Reformismo (marxismo) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Reformismo é a crença de que através de mudanças graduais e dentro das instituições existentes pode-se mudar fundamentalmente o sistema econômico e as estruturas políticas da sociedade. Essa crença surgiu de oposição ao socialismo revolucionário, que afirma que a revolução é necessária para que possam ocorrer fundamentais mudanças estruturais.

O reformismo é para ser distinguido de reformas pragmáticas. O primeiro refere-se à crença de que uma acumulação de reformas pode eventualmente levar a um sistema econômico e a uma forma de sociedade totalmente diferente.[1]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Existem dois tipos de reformismo:[carece de fontes?] o primeiro não tem a intenção de trazer o socialismo ou mudança econômica fundamental para a sociedade; o segundo tipo é baseado na crença de que, embora as reformas não sejam socialistas em si mesmas, elas podem ajudar a popularizar as causa do socialismo entre os trabalhadores.

O debate sobre a capacidade da reforma social-democrata de levar a uma transformação socialista da sociedade já dura mais de um século. O reformismo é criticado por ser paradoxal: busca superar o sistema econômico existente ao mesmo tempo em que tenta melhorar as condições do capitalismo, tornando-o mais tolerável para a sociedade. De acordo com Rosa Luxemburgo, sob o reformismo "... (o capitalismo) não é derrubado mas é, ao contrário, reforçado pela realização de reformas sociais".[2]

História[editar | editar código-fonte]

O Socialismo reformista foi apresentado pela primeira vez por Eduard Bernstein, que se referiu ao conceito de socialismo evolutivo. Bernstein era um líder social-democrata na Alemanha Imperial. O reformismo foi rapidamente alvo de socialistas revolucionários, com Rosa Luxemburgo condenando o Socialismo Evolutivo de Bernstein em seu ensaio Reforma ou Revolução? publicado em 1900.[3] Os reformistas logo se viram confrontados com os bolcheviques e os seus partidos satélites comunistas pelo apoio de intelectuais e da classe trabalhadora.

Em 1959, o Programa Godesberg, assinado em uma convenção do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), marcou a mudança a partir de um programa marxista que defendia o fim do capitalismo e as velhas ideias de nacionalização para uma reforma social que incluiu aumento de salários e benefícios.[4]

Depois de Josef Stalin consolidou o poder na União Soviética, o Comintern lançou uma campanha contra o movimento reformista, denunciando-os como " fascistas sociais". De acordo com o livro O Deus que Falhou de Arthur Koestler, um ex-membro do Partido Comunista da Alemanha, no período entreguerras comunistas alinhados com a União Soviética, continuaram a considerar como "socialfascista" o partido Social-Democrata da Alemanha e o verdadeiro inimigo na Alemanha, mesmo após o Partido Nazista ter chegado ao poder.[5]

O reformismo do Partido Trabalhista britânico[editar | editar código-fonte]

O termo foi aplicado aos elementos dentro do Partido Trabalhista britânico na década de 1950 e, posteriormente, à direita do partido. Anthony Crosland escreveu The Future of Socialism como um manifesto pessoal defendendo uma reformulação do termo. Para Crosland, a relevância da nacionalização (ou a propriedade pública) para os socialistas foi muito reduzido como consequencia do contemporâneo pleno emprego, gestão da economia segundo a Escola keynesiana e reduzida exploração capitalista.

O uso do termo é distinto do gradualismo associado com o fabianismo, a ideologia da Sociedade Fabiana,[6] o qual não deve ser vista como semelhante.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Paul Blackledge (2013). «Left reformism, the state and the problem of socialist politics today». International Socialist Journal. Consultado em 14 de novembro de 2013 
  2. Duncan Hallas (1973). «Do We Support Reformist Demands?». Controversy: Do we support reformist demands?. International Socialism. Consultado em 14 de novembro de 2013 
  3. «Luxemburg, Rosa (1871-1919» (em inglês). Marxista organização. Consultado em 29 de novembro de 2013 
  4. «Godesberg Program of the SPD (November 1959)» (PDF) (em inglês). German History in Documents and Imagens. Consultado em 29 de novembro de 2013  Source reprinted in Jan Goldstein and John W. Boyer, eds, University of Chicago, Readings in Western Civilization, vol. 9 Chicago, London: University of Chicago Press, 1987, pp. 419-25.
  5. Arthur Koestler, Darkness at Noon, em Richard Crossman (editor), The God That Failed, New York, Bantam Matrix, Tenth Edition, pp 41-42.
  6. Margaret Cole (1961). The Story of Fabian Socialism. [S.l.]: Stanford University Press. ISBN 978-0804700917 
  7. Discovering Imperialism: Social Democracy to World War I, Nov 25, 2011. (p. 249): "...A pro-imperialista maioria, liderada por Sidney Webb e George Bernard Shaw,

Ligações externas[editar | editar código-fonte]