Religião na Guiné-Bissau – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Guiné-Bissau é caracterizada por um grande pluralismo religioso, resultante de inúmeros fluxos migratórios e rotas comerciais que têm vindo a cruzar o seu território ao longo dos séculos.

A Constituição da República da Guiné-Bissau de 1980 declara formalmente a liberdade religiosa num Estado secular. Anteriormente, a Constituição de 1973 salvaguardava formalmente o direito de praticar qualquer religião, mas as organizações religiosas não eram legalmente reconhecidas.

Religiões[editar | editar código-fonte]

Destacam-se três religiões:

  • orientação africana, promovida pelos primeiros ocupantes humanos;
  • orientação muçulmana, através da expansão de leste para oeste desde o século XIII. Está atualmente concentrada na zona leste do país;
  • orientação católica, através da sociedade cristã crioula que surgiu nos centros costeiros de Farim, Geba, Bolama e Cacheu a partir do século XVI.

Demografia[editar | editar código-fonte]

O quadro seguinte apresenta a distribuição da população guineense segundo a resposta à pergunta sobre religião nos censos de 1979 e 2009[1].

Censos Muçulmana Religiões indígenas Religião Cristã
1979 35% 60% 5%
2009 45% 15% 22%

Cristianismo[editar | editar código-fonte]

O catolicismo foi institucionalmente estabelecido na Guiné-Bissau em 1533, com a criação da diocese de Cabo Verde e Guiné.

De entre os movimentos ultraminoritários está o cristianismo evangélico. A origem deste movimento na Guiné remonta a 20 de maio de 1940, quando a missionária britânica Bessie Fricker se instalou em Bolama, antiga capital da então colónia portuguesa. Até à independência, em 1974, a Missão Evangélica fundada por Fricker foi a única organização protestante oficialmente reconhecida pelas autoridades.

Durante o Estado Novo, o “ensino indígena” era confiado às missões católicas[1].

Atualmente as organizações cristãs legalizadas a atuar na Guiné-Bissau são:

  • Jovens com Uma Missão (Jocum);
  • Assembleias de Deus;
  • Igreja Filadélfia;
  • Igreja Vida Profunda;
  • Igreja Ide;
  • Ministério de Amor pela Fé Internacional.

As mais recentes são de denominações de matriz neopentecostal, como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a Deus é Amor, a Igreja Redimida, a Capela dos Vencedores e a Capela do Farol. Em 2014, a Igreja do Nazareno (Church Of The Nazarene) está legalmente estabelecida no país.[2]

Islão[editar | editar código-fonte]

O Islão é a religião predominante de Guiné-Bissau, e é praticada por cerca de 70%[3] de seus cerca de 1.4 milhões de cidadãos. A grande maioria, aproximadamente 92%, são sunitas da escola de jurisprudência maliquista, com influências sufis. Aproximadamente 6% são xiitas e 2% ahmadis.[4]

Referências

  1. a b Formenti, Ambra (2017). Rumo a uma fé global: história do movimento evangélico na Guiné-Bissau
  2. nazarene.org
  3. United Nations High Commissioner for Refugees. «Refworld | 2010 Report on International Religious Freedom - Guinea-Bissau». United States Department of State. UNHCR. Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  4. «The World's Muslims: Unity and Diversity» (PDF). Pew Forum on Religious & Public life. 9 de agosto de 2012. Consultado em 14 de agosto de 2012. Arquivado do original (PDF) em 24 de outubro de 2012 

Ver também[editar | editar código-fonte]


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