][nota 2] Ele havia escrito anteriormente em 1921 um texto, "originalmente sem título", lido para os membros do "Comitê Secreto" e encontrado em seus manuscritos, que foi publicado em 1941 sob o título Psychoanalyse und Telepathie nas Gesammelte Werke.[92] O artigo "Sonho e telepatia", provavelmente escrito em dezembro de 1921 e publicado em 1922 na revista Imago, teve por subtítulo "Conferência na Sociedade Psicanalítica de Viena", embora as Atas de Viena não o tenham registrado; esta conferência certamente não foi realizada.[93] "O significado oculto dos sonhos" (1925), parte três de Alguns suplementos ao conjunto de A Interpretação do Sonho, foi publicado nos Gesammelte Schriften, no Almanach 1926 (publicado em setembro de 1925) e na Imago.[94]

Se Freud se interessava pelo ocultismo—em voga na sua época[nota 3]—como muitos de seus contemporâneos, psicólogos e outros cientistas, como Pierre e Marie Curie,[nota 4] ele, segundo Roudinesco e Plon, "[estabeleceu] uma linha de demarcação muito clara entre a psicanálise como ciência" e o que chamou de "a maré negra do ocultismo", o que não o impediu de se fascinar por esse campo e manter uma ambivalência pronunciada.[100] Segundo o psiquiatra e psicanalista Michel Picco, "Freud não se interessa pelo espiritismo. [...] Ele denuncia charlatães [...]. Em suma, o único problema que ele considera verdadeiramente sério, o que ele chama de "o cerne da verdade do ocultismo", é a telepatia", interesse "banal" em sua época e do qual também fez parte, por sua vez, Pierre Janet por exemplo.[90] Por outro lado, Ernest Jones a rejeitou,[nota 5] e Freud escreveu a ele em 1926:[102] "quando se alegar diante de você que eu afundei no pecado, calmamente responda que minha conversão à telepatia é assunto meu [...] e que o tema telepatia é em essência estranho à psicanálise".[100][nota 6]

A ambivalência de Freud em relação ao ocultismo, sobretudo à telepatia,[nota 7] é constatada cronologicamente, conforme a relatam Roudinesco e Plon: ele foi inicialmente pressionado por Jung, em 1909, reprovando-o, depois por Ferenczi em 1910, quando encorajou por um tempo, antes de condenar em 1913, em nome da ciência, experimentos telepáticos;[100] depois, de 1920 a 1933, no contexto da institucionalização do IPA, movimento que coloca o racionalismo positivista e o ideal da cientificidade em seu cerne, correndo o risco do cientificismo, ele se interessa novamente e horroriza Jones, que propõe proibir qualquer pesquisa sobre o ocultismo dos debates IPA, o que Freud aceita, porém enquanto isso escreve dois textos em 1921 e dá uma conferência em 1931 sobre o assunto.[100][nota 8] Freud dá exemplos de situações alegadamente ocultas ou telepáticas ao propor uma interpretação propriamente psicanalítica.[100][nota 9] Essa ambivalência não deve ser entendida como uma rejeição ou adesão à telepatia por si mesma, mas como um meio de uma oposição passiva de Freud em relação à política de Jones que apoiava americanos partidários de uma psicanálise científica medicalizada, contra a análise leiga.[100] Assim, segundo Roudinesco e Plon, Freud finge acreditar na telepatia e dá uma interpretação psicanalítica a respeito da noção de transferência.[nota 10][100] É possível, segundo Picco, que ele utilize o termo por falta de um mais apropriado.[nota 11]

Críticas[editar | editar código-fonte]

Dissidências e cismas[editar | editar código-fonte]

