São Martinho das Chãs – Wikipédia, a enciclopédia livre

Portugal Portugal São Martinho das Chãs 
  Freguesia  
Localização
Localização no município de Armamar
Localização no município de Armamar
Localização no município de Armamar
São Martinho das Chãs está localizado em: Portugal Continental
São Martinho das Chãs
Localização de São Martinho das Chãs em Portugal
Coordenadas 41° 4' 25" N 7° 39' 33" O
Região Norte
Sub-região Douro
Distrito Viseu
Município Armamar
Código 180115
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 9,67 km²
População total (2021) 478 hab.
Densidade 49,4 hab./km²

São Martinho das Chãs é uma freguesia portuguesa do município de Armamar, com 9,67 km² de área[1] e 478 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 49,4 hab./km².

São Martinho é uma freguesia bastante grande com três povoações: São Martinho, Gogim e Lumiares. Com 762 habitantes (Censos 2001) e 226 famílias clássicas é a segunda maior em área total com 9,7 km² (num total de 117,1 km² que tem o Município).

História[editar | editar código-fonte]

A povoação fez parte do termo da vila de Lumiares até à extinção do mesmo Concelho em 1834, altura em que passou a integrar o de São Cosmado até 1855. É uma das mais antigas paróquias da diocese de Lamego e o templo primitivo que existia no local da atual igreja terá origens no período da monarquia visigótica. (século VI).

Em 1527 o “Numeramento” dava à cabeça de Concelho (Lumiares) 43 moradores, tendo: S. Martinho, 30; Vila Nova, 6; Santa Cruz, 43; Gogim, 63; e Casal de Fagilde, 2. Todos estes lugares eram pertencentes ao Concelho de Lumiares.

No Couto de Lumiares, composto pelas povoações de S. Martinho, Gogim, Vila Nova e Santa Cruz imperou o influente barão e trovador medieval D. Abril Peres, bisneto de Egas Moniz.

Património[editar | editar código-fonte]

As ruas de São Martinho, estreitas e compondo na sua totalidade um povoado muito compacto, remontam ao típico ordenamento medieval. Do património de S. Martinho ressalta a importância da Igreja Paroquial, coeva da de Armamar e das mais antigas do Município. É um monumento que requer uma visita atenta para apreciar alguns pormenores interessantes: um relógio de sol na parede sul; a torre do relógio; a cornija repleta de modilhões representando motivos simbólicos, isto para falar só do exterior do monumento.

Geografia[editar | editar código-fonte]

A freguesia de São Martinho das Chãs, situada na parte sul do Município e já numa zona de transição para climas mais frios, teve e tem uma agricultura diferente da que encontramos nas freguesias mais a norte, junto ao vale do Douro. Aqui se produzia antigamente muito cereal, nomeadamente centeio e milho, azeite e vinho.

Nos dias de hoje já não se vê cereal nem azeite e, mesmo vinhas, são muito poucas. A cultura dominante é a maçã. Gogim é o centro da fruticultura do Município. Na freguesia estão concentradas grande parte das unidades de refrigeração que conservam toneladas de maçã entre o período da colheita e expedição para os pontos de venda.

A cultura da maçã terá surgido aqui pela mão de D. Francisco Maria Martinho de Almeida Manuel de Vilhena (9.º conde de Vila Flor e 2.º de Alpedrinha). Era um famoso engenheiro agrónomo e a ele se deve a experiência bem sucedida da cultura da maçã em Gogim.

Em Gogim merece destaque pela sua beleza, imponência e importância histórica a Casa Grande. Residência nobre, é o único solar existente no Município e aqui viveram os condes de Vila Flor e Alpedrinha. Tem capela particular de invocação a S. Domingos. Em 1713 teve obras de reconstrução para receber a boda de D. Miguel Teixeira de Carvalho (1669-1756) com D. Maria Engrácia de Albuquerque. Este acontecimento marcou a memória dos habitantes de Gogim e de todas as gentes do Concelho pela dimensão da festa com grande número de convidados, e pela abundância das sedas e dos damascos e o luxo dos coches que ali se viram.

Lumiares, a outra povoação da freguesia, foi em tempos terra muito importante. Cabeça de Concelho e de Condado, no primeiro terço do século XIV era paróquia da diocese de Lamego.

Teve foral antigo e D. Manuel concedeu-lhe foral novo em 9 de março de 1515 com casa de Câmara, vereadores e justiça própria com juiz. Em 1834 o Concelho foi extinto.

Do património de Lumiares, que terá sido muito rico, pouco resta. A capela paroquial, de invocação a Sra. da Graça persiste juntamente com o pelourinho, muito embora este tenha sido transformado em cruzeiro. No entanto não há grandes vestígios da arquitetura urbana medieval, nem dos paços nobres que foram habitação dos filhos de Egas Moniz e depois de D. Abril Peres, senhor do Condado.

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de São Martinho das Chãs[3]
AnoPop.±%
1864 1 004—    
1878 1 099+9.5%
1890 1 085−1.3%
1900 1 135+4.6%
1911 1 107−2.5%
1920 1 042−5.9%
1930 1 102+5.8%
1940 1 032−6.4%
1950 1 168+13.2%
1960 1 097−6.1%
1970 1 011−7.8%
1981 903−10.7%
1991 759−15.9%
2001 726−4.3%
2011 549−24.4%
2021 478−12.9%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 127 111 353 135
2011 76 71 278 124
2021 40 66 243 129

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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