Rodoviária do Plano Piloto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Terminal Rodoviário do Plano Piloto
Rodoviária do Plano Piloto
Vista aérea da Rodoviária do Plano Piloto
Uso atual Terminal rodoviário
Estação de metropolitano
Administração Governo do Distrito Federal
Linhas Metroviárias
1-Verde / 2-Laranja
Rodoviárias
-Nacionais
Distrito Federal
Goiás
Movimento diário 600 000 passageiros [carece de fontes?]
Serviços Terminal rodoviárioTáxiRestauranteEstacionamentoAcesso à deficiente físicoEscada rolanteElevadorFarmáciaBiblioteca ou banca de livros
Informações históricas
Inauguração 12 de setembro de 1960 (63 anos)
Fechamento 24 horas por dia
Localização
Localização Eixo Monumental (subsolo), s/nº - Brasília, DF

A Rodoviária do Plano Piloto é um terminal rodoviário situado no Plano Piloto de Brasília, no Distrito Federal. Foi inaugurada em 12 de Setembro de 1960.[1] O terminal é local da Estação Central do Metropolitano do Distrito Federal.

História[editar | editar código-fonte]

O Marco Zero da Nova Capital, ponto de cruzamento entre os Eixos Rodoviário (Norte-Sul) e Monumental (Leste-Oeste), que determinam o traçado do Plano Piloto de Brasília, a Plataforma Rodoviária foi pensada para ser o centro urbano da Capital.

Lúcio Costa, no Relatório do Plano Piloto, propõe sobre a Plataforma um mirante, área aberta de predomínio do pedestre, que relaciona os diversos equipamentos de lazer e comércio ali previstos originalmente.

A face da plataforma debruçada sobre o setor cultural e a esplanada dos ministérios não foi edificada com exceção de uma eventual casa de chá e da Ópera, cujo acesso tanto se faz pelo próprio setor de diversões, como pelo setor cultural contíguo, em plano inferior.

 Relatório do Plano Piloto

O tráfego seria apenas local, com estacionamentos e duas praças.

Previram-se igualmente nessa extensa plataforma destinada principalmente tal como no piso térreo, ao estacionamento de automóveis, duas amplas praças privativas dos pedestres, uma fronteira ao teatro da Ópera e outra, simetricamente disposta, em frente a um pavilhão de pouca altura debruçado sobre os jardins do setor cultural e destinado a restaurantes, bar e casa de chá.

 Relatório do Plano Piloto

A Plataforma Rodoviária de Brasília é o centro da composição do Plano Piloto de Lúcio Costa, espaço articulador das escalas monumental e gregária, fundamental na articulação topográfica de todo o Plano. Compõe-se de três níveis:

  • nível superior, vinculado aos Setores de Diversão, cruzado pelos eixinhos, possui áreas de estacionamento e duas pequenas praças;
  • nível inferior situa-se na cota da Esplanada dos Ministérios e abriga a plataforma de embarque e desembarque de passageiros.
  • nível subterrâneo corresponde à passagem do Eixão, ligando as Asas Norte e Sul.

Atualmente, o fluxo diário de pedestres é intenso, porém a forma como a área é atingida por vias e viadutos, retira a necessária superioridade hierárquica dos pedestres sobre os automóveis neste setor.[2]

A Rodoviária de Brasília é o encontro dos Eixos Monumental e Rodoviário.
Rodoviária de Brasília nos primeiros anos da cidade. O Teatro Nacional é visto ao fundo.

Construção[editar | editar código-fonte]

A mais complexa obra de Brasília não foi projetada por Oscar Niemeyer. É uma das duas criações do arquiteto Lúcio Costa para a cidade (a outra é a Torre de TV)

Por pouco, a Rodoviária não seria construída no governo de Juscelino e, talvez, em nenhum outro governo. Lúcio Costa chegou a sugerir ao presidente que deixasse a obra no cruzamento dos eixos para o governo seguinte.[3]

"Não senhor. Seu projeto depende dessa plataforma, quero deixar tudo pronto e iluminado". E assim foi feito.

