Região Oriental (Paraguai) – Wikipédia, a enciclopédia livre

À esquerda, em verde claro, o Chaco paraguaio e à direita, em laranja, a região oriental (Paranenha

A Região Oriental, também chamada de Paranenha (em espanhol: Paraneña) é uma das duas regiões geográficas do Paraguai. Seu relevo é uma extensão do Planalto Brasileiro, que nesta região alcança uma altitude média superior a 500 metros. Nas partes meridionais, oriental e ocidental do planalto, existe a ondulação de cadeias de morros. O terreno diminui aos poucos e se aplaina conforme chega mais perto, na parte ocidental do rio Paraguai e nas partes meridional e oriental do rio Paraná. A extensa região de altitude menor e de pântanos no decorrer do rio Paraguai tem uma população relativamente densa. Na parte meridional do Paraguai, perto do rio Paraná, as altitudes médias diminuem de 60 até 90 metros. Essa área é revestida por pântanos e florestas.[1]

Tem uma fronteira terrestre ao norte com o Brasil, ao leste e ao sul o rio Paraná a separa do Brasil e da Argentina, e a oeste o rio Paraguai que a separa da Argentina e do Chaco paraguaio, a região ocidental do país.

Geografia[editar | editar código-fonte]

As colinas e montanhas orientais, uma extensão do planalto sul do Brasil, dominam a região, com uma altitude máxima de 700m. A Paranenha também tem extensas planícies, vales profundos e planícies. Aproximadamente 80% da região estão abaixo de 300 m. O ponto de menor elevação é de 46m, no extremo sul, onde os rios Paraná e Paraguai se encontram.

A região é drenada principalmente por rios que correm do oeste para o rio Paraguai, embora alguns fluam a leste, para o rio Paraná. Os prados baixos, sujeitos a inundações, separam as montanhas orientais do rio Paraguai.

A região é dividida em cinco sub-regiões fisiográficas - o planalto paranaense, as terras altas do norte, a cordilheira central, as planícies centrais e a planície de Ñeembucú. O planalto paranaense, densamente arborizado, ocupa um terço da região e estende-se de norte a sul e até 145 km a oeste da fronteira com o Brasil e a Argentina. A borda oeste do planalto do Paraná é definida por uma escarpa que desce de uma elevação de 460 m a 180 m no extremo sul da sub-região. O planalto inclina-se moderadamente em direção ao sudeste, sua superfície notavelmente uniforme é interrompida apenas pelos vales dos afluentes do Paraná que fluem para o oeste.

As terras altas do norte, a cordilheira central e as planícies centrais constituem o terreno mais baixo entre a escarpa e o rio Paraguai. A primeira dessas sub-regiões erodidas se estende a oeste do planalto do Paraná, ocupando a porção norte do rio Aquidabán até o rio Apa, na fronteira com o Brasil. A maior parte consiste em um planalto ondulado de aproximadamente 180 m de altura e cerca de 90 m mais alto que a planície sul.

A cordilheira central inclui a área em torno de Assunção. Embora nesta região não haja escassez de terras planas, as mais numerosas são irregulares e irregulares. Picos pequenos e isolados e alguns lagos são comuns.

Entre essas duas sub-regiões das terras altas estão as planícies centrais, uma área que se inclina do norte do rio Paraguai ao planalto do Paraná. Os vales desta sub-região são largos e profundos, e estão sujeitos periodicamente a inundações e formação de pântanos sazonais. A mais característica desta sub-região são as colinas com picos planos que se projetam de cinco a seis metros acima da planície coberta de grama; densamente arborizadas, áreas de cobertura superiores a um hectare e, aparentemente, são remanescentes de rochas erodidas chamadas ilhas monte e suas bordas, costas.

A planície de Ñeembucú está localizada no extremo sudoeste da região Paranenha. É uma planície aluvial ligeiramente inclinada de oeste para sudoeste. O rio Tebicuary, um dos principais afluentes do rio Paraguai, corta a sub-região pantanosa em dois.

A orografia paranenha inclui três cadeias principais - Amambai, Maracaju e Caaguazú. A serra de Amambai se estende do canto nordeste da região sul e ligeiramente a leste ao longo da fronteira brasileira. As montanhas alcançam em média 400 metros acima do nível do mar, embora o ponto mais alto alcance 700 metros. A cadeia principal, de 200 quilômetros de extensão, possui ramificações menores que se estendem para o oeste e morrem ao longo das margens do rio Paraguai.

A serra de Amambai funde-se com a serra de Maracaju, que chega a 120 quilômetros leste do rio Paraná. A altura média desta cadeia montanhosa é de 200 metros; o ponto mais alto da cadeia, 500 metros, fica em território brasileiro. O Rio Paraná forma a cachoeira Salto del Guairá, onde corta as montanhas da serra de Maracaju para entrar na Argentina.

A Cordilheira de Caaguazú começa onde as outras duas principais cordilheiras se encontram e se estende para o sul, com uma altura média de 400 metros. Seu ponto mais alto, o Cerro de San Joaquín, chega a 500 metros acima do nível do mar. Esta cadeia não é um maciço contínuo, mas é interrompida por colinas e ondulações cobertas de florestas e prados. A Cordilheira de Caaguazú alcança o oeste do Planalto do Paraná até as planices centrais.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Densidade populacional do Paraguai, mostrando a concentração na regional oriental.

