Rebelião do Whiskey – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rebelião do Whiskey

Washington passa as tropas em revista antes da marcha para reprimir os manifestantes.
Data 1791–1794
Local Oeste da Pensilvânia
Casus belli Não pagamento de imposto
Desfecho Vitória do governo
  • Resistência armada eliminada
  • Baixa evasão do imposto
Beligerantes
Manifestantes contra o imposto  Estados Unidos
Comandantes
Major James McFarlane George Washington
Unidades
600 rebeldes da Pensilvânia 13.000 milicianos de Virgínia, Maryland, Nova Jérsei, Pensilvânia, 10 tropas regulares do exército
Baixas
3-4 mortos, 170 capturados Nenhuma, cerca de 12 morreram de doença ou acidentes
2 civis mortos

A Rebelião do Whiskey, também conhecida como Insurreição Whiskey, foi um "tax protest" ("protesto tributário") nos Estados Unidos, começando em 1791 e culminou em uma insurreição em 1794. A rebelião ocorreu primordialmente na localidade de Washington, Pensilvânia, no Vale Monongahela, durante a presidência de George Washington, sob o comando do veterano de guerra revolucionário americano Major James McFarlane.

O chamado "imposto do uísque" foi o primeiro imposto aplicado sobre um produto doméstico pelo recém-formado governo federal. Tornou-se lei em 1791 e visava gerar receita para a dívida de guerra contraída durante a Guerra Revolucionária. O imposto se aplicava a todos os destilados, mas o uísque americano era de longe a bebida destilada mais popular do país no século XVIII, de modo que o imposto ficou amplamente conhecido como "imposto do uísque".

Histórico[editar | editar código-fonte]

Nos condados do oeste da Pensilvânia, os manifestantes usaram violência e intimidação para impedir que autoridades federais cobrassem o imposto. A resistência chegou ao clímax em julho de 1794, quando um marechal dos EUA chegou ao oeste da Pensilvânia para entregar mandados a destiladores que não haviam pago o imposto.

O alarme foi disparado e mais de 500 homens armados atacaram a casa fortificada do inspetor geral de taxas, o General John Neville. Washington respondeu enviando comissários da paz ao Oeste da Pensilvânia para negociar com os rebeldes, enquanto pedia aos governadores que enviassem uma força da milícia para fazer cumprir o imposto.

O próprio Washington montou à frente de um exército para suprimir a insurgência, com 13.000 milicianos fornecidos pelos governadores da Virgínia, Maryland, Nova Jersey e Pensilvânia. Todos os rebeldes foram para casa antes da chegada do exército, e não houve confronto. Cerca de 20 homens foram presos, mas todos foram absolvidos ou perdoados.

A maioria dos destiladores na vizinha Kentucky foi considerada praticamente impossível de tributar — nos seis anos seguintes, mais de 175 destiladores de Kentucky foram condenados por violar a lei tributária.[1] Inúmeros exemplos de resistência são registrados em documentos judiciais e contas de jornais.[2]

A "Rebelião do Uísque" demonstrou que o novo governo nacional tinha vontade e capacidade de suprimir violenta resistência às suas leis, embora o consumo do uísque permanecesse difícil de ser coletado. Os eventos contribuíram para a formação de partidos políticos nos Estados Unidos, um processo já em andamento.

O imposto sobre o uísque foi revogado no início de 1800 durante o governo Jefferson. A historiadora Carol Berkin argumenta que o episódio, a longo prazo, fortaleceu o nacionalismo americano porque as pessoas apreciaram o quanto Washington lidou com os rebeldes sem recorrer à tirania.[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rorabaugh, W.J. The Alcoholic Republic: An American Tradition, 1979. Oxford University Press, 53.
  2. Howlett, Leon. The Kentucky Bourbon Experience: A Visual Tour of Kentucky's Bourbon Distilleries, 2012, 7.
  3. Carol Berkin, A Sovereign People: The Crises of the 1790s and the Birth of American Nationalism (2017) pp. 7–80.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Baldwin, Leland. Whiskey Rebels: The Story of a Frontier Uprising. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 1939.
  • Berkin, Carol. A Sovereign People: The Crises of the 1790s and the Birth of American Nationalism (2017) pp. 7–80. excerpt
  • Bouton, Terry. Taming Democracy: "The People," the Founders, and the Troubled Ending of the American Revolution. Oxford & New York: Oxford University Press, 2007. ISBN 978-0-19-530665-1.
  • Clouse, Jerry Allan. The Whiskey Rebellion: Southwestern Pennsylvania's Frontier People Test the American Constitution (Bureau of Historic Preservation, Pennsylvania Historical and Museum Commission, 1994)
  • Krom, Cynthia L., and Stephanie Krom. "The Whiskey Tax of 1791 and The Consequent Insurrection: 'A Wicked and Happy Tumult'." Accounting Historians Journal 40.2 (2013): 91-113. online
  • McClure, James P. "'Let Us Be Independent': David Bradford and the Whiskey Insurrection." Western Pennsylvania History 74.2 (1991): 72-86. online
  • Snyder, Jeffrey W., and Thomas C. Hammond. "'So That's What the Whiskey Rebellion Was!': Teaching Early US History With GIS." History Teacher 45.3 (2012): 447-455. online
  • Yoo, John. "George Washington and the Executive Power." University of St. Thomas Journal of Law and Public Policy 5 (2010): 1-35. online

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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