Síndrome aguda da radiação – Wikipédia, a enciclopédia livre

Síndrome aguda da radiação
Síndrome aguda da radiação
A radiação causa degradação celular por autofagia.
Especialidade medicina de urgência
Classificação e recursos externos
CID-10 T66
CID-9 990
MedlinePlus 000026
eMedicine emerg/834015
MeSH D011832
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Síndrome aguda de radiação (em sua sigla inglesa, ARS), também conhecida como envenenamento radioativo, envenenamento por radiação ou doença de radiação, é uma coleção de efeitos para a saúde que aparecem no prazo de 24 horas após a exposição a grandes quantidades de radiação ionizante. A radiação provoca a degradação celular devido a danos ao DNA e a outras estruturas moleculares fundamentais das células em vários tecidos; esta destruição, em particular afeta a capacidade de reprodução das células. Os sintomas podem começar dentro de uma ou duas horas e podem durar vários meses.[1][2] O termo "aguda" refere-se a um problema médico grave que ocorre rapidamente.[3][4][5]

O início e o tipo dos sintomas dependem da exposição à radiação. Doses relativamente menores resultam em efeitos gastrointestinais, como náuseas e vômitos, além de sintomas relacionados à queda dos hemogramas, como predisposição a infecções e hemorragias. Doses relativamente maiores podem resultar em efeitos neurológicos e morte rápida. O tratamento da síndrome aguda da radiação é geralmente de suporte, com transfusões de sangue e antibióticos, com alguns tratamentos mais agressivos, como a transfusões de medula óssea, que pode ser necessária em casos extremos.[1]

Sintomas semelhantes podem surgir meses ou anos após a exposição crônica, quando a taxa de radiação é demasiadamente baixa para provocar a forma aguda da doença.[6] A exposição à radiação também pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de algumas outras doenças, principalmente diferentes tipos de cânceres.

História[editar | editar código-fonte]

Os efeitos agudos da radiação ionizante foram observados pela primeira vez quando Wilhelm Röntgen submeteu intencionalmente seus dedos aos raios-X em 1895. David Walsh estabeleceu os primeiros sintomas da doença por radiação em 1897.[7]

A ingestão de materiais radioativos causou muitos casos de cânceres induzidos por radiação na década de 1930, mas ninguém foi exposto a doses altas o suficiente e em taxas elevadas para desenvolver a Síndrome Aguda da Radiação.

Os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki resultaram em altas doses de radiação para um grande número de japoneses, permitindo uma melhor compreensão de seus sintomas e perigos. O cirurgião Terufumi Sasaki, do Hospital da Cruz Vermelha, liderou pesquisas intensivas sobre a síndrome nas semanas e meses seguintes aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Sasaki e sua equipe puderam monitorar os efeitos da radiação em pacientes, levando ao estabelecimento de três estágios registrados da síndrome. Cerca de 25 a 30 dias após a explosão, Sasaki observou uma forte queda no número de glóbulos brancos no sangue e estabeleceu que essa redução, juntamente com sintomas de febre, como padrões prognósticos para a Síndrome da Radiação Aguda.[8]

Referências

  1. a b Donnelly EH, Nemhauser JB, Smith JM; et al. (junho de 2010). «Acute radiation syndrome: assessment and management». South. Med. J. 103 (6): 541–6. PMID 20710137. doi:10.1097/SMJ.0b013e3181ddd571 
  2. Xiao M, Whitnall MH; Whitnall (janeiro de 2009). «Pharmacological countermeasures for the acute radiation syndrome». Curr Mol Pharmacol. 2 (1): 122–33. PMID 20021452. doi:10.2174/1874467210902010122 
  3. «Acute Radiation Syndrome». Centers for Disease Control and Prevention. 20 de maio de 2005. Consultado em 4 de junho de 2009. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2015 
  4. «Acute Radiation Syndrome» (PDF). National Center for Environmental Health/Radiation Studies Branch. 9 de abril de 2002. Consultado em 22 de junho de 2009 
  5. «Acute Radiation Syndrome: A Fact Sheet for Physicians». Centers for Disease Control and Prevention. 18 de março de 2005. Consultado em 11 de março de 2015. Arquivado do original em 16 de julho de 2006 
  6. Reeves GI, Ainsworth EJ (maio de 1995). «Description of the chronic radiation syndrome in humans irradiated in the former Soviet Union». Radiat. Res. 142 (2): 242–3. PMID 7724741. doi:10.2307/3579035 
  7. Walsh, D. (31 de julho de 1897). «Deep Tissue Traumatism from Roentgen Ray Exposure.». British Medical Journal. 2 (1909): 272–3. PMC 2407341Acessível livremente. PMID 20757183. doi:10.1136/bmj.2.1909.272 
  8. Carmichael, Ann G. (1991). Medicine: A Treasury of Art and Literature. New York: Harkavy Publishing Service. p. 376. ISBN 978-0-88363-991-7 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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