As principais disputas levaram, durante o desenvolvimento do movimento psicanalítico, a grandes cisões, primeiro a de Alfred Adler (que então fundou a psicologia individual), depois a de Carl Gustav Jung, iniciador da psicologia analítica. Os pontos de divergência teórica são numerosos, ligados à libido, ao complexo de Édipo ou mesmo à importância da sexualidade no psiquismo. Essas controvérsias começaram nos anos 1907 e 1911. Chamado de "apóstatas" por Freud, Adler, o primeiro, então Jung, se opõem à concepção da libido como essencialmente de origem sexual e que eles veem antes como uma "pulsão de vida" em sentido geral. Freud teme acima de tudo que os dissidentes sequestrem a teoria e a prática psicanalíticas. Paul-Laurent Assoun sublinha, de fato, que ambos afirmam querer colocar a psicanálise na direção certa e salvá-la do culto da personalidade formado em torno de Freud.[107] A competição entre as várias escolas, principalmente entre o círculo vienense e a escola de Zurique de Jung, foi o golpe mais duro para o jovem movimento psicanalítico, e isso a partir de 1913, com a deserção de Jung.[108] As outras divergências internas dizem respeito, por exemplo, à precocidade do Superego descrita por Melanie Klein ou Donald Winnicott,[109] com quem, ao se libertar da herança freudiana integrando suas contribuições, inicia o pós-freudismo. A oposição com Wilhelm Reich relaciona-se essencialmente com diferenças fundamentais relativas à prática do tratamento psicanalítico, em particular no que diz respeito à regra de abstinência.

Sobre Freud e as Freud Wars[editar | editar código-fonte]

Por muito tempo, a maioria das obras sobre Freud referia-se quase exclusivamente à biografia de Ernest Jones, criticada por seus aspectos hagiográficos. Após os estudos críticos de Pierre Janet, Karl Popper seguiu uma nova pesquisa histórica iniciada por Henri Ellenberger, seguida por outros autores mais críticos, tais como as obras de Mikkel Borch-Jacobsen[108] ou Jacques Van Rillaer[110] ou Jacques Bénesteau.[111]

Uma coleção muito grande de escritos originais e cartas freudianas pode ser encontrada na Sigmund Freud Collection da Biblioteca do Congresso em Washington.[112]

Sobre Freud e seu tempo[editar | editar código-fonte]

Durante sua vida, Freud teve que enfrentar críticas.[113]

Contemporâneos, como Karl Kraus e Egon Friedell, fizeram várias críticas; Kraus desafia a interpretação sexual psicanalítica na literatura, enquanto Friedell qualifica a psicanálise como "pseudo-religião judaica" e "seita".[114]

Paul Roazen publica um estudo sobre as complexas relações entre Freud, Victor Tausk e Helene Deutsch. Tausk pedira uma análise a Freud, que a recusara, antes de enviá-la a Deutsch. Esta última estava então ela mesma em análise com Freud. Esta situação é abordada por Roazen, que também a relaciona com as outras causas do suicídio de Tausk.[115]

Freud Wars nos Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

Segundo Samuel Lézé, as Freud Wars, que ele observa como "um enigma local", são uma expressão comum na imprensa nos Estados Unidos entre 1993 e 1995: trata-se de uma "série de polêmiquas" cujo objeto curiosamente "preocupava-se principalmente com a personalidade de Freud", enquanto ainda, especifica Lézé, a psicanálise "não está mais no comando da psiquiatria americana" pelo menos meados da década de 1980 e as faculdades de psicologia não a ensinavam mais.[116] Um remake aconteceu na França dez anos depois, entre 2005 e 2010, por ocasião do Livro Negro da Psicanálise e especialmente de Crépuscule d'une idole. L'affabulation freudienne de Michel Onfray. Segundo Samuel Lézé, o que estava em jogo dessa "guerra das psis" na mídia francesa e nos ensaios críticos era político, de fato: "uma nova geração de profissionais de saúde mental pretende ocupar o lugar da geração anterior formada no seio da psicanálise no início dos anos 1980".[116]

