Revolução Febrerista – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rafael Franco

A Revolução Febrerista ou Revolução de 17 de fevereiro de 1936 (em castelhano: Revolución del 17 de febrero de 1936) foi um evento que ocorreu no Paraguai após a Guerra do Chaco. Foi um dos muitos Golpes de Estado na história do Paraguai. A revolução levou Rafael Franco ao poder, iniciando uma sucessão de ditaduras no país.

O governo constituído pelo "Gabinete de Vitória", consagrado após a vitória do Paraguai na Guerra do Chaco, foi deposto por um movimento apoiado por grande parte da sociedade paraguaia da época, incluindo o Partido Colorado, os socialistas, os militares paraguaios, os anarquistas, bem como a Liga Nacional Independente, que se apresentava como uma nova alternativa política fora do bipartidarismo dominante.[1][2]

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

Eusebio Ayala, presidente derrubado.

Eusebio Ayala assumiu a Presidência do Paraguai em 15 de agosto de 1932, após a renúncia de José Patricio Guggiari. A Guerra do Chaco começou apenas duas semanas após o novo presidente ser empossado, obrigando-o a abandonar sua postura pacifista. O conflito, vencido pelos paraguaios, foi muito danoso a economia do país, com a inflação afetando principalmente as camadas mais baixas da sociedade.

Após a assinatura do armistício, em 12 de junho de 1935, Ayala, de imediato, demitiu muitos soldados do exército que, devido à recessão econômica, estavam desempregados, muitos deles permanecendo em Assunção. Esses veteranos e oficiais da Guerra do Chaco, insatisfeitos com a fraca liderança política liberal durante a guerra e o tratamento de soldados desmobilizados, enviados para casa sem pensões, encontraram um líder em um oficial populista, o coronel Rafael Franco. Ele era chefe do Colégio Militar e da Associação Nacional de Veteranos de Guerra, com mais de 100.000 membros.[3]

O Presidente Ayala, prometeu apoiar nas próximas eleições, o comandante do exército na Guerra o comandante José Félix Estigarribia. Preocupado com a ascensão de Estigarribia, Franco iniciou uma campanha contra ele, acusando-o de erros militares, em especial a não captura Santa Cruz de la Sierra. Em 6 de fevereiro de 1936, Franco foi preso e exilado para Buenos Aires por conspirar contra o governo.[4]

Golpe[editar | editar código-fonte]

Durante a noite de 16 de fevereiro, tropas lideradas pelos tenentes-coronéis Federico Wenman Smith e Camildo Recalde ocuparam Assunção. A sede da polícia foi atacada com um total de 50 baixas. As batalhas na cidade duraram o dia seguinte e, na noite do dia 17, o presidente Ayala se rende a Recalde.[5] Estigarribia voltou para a capital, vindo do Chaco, mas foi preso no aeroporto. Em 20 de fevereiro, em assembleia geral, os comandantes do Exército e da Marinha nomearam Rafael Franco presidente provisório do país.[3]

Consequências[editar | editar código-fonte]

As principais consequências do golpe foram:

Referências

  1. The Chaco War and the February Revolution
  2. Michael Schmidt, Cartography of Revolutionary Anarchism, 2013. Pg. 55
  3. a b c Bethell, Leslie (1991). The Cambridge History of Latin America. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 236-238 
  4. a b Abromeit, John; Norman, York; Marotta, Gary; Chesterton, Bridget Maria (19 de novembro de 2015). Transformations of Populism in Europe and the Americas: History and Recent Tendencies (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing 
  5. Marley, David (2008). War of The Americas. [S.l.: s.n.] p. 981 
  6. «Histórico da Ditadura Civil-Militar do Paraguai – Memória e Resistência» 
  7. «Experiencias en la elaboración de una tesis. Notas para un diálogo de sociología e historia*» (em espanhol). 27 de junho de 2009