Rebelião dos Turbantes Vermelhos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rebelião dos Turbantes Vermelhos

Mapa do conflito em 1358.
Data 1351-1368
Local Vale do rio Iansequião, na China
Desfecho Queda da dinastia Yuanː é estabelecida a dinastia Ming
Beligerantes
Dinastia Yuan Exército dos Turbantes Vermelhos
Comandantes
Toghon Temür Zhu Yuanzhang

A Rebelião dos Turbantes Vermelhos (chinês tradicional: 紅巾起義, pinyin: Hóngjīn Qǐyì) foi uma insurreição promovida pelos membros da sociedade do Lótus Branco que, entre 1351 e 1368, atacaram a então imperante dinastia Yuan da China, eventualmente levando à sua queda.[1][2][3]

Causas[editar | editar código-fonte]

História da China
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República Popular
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1949–presente
República da
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1949–presente

Desde a década de 1340, a dinastia Yuan de origem mongol tinha já vários problemas cada vez mais sérios.[4] O rio Amarelo inundava as terras constantemente e também ocorreram outras desastres naturais.[4] Por volta da mesma altura, a dinastia Yuan dependia dum gasto militar considerável para manter unido o seu vasto império.[5]

O exército dos Turbantes Vermelhos[editar | editar código-fonte]

O exército dos Turbantes Vermelhos (紅巾軍) foi iniciado por seguidores do Lótus Branco e do maniqueísmo e foi fundado por Guo Zixing (郭子興) para fazer frente aos mongóis. O nome "Turbante Vermelho" foi usado devido à sua tradição de usar bandeiras e turbantes vermelhos para distinguir-se.

Estas rebeliões inciaram-se de forma esporádica, primeiro na costa de Zhejiang, quando Fang Guozhen e os seus homens assaltaram um grupo de oficiais Yuan. Após isso, a sociedade do Lótus Branco chefiada por Han Shantong no norte do rio Amarelo tornou-se no centro do sentimento antimongol. Uns poucos grupos rebeldes terçaram o rio Yalu a partir da sua base em Liaoning para tomar Pionguiangue na Península da Coreia. Esta invasão foi obstada por Goryeo, sob os generais Choe Yeong e Yi Seonggye.

Em 1351, a sociedade organizou uma rebelião armada, porém, o plano seria descoberto e Han Shantong foi capturado e executado pelo governo Yuan.[6] Após a sua morte, Liu Futong (劉福通), um maioral proeminente do Lótus Branco, auxiliou o filho de Han, Han Lin'er (韓林兒), para suceder o seu pai e estabelecer o exército dos Turbantes Vermelhos.[6] Depois disso, vários rebeldes Han a sul do rio Iansequião se revoltaram com o nome de Turbantes Vermelhos do sul.[7] Entre as peças-chave dos Turbantes Vermelhos do sul, estavam Xu Shouhui e Chen Youliang.[8] A rebelião foi apoiada também pela liderança de Peng Yingyu (彭瑩玉; 1338) e Zou Pusheng (鄒普勝; 1351).[9]

Conclusão[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Imperador Hongwu

Após vários anos de luta, em 1368, Zhu Yuanzhang proclamou-se imperador em Yingtian (Nanquim) e seria conhecido historicamente como o Imperador Hongwu da dinastia Ming.[10][11] No ano seguinte, o exército Ming tomou Dadu (Pequim) e assim, a dinastia Yuan estava oficialmente acabada.[12] A China fora unificada uma vez mais sob o poder chinês Han.[13]

Referências

  1. Mote, Frederick W.; Twitchett, Denis; Fairbank, John K. (26 de fevereiro de 1988). The Cambridge History of China: Volume 7, The Ming Dynasty, 1368-1644 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780521243322 
  2. Dardess, John W. (2012). Ming China, 1368-1644: A Concise History of a Resilient Empire (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 9781442204911 
  3. Condra, Jill (9 de abril de 2013). Encyclopedia of National Dress: Traditional Clothing Around the World [2 Volumes] (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9780313376375 
  4. a b Dillon, Michael (19 de dezembro de 2013). Dictionary of Chinese History (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781135166816 
  5. «China Yuan Dynasty (1271-1368)». www.travelchinaguide.com. Consultado em 13 de novembro de 2017 
  6. a b The Middle Kingdom and the Dharma Wheel: Aspects of the Relationship between the Buddhist Saṃgha and the State in Chinese History (em inglês). [S.l.]: BRILL. 23 de junho de 2016. ISBN 9789004322585 
  7. Ball, Philip (5 de maio de 2017). The Water Kingdom: A Secret History of China (em inglês). [S.l.]: University of Chicago Press. ISBN 9780226369204 
  8. Yu, Weichao (1997). A Journey Into China's Antiquity: Yuan Dynasty - Qing Dynasty (em inglês). [S.l.]: Morning Glory Publishers. ISBN 9787505405141 
  9. Ma, Xisha; Meng, Huiying (14 de fevereiro de 2011). Popular Religion and Shamanism (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9004174559 
  10. Tucker, Spencer C. (16 de dezembro de 2014). 500 Great Military Leaders [2 volumes] (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781598847581 
  11. Nolan, Cathal J. (2006). The Age of Wars of Religion, 1000-1650: An Encyclopedia of Global Warfare and Civilization (em inglês). [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780313337338 
  12. Chase, Kenneth Warren (7 de julho de 2003). Firearms: A Global History to 1700 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780521822749 
  13. Bauer, Susan Wise (15 de setembro de 2004). Early Modern Times: From Elizabeth the First to the Forty-Niners (em inglês). [S.l.]: Peace Hill Press. ISBN 9780972860321