Em uma resenha do trabalho de Lézé, Yannis Gansel afirma que "nos Estados Unidos, onde o domínio religioso e a construção da jurisdição médica sobre "problemas pessoais" contém a psicanálise na esfera clínica, é um "Freud científico" que os críticos visam".[117] Segundo Gansel, Lézé descreve em seu livro "o "debate imóvel" e a interminável "cerimônia de degradação" operada pelos anti-freudianos".[117] O movimento anti-freudiano com efeito opera sob dois aspectos: a de uma crítica racional (um debate) e a de uma denúncia moral correspondente a uma degradação. Para Yannis Gansel, a originalidade do livro consiste em "mostrar a que ponto a crítica depende do ícone que pretende enterrar".[117]

Críticas teóricas[editar | editar código-fonte]

Na França, a crítica teórica é representada por uma obra coletiva e multidisciplinar, Le Livre noir de la psychanalyse (2005), conjunto de artigos publicados sob a direção de Catherine Meyer, e que reflete várias décadas de crítica a Freud. Muitos dos pontos críticos são discutidos, desde a natureza científica da psicanálise até a personalidade de Freud, incluindo contradições, a suspeita de fabricação de casos psicopatológicos e falsas curas.[118] Com base em estudos epidemiológicos, segundo esses autores, destaca-se a baixa eficácia terapêutica do método psicanalítico em relação a outras técnicas psicoterapêuticas, como as terapias cognitivo-comportamentais. Este trabalho despertou reações em vários círculos psiquiátricos, terapêuticos e psicanalíticos, relançando assim conflitos de interesse subjacentes. Em resposta a essas críticas, a psicanalista Élisabeth Roudinesco editou um livro chamado Pourquoi si de haine?: anatomie du Livre noir de la psychanalyse (2005).[118] Outros psicanalistas e psiquiatras criticaram o trabalho.[119][120][121]

Frank Sulloway, por sua vez, em Freud, Biólogo da Mente (1979), desenvolveu a tese segundo a qual Freud produziu um modelo "criptobiológico" para esconder suas teorias biológicas reconhecidas como já obsoletas em seu tempo por alguns de seus partidários, como Ernst Kris, a fim de apresentar a psicanálise como uma teoria revolucionária e original.[122]

O ensaísta francês Michel Onfray publicou Le Crépuscule d'une idole em abril de 2010, na qual ele notavelmente censura Freud por ter generalizado seu caso pessoal, por ter sido um médico medíocre, por ter desenvolvido a teoria psicanalítica sem seguir uma abordagem científica, por mentir sobre suas observações e as curas obtidas, para o único propósito de garantir seu sucesso pessoal e financeiro, e de ter fundado a comunidade psicanalítica em princípios quase sectários. Ele também destaca que Freud assinou uma dedicatória a Benito Mussolini e que escreveu O Homem, Moisés e o Monoteísmo em plena ascensão do nazismo e do antissemitismo. O interessado retoma as críticas ao freudianismo conhecidas e desenvolvidas antes dele, a partir de uma grade interpretativa de inspiração nietzschiana. Em novembro de 2010, ele publicou Apostille au crépuscule: pour une psychanalyse non freudienne, onde ele propõe um modelo psicológico que torna possível "ultrapassar" a psicanálise freudiana.[123]

O trabalho de Lionel Naccache sobre fenômenos de priming semântico inconsciente demonstrou a existência de um inconsciente cognitivo que não pode ser assimilado ao inconsciente freudiano.[124] A teoria freudiana dos sonhos centrada na satisfação alucinatória do desejo dissimulado graças aos mecanismos de deslocamento, condensação e dramatização também tem sido criticada,[125] tanto na função atribuída aos sonhos quanto em seu processo. Segundo o psicólogo, sociólogo e ensaísta G. William Domhoff e o psicólogo cognitivo David Foulkes, a ideia de que a associação livre permite o acesso ao conteúdo latente do sonho é invalidada por trabalhos de psicologia experimental que concluíram o caráter arbitrário deste método.[126]

