Santa Maria dell'Anima – Wikipédia, a enciclopédia livre

Igreja de Nossa Senhora da Alma
Santa Maria dell'Anima
Santa Maria dell'Anima
Fachada
Tipo
Estilo dominante Renascentista
Arquiteto Andrea Sansovino, Giuliano da Sangallo
Início da construção 1386
Fim da construção 1522
Religião Igreja Católica
Diocese Diocese de Roma
Ano de consagração 1542
Website Site oficial
Área 1200 m2 (40 x 30)
Geografia
País Itália
Região Roma
Coordenadas 41° 53' 59" N 12° 28' 20" E

Santa Maria dell'Anima ou Igreja de Nossa Senhora da Alma é uma igreja na região central de Roma, Itália, a oeste da Pizza Navona e perto da igreja de Santa Maria della Pace. Foi fundada no século XIV por mercadores holandeses que, na época, eram súditos do Sacro Império Romano-Germânico. No século XV, tornou-se a igreja nacional de todo o império em Roma e, por herança, a igreja nacional da Alemanha em Roma.

De acordo com a tradição, a igreja recebeu seu nome por causa da imagem de Nossa Senhora que ilustra seu brasão, a Virgem entre duas almas.[1] Entre as obras de arte abrigadas na igreja estão a "Sagrada Família", de Giulio Roma. Estão enterrados ali o papa Adriano VI, que era holandês, e os cardeais Willem van Enckenvoirt e André da Austria.

História[editar | editar código-fonte]

Séculos XIV e XV[editar | editar código-fonte]

Santa Maria dell'Anima é uma das muitas instituições de caridade medievais construídas para ajudar os peregrinos em Roma. A igreja remonta ao ano de 1350, quando Johannes (Jan) e Katharina Peters de Dordrecht compraram três casas no local e as transformaram num albergue para peregrinos enfermos durante o Jubileu de 1350.[2] É possível que Jan Peters tenha sido um comerciante holandês ou um soldado papal e Dordrecht estava localizada na região que mais tarde se tornaria os Países Baixos (Holanda). Eles batizaram o albergue de "Beatae Mariae Animarum" ("Santa Maria das Almas").[3] No século XV, as instalações foram ampliadas para servir também de hotel para visitantes de todo o Sacro Império, embora inicialmente os ocupantes fossem majoritariamente oriundos dos Países Baixos. A partir de meados do século XV, começaram a chegar os peregrinos da Renânia.

A fundação do albergue para os enfermos foi confirmada por uma bula do papa Bonifácio IX, de 9 de novembro de 1399, que concedeu indulgências ao estabelecimnento.[3] Em 21 de maio de 1406, o papa Inocêncio VII, em sua bula Piae Postulatio, declarou o complexo livre todas as influências e o colocou sob seu controle direto. Em 1418, o albergue foi agraciado com o legado de seu segundo fundador, Diedrich de Niem.

Os papas do século XV, com exceção do papa Sisto IV, demonstraram enorme gratidão ao albergue. Em 1431, uma igreja foi construída no local da capela que servia aos hóspedes (consagrada pelo papa Eugênio IV em 1444) e a comunidade foi reunida com o albergue para enfermos alemão de Santo André, que havia sido fundado em 1372 pelo padre Nicolau de Colônia. Nos séculos XV e XVI, Santa Maria dell'Anima tornou-se o principal centro nacional e religioso, além de cemitério, de todo o Sacro Império Romano-Germânico.

Séculos XVI e XVII[editar | editar código-fonte]

Johann Burchard, de Estrasburgo, juntou-se à Confraternidade de Santa Maria dell'Anima e ascendeu ao posto de provost no final do século XV. Já no cargo, ele decidiu reconstruir a igreja para o Jubileu de 1500 e o resultado é a igreja moderna, cujo estilo renascentista deve sua influência a Bramante. A obra foi custeada com doações coletadas na comunidade germânica entre 1499 e 1522 e o edifício foi construído exatamente sobre a igreja antiga, de 1431, e foi decorada pelos grandes artistas da época.

Obra do arquiteto Andrea Sansovino, Santa Maria é uma igreja-salão típica da Europa Setentrional e uma raridade entre as muitas igrejas italianas em Roma. A fachada foi concluída por Giuliano da Sangallo em 1522, mas a nova igreja só foi consagrada em 25 de novembro de 1542.

Séculos XVIII e XIX[editar | editar código-fonte]

Durante a ocupação napoleônica, a igreja foi saqueada e a sacristia, utilizada como estábulo. Em 1844, a (nova) comunidade belga se mudou para a Igreja de São Juliano dos Flamengos. Em 1859, influenciada pelo nacionalismo da época, a Confraternidade foi transformada num seminário alemão e assumiu o nome de Collegio Teutonico di Santa Maria dell'Anima. Os católicos holandeses mantiveram Santa Maria como sua igreja nacional, mas, depois de prolongados conflitos, abandonaram-na em 1939 (desde 1992, a igreja nacional holandesa é Santi Michele e Magno, perto do Vaticano).

Interior[editar | editar código-fonte]

Entre os tesouros artísticos da igreja estão (em ordem cronológica):

No pátio interno estão abrigados ainda diversos fragmentos antigos encontrados no local.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Enciclopédia Católica: College and Church of the Anima (in Rome).
  2. Baumüller 2000
  3. a b Michaud 2006

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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