Com 6.279.101 habitantes em 2012, compreende 97% da população do país[2], no entanto, com uma extensão de 159 827 km², cobre apenas 39% da extensão do país. A densidade populacional dessa região é de 39,3 hab/km².

Esta região é composta por catorze dos dezessete departamentos do Paraguai. São os seguintes:

ISO 3166-2:PY Departamento Capital População (2012)[2] Superficie Densidade Distritos
ASU Asunción Assunção 529 433 117 km² 4395,4 hab/km² 1
1 Departamento de Concepción Concepción Concepción 226 585 18 051 km² 10,5 hab/km² 12
2 Departamento de San Pedro San Pedro San Pedro de Ycuamandiyú 394 169 20 002 km² 18,1 hab/km² 21
3 Departamento de Cordillera Cordillera Caacupé 279 860 4948 km² 57,8 hab/km² 20
4 Departamento de Guairá Guairá Villarrica 209 900 3846 km² 51,6 hab/km² 18
5 Departamento de Caaguazú Caaguazú Coronel Oviedo 518 218 11 474 km² 42,2 hab/km² 22
6 Caazapá Caazapá 172 345 9496 km² 16 hab/km² 11
7 Departamento de Itapúa Itapúa Encarnación 554 653 16 525 km² 33,4 hab/km² 30
8 Departamento de Misiones Misiones San Juan Bautista 116 672 9556 km² 12,5 hab/km² 10
9 Departamento de Paraguarí Paraguarí Paraguarí 248 461 8705 km² 27,5 hab/km² 18
10 Alto Paraná Ciudad del Este 737 092 14 895 km² 53,8 hab/km² 22
11 Departamento Central Central Areguá 1 855 241 2465 km² 932,2 hab/km² 19
12 Ñeembucú Pilar 86 180 12 147 km² 7,1 hab/km² 16
13 Departamento de Amambay Amambay Pedro Juan Caballero 151 395 12 933 km² 9,7 hab/km² 5
14 Canindeyú Salto del Guairá 198 899 14 667 km² 13,3 hab/km² 14
Região Paranenha 6 279 101 159 827 km² 39,3 hab/km² 239

Economia[editar | editar código-fonte]

Assunção
Usina de Itaipu

As florestas constituem uma grande reserva de madeiras de lei. Mas dispõe de somente algumas poucas rodovias para escoamento da produção. O desenvolvimento do escoamento da produção encontra-se bastante prejudicado e a zona florestal é escassamente povoada.[3]

Os produtos mais importantes do extrativismo vegetal no Paraguai são a madeira, a erva-mate e o óleo de petit-grain (extraído da flor da laranjeira). Apesar de se encontrarem alguns cultivos de erva-mate, a maioria da produção é oriunda das árvores que crescem de forma natural no meio da floresta. Faz pouco tempo que teve início a cafeicultura no departamento de Amambay, em grandes propriedades que pertencem a empresas do Brasil e dos Estados Unidos. Mas tanto o departamento de Amambay como o de Concepción são também áreas de pecuária extensiva.[3]

No que se refere à agricultura, os solos dessas terras são os mais importantes do país. Nesses solos se concentra a maioria dos cultivos e dos rebanhos. A área principal está localizada a leste e a sudeste da capital, Assunção. Apesar disso, são concentradas zonas menores no sul, nas áreas adjacentes de San Ignacio e Encarnación.[3]

Em toda a região oriental encontra-se de forma muito diversificada de legumes, cereais e tubérculos. Todos esses produtos são cultivados principalmente pela agricultura de subsistência. Os principais produtos agrícolas comerciais como algodão, fumo e cana-de-açúcartem alguma importância, embora a pecuária bovina tem sido uma atividade básica desde os primeiros tempos da colonização.[3]

Duas grandes usinas hidrelétricas,Itaipu e Yacyretá, estão localizadas no rio Paraná, na fronteira com o Brasil e a Argentina, respectivamente. Ambas fornecem energia e royalties para o Paraguai.[4][5]

As maiores cidades do país estão localizada na região oriental, o que também garante um importante setor de serviços. O Paraguai é tradicionalmente caracterizado por um grande setor informal, que mobiliza o turismo de compras de turistas e comerciantes argentinos e brasileiros, abastecidos com produtos como eletrodomésticos, tabaco e álcool, oferecidos a um preço menor do que nos países vizinhos. Nos últimos anos, este setor tem sido ameaçado por controles rígidos das autoridades alfandegárias brasileiras e por reivindicações de maior cobertura tributária pelo governo do Paraguai. Os trabalhadores e vendedores que operam em sua conta e sem registro ainda constituem uma parte importante da população trabalhadora. Ciudad del Este possui a terceira maior zona de livre comércio do mundo, depois de Miami e Hong Kong.[6]

Referências

  1. Arruda 1988, pp. 6059-6060.
  2. a b «Paraguay: Proyección de la Población Año 2012 según Departamento.» (PDF) (em espanhol). STP/DGEEC. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  3. a b c d «Paraguai». GEOGRAFIA ilustrada: internacional. vol. 4. São Paulo: Abril. 1971. 1298 páginas 
  4. «Royalties». Itaipu Binacional. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  5. «Generación Hidráulica». Administración Nacional de Electricidad. Consultado em 26 de setembro de 2018 
  6. «La tercera zona de libre comercio más poderosa del mundo». ABC Color (em espanhol). 10 de maio de 2012. Consultado em 26 de setembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Garschagen, Donaldson M. (1998). «Paraguai: Geografia física». Nova Enciclopédia Barsa. 11. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda 
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