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Rubén Morán
Rubén Morán
Morán antes do Maracanaço
Informações pessoais
Nome completo Rubén Morán
Data de nascimento 6 de agosto de 1930
Local de nascimento Uruguai
Data da morte 3 de janeiro de 1978 (47 anos)
Local da morte Montevidéu, Uruguai
Informações profissionais
Posição Ponta-esquerda
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1948
1949-1953
1954
CS Cerrito
CA Cerro
Defensor
Seleção nacional
Uruguai 5 (1)

Rubén Morán (6 de agosto de 19303 de janeiro de 1978) foi um futebolista uruguaio que atuava como ponta-esquerda. Foi o mais jovem dos campeões titulares no Maracanaço, que foi justamente sua única partida na Copa do Mundo FIFA de 1950: substituía o dono da posição, lesionado na partida anterior. Não teve carreira de maior destaque, sempre passando por equipes de menor expressão, e apesar da juventude foi exatamente ele o primeiro dos uruguaios daquela decisão a falecer.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Morán havia iniciado a carreira apenas no ano anterior à Copa do Mundo FIFA de 1950,[1] no Cerro, pequeno clube de Montevidéu que jamais venceu o campeonato uruguaio.[2] O clube ficava na metade da tabela naquela época, terminando exatamente em quinto entre dez participantes no campeonato uruguaio de 1949.[3]

Ainda assim, o Cerro terminou no ano seguinte fornecendo pela primeira vez jogadores a uma Copa do Mundo FIFA: Morán, Héctor Vilches e Matiás González,[4] o único que foi titular durante a campanha campeã.[1]

A estreia de Morán pela seleção uruguaia deu-se em 7 de abril de 1950, em vitória por 5-1 sobre o Chile em Santiago,[5] na qual na escalação usada somente Víctor Rodríguez Andrade e Julio Pérez seriam titulares meses depois na Copa.[1][6] Dois dias depois, a mesma escalação foi empregada novamente contra os chilenos em Santiago. Os oponentes venceram por 2-1.[7]

O Uruguai veio à Copa do Mundo com um ambiente turbulento: o técnico Juan López fora escolhido apenas um mês antes do torneio, após a Celeste Olímpica obter resultados ruins contra os próprios brasileiros, o que, além das derrotas pela Copa Rio Branco, incluíam ainda uma derrota para o Brasil de Pelotas e, em Montevidéu, dois empates contra o Fluminense; os jogadores uruguaios viam-se fora de forma após dois meses de inatividade.[8] Antes da escolha da Associação Uruguaia de Futebol por López, o Peñarol chegara a vetar a convocação de seus jogadores: a AUF desprezava o técnico da equipe aurinegra, o húngaro Emérico Hirschl, desejado pela torcida e mídia. Com pouco tempo para entrosar o time, López chamou exatamente os jogadores que disputaram a Copa Rio Branco semanas antes do mundial.[8]

Durante o mundial, o ponta-esquerda titular foi Ernesto Vidal, do Peñarol, que era a base da seleção, com outros cinco titulares (Roque Máspoli, Obdulio Varela, Alcides Ghiggia, Óscar Míguez e Juan Alberto Schiaffino). O rival Nacional forneceu outros três (Eusebio Tejera, Schubert Gambetta e Julio Pérez). Além de Matías González, o outro titular de fora da dupla principal era Víctor Rodríguez Andrade, do Central. Vidal lesionou-se na partida anterior, permitindo que Morán jogasse no Maracanaço, o suficiente para fazer do Cerro a terceira equipe uruguaia mais representada naquela partida.[1] Após a decisão, Morán acompanhou Obdulio Varela nos bares do Rio de Janeiro, testemunhando com o capitão a dor dos anfitriões.[9]

Morán não foi muito notado naquela partida, seja nos lances defensivos ou ofensivos.[10][11] Após o título, sua carreira não ascendeu.[1] O Uruguai só voltou a fazer partidas no ano de 1952, pelo Campeonato Pan-Americano daquele ano.[12] Mas Morán só veio defender novamente a Celeste outro ano depois, na Copa América de 1953. Foi sua quarta e última partida pela seleção, sendo justamente contra o Brasil.[5]

Para aquela Copa América, a seleção havia se renovado, com somente Matías González remanescendo como titular em relação ao Maracanaço.[1][13] Ainda assim, Morán, que ainda era jogador do Cerro, só participou dos sete minutos finais contra os brasileiros, substituindo Donald Peláez. O Brasil venceu por 1-0.[13]

A outra equipe conhecida que defenderia foi o Defensor, para onde transferiu-se em 1954.[14] Ele parou de jogar em 1965, após passar por vários clubes de expressão menor, apoiando-se no prestígio de campeão.[1]

Como a maioria dos colegas de 1950, após parar definitivamente de jogar Morán tornou-se funcionário público,[1] vivendo acomodado no subúrbio de Montevidéu.[15] Ainda como funcionário ativo, foi, embora fosse o mais jovem dos uruguaios do Maracanaço, também o primeiro deles a falecer, em 1978.[1]

Títulos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j GEHRINGER, Max (dez. 2005). Os campeões. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 4 - 1950 Brasil". São Paulo: Editora Abril, pp. 40-41
  2. STOKKERMANS, Karel (9 de fevereiro de 2017). «Uruguay - List of Champions». RSSSF. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  3. ABBINK, Dinant; TABEIRA, Martín (11 de fevereiro de 2006). «Uruguay - List of Final Tables 1900-2000». RSSSF. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  4. TABEIRA, Martín (20 de julho de 2010). «Uruguayan Squads in the World Cup». RSSSF. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  5. a b «Ruben Moran». 11v11. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  6. «Chile v Uruguay, 07 April 1950». 11v11. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  7. «Chile v Uruguay, 09 April 1950». 11v11. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  8. a b GEHRINGER, Max (dez. 2005). Histórias épicas de heroísmo. Placar - A Saga da Jules Rimet, fascículo 4 - 1950 Brasil. São Paulo: Editora Abril, pp. 44-45
  9. CASTRO, Robert (2014). Capítulo V - Brasil 1950. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 79-105
  10. GEHRINGER, Max (dez. 2005). "Silêncio de morte". Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 4 - 1950 Brasil". São Paulo: Editora Abril, p. 38
  11. GEHRINGER, Max (dez. 2005). Os gols da final. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 4 - 1950 Brasil". São Paulo: Editora Abril, p. 39
  12. TABEIRA, Martín (15 de junho de 2017). «Uruguay - International Results». RSSSF. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  13. a b TABEIRA, Martín (18 de abril de 2008). «Southamerican Championship 1953». RSSSF. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  14. «Rubén Morán». Transfermarkt. Consultado em 18 de outubro de 2017 
  15. A derrota (19 jun. 1970). Placar n. 14-A. São Paulo: Editora Abril, pp. 8-15

Ligações externas[editar | editar código-fonte]