A obra mais portentosa de Brasília exigiu extremado movimento de terra. Um corte de cerca de dez metros. Entre junho e agosto de 1957. Aproximadamente 350 caminhões fizeram o transporte da terra do cruzamento dos eixos para a Praça dos Três Poderes. A movimentação de terra teve dois propósitos igualmente grandiosos: abrir espaço para a Rodoviária e subir o terreno do Eixo Monumental leste até a Praça dos Três Poderes para que a Esplanada ficasse inteiramente à vista desde o cruzamento dos eixos.

Inauguração[editar | editar código-fonte]

O presidente Juscelino aderiu de pronto à projeção de Lúcio Costa e também imaginou uma Rodoviária sofisticada, como disse no discurso de inauguração da plataforma, em 12 de setembro de 1960, dia de seu aniversário, três meses antes de deixar o governo.

Em torno dessa magnífica plataforma, não tardará a instalar-se um centro borbulhante de vida, com as suas instituições de cultura, as suas salas de espetáculos, as suas lojas, as suas galerias, as suas vielas de porte veneziano, seus trevos, terraços e cafés, onde se encontrará o ambiente propício à vida em comum, o lugar de encontro, o convívio tão necessário ao citadino.

 [carece de fontes?]

Terminal Rodoviário[editar | editar código-fonte]

A Rodoviária de Brasília e o Eixão.

Principal terminal de ônibus urbano do Distrito Federal, a Rodoviária do Plano Piloto recebe cerca de 600 mil passageiros por dia. Além das linhas de ônibus que circulam dentro dos limites do Distrito Federal, o terminal também recebe linhas interurbanas, que ligam Brasília aos municípios vizinhos em Goiás.

Desde 2001, também funciona em seu subsolo a Estação Central do Metrô do Distrito Federal.

Entre os ônibus circulares, há linhas que fazem o trajeto para a Esplanada dos Ministérios, no Eixo Monumental, e para o Aeroporto.

Eu caí em cheio na realidade, e uma das realidades que me surpreenderam foi a rodoviária, à noitinha. Eu sempre repeti que essa plataforma rodoviária era o traço de união da metrópole, da capital, com as cidades-satélites improvisadas da periferia. É um ponto forçado, em que toda essa população que mora fora entra em contacto com a cidade. Então eu senti esse movimento, essa vida intensa dos verdadeiros brasilienses, essa massa que vive fora e converge para a rodoviária. Ali é a casa deles, é o lugar onde eles se sentem à vontade. Eles protelam, até, a volta para a cidade-satélite e ficam ali, bebericando. Eu fiquei surpreendido com a boa disposição daquelas caras saudáveis. E o "centro de compras" então, fica funcionando até meia noite. Isto tudo é muito diferente do que eu tinha imaginado para esse centro urbano, como uma coisa requintada, meio cosmopolita. Mas não é. Quem tomou conta dele foram esses brasileiros verdadeiros que construíram a cidade e estão ali legitimamente. Só o Brasil. E eu fiquei orgulhoso disso, fiquei satisfeito. É isto. Eles estão com a razão, eu é que estava errado. Eles tomaram conta daquilo que não foi concebido para eles. Foi uma bastilha. Então eu vi que Brasília tem raízes brasileiras, reais, não é uma flor de estufa como poderia ser. Brasília está funcionando e vai funcionar cada vez mais. Na verdade, o sonho foi menor do que a realidade. A realidade foi maior, mais bela. Eu fiquei satisfeito, me senti orgulhoso de ter contribuído.
— Lúcio Costa, 30 III 1987

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Referências

  1. Andrade', 'Juliana (12 de setembro de 2019). «'Coração' de Brasília, Rodoviária do Plano Piloto completa 59 anos». Acervo. Consultado em 2 de dezembro de 2023 
  2. SEDHAB, PLATAFORMA E ESTAÇÃO RODOVIÁRIA (PDF), BR: Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano - SEDHAB, consultado em 29 de julho de 2013, cópia arquivada (PDF) em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗 .
  3. Plataforma Rodoviária é o projeto mais complexo da construção de Brasília, BR: Correio Braziliense, 31/12/2011 .
  4. Conta o engenheiro Ronaldo de Alcântara Velloso que, ainda como topógrafo, trabalhou na preparação do terreno.
  5. Escrito na placa comemorativa da inauguração da obra, a Estação Rodoviária de Brasília.