Segundo o neurocientista Winson em 1985, a associação livre de Freud é um método válido que permite o acesso a conteúdos latentes.[127] O neuropsiquiatra Allan Hobson criticou o trabalho de Domhoff acusando-o de ignorar os mecanismos neurobiológicos que ele estuda[128] e Drew Westen observa que Foulkes compartilha pontos de vista com a teoria de Freud, em particular que há um conteúdo latente e um conteúdo manifesto que é a sua transformação, e que essa transformação diz respeito a uma linguagem a ser decifrada.[129] Segundo o neurologista Bernard Lechevalier, há compatibilidade entre a concepção psicanalítica de sonho e as neurociências.[130] O pesquisador de neurociências e ganhador do Prêmio Nobel Eric Kandel fez algumas críticas à psicanálise[131] mas admite que "ainda representa a concepção mais coerente e intelectualmente satisfatória da mente".[132]

Críticas religiosas e políticas[editar | editar código-fonte]

Em 1952, o papa Pio XII deu um discurso para os participantes do V° Congresso Internacional de psicoterapia e psicologia clínica que reconhecia a psicanálise, mas relativiza o poder descritivo dos seus conceitos. Assim, se a psicanálise descreve o que acontece na alma, ela não pode pretender descrever e explicar o que é a alma no entanto.[133]

Antes da Revolução de 1917, a Rússia era o país onde Freud foi mais traduzido. Após a tomada do poder pelos bolcheviques, houve conexões entre o pensamento de Freud e o de Karl Marx. No entanto, posteriormente, "quando Trotsky, que era muito favorável à psicanálise, foi condenado ao exílio em 1927, a psicanálise foi associada ao trotskismo e oficialmente proibida", explica Eli Zaretsky.[134] Em 1949, Guy Leclerc publicou em L'Humanité o artigo "La psychanalyse, idéologie de basse police et d'espionnage",[135] no qual considera a psicanálise uma ciência burguesa destinada a escravizar multidões. A partir de então, depois de ter aceitado sua importância com o freudo-marxismo, o Partido Comunista Francês inicia sua campanha contra a psicanálise, e mais amplamente contra a psicanálise na França.[136]

Críticas epistemológicas[editar | editar código-fonte]

Parte da crítica a Freud diz respeito à questão da cientificidade de suas teorias. Ludwig Wittgenstein, por exemplo, disse: "Freud prestou um péssimo serviço com suas fantásticas pseudoexplicações. Qualquer burro agora tem essas imagens à mão para explicar, graças a elas, fenômenos patológicos".[137] O filósofo Michel Haar (Introduction à la psychanalyse. Analyse critique, 1973) e os cognitivistas Marc Jeannerod e Nicolas Georgieff[138] fornecem uma visão geral dessas críticas que assumem a epistemologia. Os críticos de Freud, em seu tempo e hoje, na verdade, às vezes questionam a cientificidade de sua abordagem, sua metodologia (em particular o pequeno número de casos, ou a interpretação literária), seu aspecto altamente especulativo também, sua inconsistência. teórica, a ausência de validação experimental ou estudos clínicos rigorosos (controlados e reproduzíveis), manipulação de dados e resultados clínicos e terapêuticos.[139]

Em The Psychoanalysis on the Test (1992), Adolf Grünbaum explica que Freud não demonstra nada cientificamente: "o caráter retrospectivo do teste específico do quadro psicanalítico é incapaz de autenticar com segurança até mesmo a existência da experiência infantil retroditada (...), e muito menos seu papel patogênico".[140] Embora crítico da psicanálise, Grünbaum também se opõe a outro detrator da obra de Freud: Karl Popper. Este último explica que: "As "observações clínicas", ingenuamente consideradas pelos psicanalistas como confirmações de sua teoria, não são mais convincentes do que as confirmações diárias que os astrólogos encontram em sua prática. Quanto ao épico freudiano do Ego, do Superego e do Id, ele não pode reivindicar mais seriamente um status científico do que as histórias que Homero colecionou sobre o Olimpo. Essas teorias descrevem certos fatos, mas no estilo dos mitos. Eles contêm algumas das declarações psicológicas mais interessantes, mas não podem ser verificadas".[141] O critério de sua falseabilidade (sua "refutabilidade" em outras palavras) ocupa a maior parte de seu debate. Ao contrário de Popper, que considera a psicanálise irrefutável e, portanto, pseudocientífica, Grünbaum pensa que certas afirmações psicanalíticas podem ser testadas, como a ligação suposta por Freud entre paranoia e repressão da homossexualidade (se a segunda foi de fato a causa necessária da primeira, as sociedades menos homofóicas devem experimentar uma prevalência mais baixa de paranoia).[140]

