Sacerdócio de todos os crentes – Wikipédia, a enciclopédia livre

O sacerdócio universal ou o sacerdócio de todos os crentes, como vem a ser conhecido nos dias atuais, é uma doutrina cristã que acredita-se ser derivada de várias passagens do Novo Testamento.

O Sacerdócio em tradições Não-protestantes[editar | editar código-fonte]

Os cristãos católicos e ortodoxos tradicionalmente acreditam que o texto de I Pedro 2:9 dá a responsabilidade a todos os crentes pela preservação e propagação do Evangelho e da Igreja, em distinção aos papéis litúrgicos e sacramentais dos sacerdotes ordenados e o episcopado consagrado (veja Sucessão Apostólica). Eles e outros cristãos também veem o sacerdócio ministerial como sendo necessário de acordo com as palavras da liturgia da eucaristia: "Fazei isso em memória (anamnesis) de mim" (Lucas 22:19–20; I Coríntios 11:23–25).

A constituição dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II realça, especificamente, o sacerdócio de todos os crentes. Ela ensina que o relacionamento da Igreja com Deus é independente de qualquer ordenação que as pessoas tenham recebido, como evidenciado nas normas e comentários para preces pessoais quando nenhum padre está presente. Tais Igrejas têm sempre ensinado implicitamente que o relacionamento pessoal de um cristão com Deus é independentes de qualquer ordenação que elas tenham recebido.

História dentro do protestantismo[editar | editar código-fonte]

É um conceito fundamental do protestantismo.[1] Embora Martinho Lutero não tenha usado exatamente a frase "sacerdócio de todos os crentes," ele apresenta um sacerdócio geral à cristandade em 1520 em "To the Christian Nobility of the German Nation", de modo a dispensar a visão medieval de que os Cristãos na vida presente fossem divididos em duas classes: "espirituais" e "temporais". Ele apresentou a doutrina em que todos os cristãos batizados são "sacerdotes" e "espirituais" à vista de Deus:

Que o papa ou o bispo façam as unções, tonsuras, ordenações, consagrações ou se vistam diferentemente dos leigos; podem fazer um ícone hipócrita ou um ídolo pintado a óleo, mas de forma alguma podem fazer de um cristão um ser humano espiritual. De fato, somos todos sacerdotes consagrados através do batismo, como São Pedro, em I Pedro 2:9 diz, '"vós sóis um sacerdócio real e reino de sacerdotes"' e em Apocalipse 5 10:, "pelo Teu sangue nos fizeste sacerdotes e reis".
 
Martinho Lutero, Weimar Ausgabe[2].

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. "Protestantism originated in the 16th-century Reformation, and its basic doctrines, in addition to those of the ancient Christian creeds, are justification by grace alone through faith, the priesthood of all believers, and the supremacy of Holy Scripture in matters of faith and order" ("The Protestant Heritage." Encyclopædia Britannica. 2007. Encyclopædia Britannica Online. 20 Sept. 2007 [1]
  2. Martin Luther, Weimar Ausgabe, vol. 6, p. 407, lines 19-25 as quoted in Timothy Wengert, "The Priesthood of All Believers and Other Pious Myths," page 12 [2] Arquivado em 10 de julho de 2007, no Wayback Machine..

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]