Segregação espacial – Wikipédia, a enciclopédia livre

A imagem representa um Infográfico contendo informações de causas, impactos, critérios, escalas e soluções relacionadas à segregação espacial. Possui coloração em tons de bege e ícones e preto e branco. Este infográfico foi produzido como atividade prática da disciplina Planejamento Ambiental e Urbano da Universidade Federal de São Carlos, com orientação da professora Silvia Cristina de Jesus.
Infográfico contendo informações de causas, impactos, critérios, escalas e soluções relacionadas à segregação espacial.

No campo das ciências humanas, segregação espacial é a dignidade de grupos sociais ou étnicos dentro de um determinado retilíneo. Pode ocorrer em diferentes escalas, entre elas a infra-urbana, a urbana regional ou a nacional. Pode ser favorecida e legitimada socialmente, levando à formação de áreas segregadas, desiguais.

A segregação pode portanto obedecer a critérios de etnia, nacionalidade ou classe social e seu caráter espacial é fundamental. A segregação repousa antes de tudo, sobre um poder de excluir e frequentemente resulta da introdução de valores econômicos nas relações sociais […] [que] produz formas de poder se revelam favoráveis à sua expressão espacial.[1]

Historicamente e em particular do século XVIII ao século XIX, a segregação foi considerada como instrumento de regulação social e de gestão urbana nas cidades na Europa.

Segregação urbana[editar | editar código-fonte]

A ausência de segregação política não exclui a segregação espacial. Nas metrópoles brasileiras, predomina a segregação por classe social. Segundo o urbanista Flávio Pinto, (…) a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole..[2]

Quanto maiores diferenças de renda entre grupos e classes sociais, maiores as desigualdades das condições de moradia e de acesso a serviços públicos. A segregação pode ser reforçada pelo próprio poder público, quando prioriza investimentos nas áreas ocupadas pela população de mais alta renda, negligenciando ou simplesmente ignorando a parte ocupada pelos mais pobres. O Estado pode, no entanto, promover a qualificação das áreas mais carentes - através de investimentos em habitação e infraestrutura, transportes, segurança, educação, saúde, lazer e cultura - atenuando a segregação espacial.

(…) Os bairros das camadas de mais alta renda tendem a se segregar (os próprios bairros) numa mesma região geral da cidade, e não a se espalhar aleatoriamente por toda a cidade. (…)
— VILLAÇA[2]

A criação de condomínios fechados é o exemplo mais frequente de segregação no espaço urbano. Impulsionada pelo medo da violência e pela busca de segurança e tranquilidade, esse fenômeno resulta em redução dos espaços públicos, ao restringir o acesso a determinadas áreas da cidade. Um outro exemplo, mais recente, é a construção de muros em torno de áreas consideradas inseguras ou perigosas, na cidade do Rio de Janeiro, que segrega comunidades inteiras.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Guy Di Méo, Géographie sociale et territoire, Nathan Université, 2001 p. 260)
  2. a b VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001, p. 142 (grifo no original), apud Renato Saboya. «Segregação espacial urbana"». Urbanidades.arq.br 
  3. Jamil Chade (6 de maio de 2009). «ONU critica construção de muro em favelas do Rio». Estadão. Estadão.com.br 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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