Principais seguidores de Freud[editar | editar código-fonte]

Pacientes de Freud[editar | editar código-fonte]

Esta é uma lista parcial de pacientes cujos estudos de caso foram publicados por Freud.

Obras[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Segundo Élisabeth Roudinesco, Jacques Lacan "aceitou analisar os homossexuais como pacientes comuns, sem buscar normalizá-los". Ela acredita que ele foi o primeiro a permitir que homossexuais se tornassem psicanalistas.[42]
  2. Segundo Michel Picco, "O único exemplo dado por S. Freud (1921a), pelo menos em seus textos oficialmente publicados, de um caso de telepatia ocorrido durante uma análise, é aquele que, desde W. Granoff e J.-M. Rey (1983), pode ser referido como "The Forsyth Affair".[90] Assim que o doutor Forsyth estivesse prestes a começar uma análise didática, o tratamento do Sr. P. deveria parar, (Sr. P. que seria Sergei Pankejeff de acordo com Maria Torok);[91] Freud, que não tinha mais esperanças no desenvolvimento de seu tratamento e de um número limitado de vagas, o havia alertado; este paciente fez várias alusões, no próprio dia da visita do médico, em particular pela associação Vorsicht (previsão em alemão), foresight (previsão em inglês) com o nome de Forsyth. Sigmund Freud levanta várias hipóteses, mas não consegue apresentar uma explicação satisfatória e, segundo Picco, conclui "com uma dúvida que, no entanto, inclina um pouco a balança no sentido de sua crença na existência da telepatia."[90]
  3. Segundo Odon Vallet, o ocultismo surgiu na Europa no século XIX, após a perda de influência do cristianismo e em reação ao racionalismo, e deve estar ligado ao gosto pelo mistério que se expressa com o aparecimento do romance policial ao mesmo tempo (por exemplo, Arthur Conan Doyle dedicou seu fim de vida ao estudo do ocultismo e muitos autores conhecidos estavam interessados ​​no paranormal). Além disso, a psicologia e a psiquiatria deste período foram particularmente influenciadas pelo magnetismo animal e espiritualismo, enquanto o termo "telepatia" foi cunhado em 1882 pelo psicólogo Frederic Myers.[95]
  4. Segundo a historiadora da psicologia Régine Plas, todos os primeiros psicólogos realizaram, direta ou indiretamente, pesquisas que hoje seriam rejeitadas ao campo da parapsicologia, incluindo a telepatia.[96][97] De acordo com o psicólogo clínico Thomas Rabeyron, se parte dos fenômenos foi gradualmente abandonada, três sociedades eruditas continuaram a chamada pesquisa psíquica, a Society for Psychical Research, criada em 1882 em Londres, a American Society for Psychical Research, em 1885 em Nova York (da qual William James participou da fundação) e o Institut Métapsychique International, em 1919 em Paris, e essa temática despertou um forte entusiasmo: William James, Charles Richet, Pierre e Marie Curie, Henri Bergson, Édouard Branly, Camille Flammarion participam, com muitos membros da Academia de Medicina, da Academia de Ciências e políticos de renome, nas atividades dessas sociedades.[98] Freud, por sua vez, foi um membro correspondente da Society for Psychical Research de 1911, então um membro honorário de 1938, ele também foi um membro honorário da American Society for Psychical Research a partir de 1915,[99] "embora mantendo, ao que parece, sua distância de esses movimentos", segundo o psiquiatra e psicanalista Michel Picco.[90]
  5. Jones não tinha nada além de desprezo por qualquer coisa a ver com o ocultismo e estava preocupado com o prejuízo que podia fazer à psicanálise o interesse de Freud na hipótese da transmissão do pensamento (Gedankenübertragung). No entanto, ele dedicou em sua biografia um capítulo sobre a relação entre Freud e o ocultismo.[101]
  6. Segundo o psicanalista Michael Turnheim, “não é difícil resumir as teses oficiais de Freud sobre os fenômenos telepáticos: 1. A psicanálise é uma teoria de cifragem-decifragem de tendências inconscientes e a telepatia não pertence a esse campo; 2. Esse campo analítico inicial, entretanto, precisa ser ampliado para dar conta dos efeitos da pulsão de morte; 3. A telepatia, se existe (possibilidade que Freud não quer excluir), também não pertence a este campo mais amplo e não justifica qualquer expansão posterior da teoria; 4. Apesar da delimitação estrita da telepatia do reino analítico, os fenômenos telepáticos podem, como o material de um sonho, por exemplo, entrar no espaço analítico propriamente dito.[103]
  7. Como sublinha Michel Picco, as posições de Freud em relação à telepatia são contraditórias, "céticas ou reservadas" diante de seus discípulos entusiastas (Jung, Ferenczi) e "quase convictas" diante de um "ultracético" como Jones, escrevendo textos que ele não publica ou não fala em conferência.[90]
  8. O primeiro, publicado postumamente em 1941, sob o título "Psicanálise e telepatia", o segundo, "Sonho e telepatia" que aparece na Imago enquanto "Sonho e ocultismo" será publicado em 1933 nas Novas Conferências Introdutórias Sobre Psicanálise; ver também: Widlöcher, Daniel (28 de novembro de 2019). "Chapitre 1. La personne du psychanalyste et les processus d’empathie et de co-pensée » In: Les paradoxes de l’empathie : Philosophie, psychanalyse, sciences sociales. CNRS Éditions, col. « Philosophie », p. 137–146; e Granoff, Wladimir; Rey, Jean-Marie; Freud, Sigmund (2005). La transmission de pensée: traduction et lecture de "Psychanalyse et télépathie" de Sigmund Freud. Aubier.
  9. Historiadores têm mostrado o rigor com que Freud abordou o assunto, como Patrick Moreau (em Freud et l'occultisme (1976)) ou Bertrand Méheust (em Somnambulisme et médiumnité (1999)), Rabeyron e Evrard, seguindo outros como Roland Gorinote,[104] Daniel Widlöchernote[105] ou Michael Turnheim[106] reconhecem, através da correspondência entre Freud e Ferenczi, uma interpretação psicanalítica, particularmente em termos de transferência e contratransferência, e do inconsciente e intersubjetividade.
  10. “[Ele] transforma a telepatia, fenômeno oculto que pressupõe uma intervenção do além (as estrelas, a clarividência ou o demoníaco) em pura transferência de pensamento ao qual é aconselhável dar uma interpretação psicanalítica. Mas, ao fingir aderir à telepatia, ele brinca de retornar a uma visão um tanto "pré-freudiana", pré-hipnótica ou magnética da relação transferencial[100]"
  11. Dentre as hipóteses, segundo Picco, que explicam as ambivalências de Freud, relaciona-se o fato de Freud usar a expressão da telepatia "à revelia", em vez de uma conceituação mais exata para caracterizar "a transferência propriamente dita, o arcaico, a formação do "eu", a transmissão de conteúdos psíquicos, as identificações, as relações do sujeito com o grupo e os fenômenos de contágio psíquico", temas que explora no mesmo período em Psicologia das massas e análise do eu publicado em 1921.[90]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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