Reações ao Panama Papers – Wikipédia, a enciclopédia livre

Vários países e outros órgãos oficiais responderam à denúncia do Panama Papers de março de 2016, que se tratava de documentos legais relacionados a paraísos fiscais criados pelo escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.[1]

Reações do governo e investigações[editar | editar código-fonte]

Argentina[editar | editar código-fonte]

Argentine President Mauricio Macri.

O presidente da Argentina Mauricio Macri foi listado como chefe de uma empresa comercial baseada em  Bahamas que ele não divulgou durante seu mandato como Prefeito de Buenos Aires; não está claro se a divulgação de diretorias de não representativas de capital eram requeridas sob a lei argentina.[2]

Austrália[editar | editar código-fonte]

O Escritório de Tributação Australiano anunciou que está investigando 800 contribuintes australianos individualmente na lista de clientes de Mossack Fonseca e alguns dos casos podem ser submetidos à Força Tarefa de Crimes Financeiros Graves do país.[3]

Azerbaijão[editar | editar código-fonte]

Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, não respondeu a nenhuma das repetidas solicitações para comentários.[4]

Colômbia[editar | editar código-fonte]

A Direção Nacional de Impostos e Alfândegas lançou uma investigação sobre todos os 850 clientes da Mossack Fonseca Colombia, subsidiária da Mossack Fonseca, que foi criada em 2009.[5] Em 2014, a Colômbia tinha colocado Panamá em sua lista negra de paraísos fiscais.[6]

França[editar | editar código-fonte]

Promotores financeiros franceses abriram uma investigação sobre o caso, e o presidente François Hollande declarou que sonegadores seriam levados a julgamento e punidos.[7] Além disso, como resultado, a França recolocou o Panamá na lista de paraísos fiscais, do qual tinha sido recentemente removido.[8]

Nova Zelândia[editar | editar código-fonte]

As finanças da Nova Zelândia afirmaram que estava a trabalhar para obter os detalhes dos contribuintes que possam ter envolvimento em esquemas auxiliados pela Mossack Fonseca.[9]

Gerard Ryle, diretor do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, disse à Rádio Nova Zelândia em 8 de abril de 2016 que a Nova Zelândia é um paraíso fiscal bem conhecido e uma "frente agradável para os criminosos".[10]

Suécia[editar | editar código-fonte]

A autoridade de finanças sueca afirmou que iria iniciar uma investigação à Nordea, uma das maiores instituições financeiras dos países nórdicos, depois dos documentos terem revelado que o escritório da sociedade no Luxemburgo ajudou a criar mais de 400 empresas offshore para os seus clientes.[11] Na documentação que o ICIJ teve acesso, sugere que pelo menos 100 empresas offshore secretas facilitada pelo banco permanecem ativas.[11]

Suíça[editar | editar código-fonte]

Em 11 de abril de 2016, a justiça Suíça informou que um quadro de Amedeo Clemente Modigliani, roubado durante a Segunda Guerra Mundial, foi apreendido no porto de Genebra, no contexto das revelações dos "Panama Papers". "Foi aberto um processo criminal após revelações ligadas aos 'Panama Papers', para efetuar buscas relativas à presença de uma pintura de Modigliani em Genebra", declarou o porta-voz do Poder Judiciário, Henri Della Casa. A obra está avaliada em 25 milhões de dólares.[12] Segundo a Mondex Corp, uma empresa canadense especializada em encontrar obras roubadas, a pintura foi roubada pelos nazistas de um colecionador de arte judeu que fugiu de Paris em 1939. A pintura foi então adquirida em 1996 em um leilão em Londres pela companhia offshore International Art Center (IAC), criada pelo escritório de advocacia panamenho Mossack Fonsseca.[12]

WikiLeaks[editar | editar código-fonte]

O jornalista investigativo islandês e porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, solicitou ao Panama Papers para que os documentos sejam publicados na íntegra online. Hrafnsson, que trabalhou no Cablegate em 2010, disse que é compreensível a retenção dos documentos para maximizar o impacto, mas disse que no final os documentos devem ser publicado na íntegra para o acesso público.[13]

Referências

  1. Cécile Schilis-Gallego e Rigoberto Carvajal (4 de abril de 2016). «DOCUMENTOS EXPÕEM PARCERIA ENTRE BANCOS E MOSSACK FONSECA NA CRIAÇÃO DE EMPRESAS DE FACHADA». Estadão. Consultado em 13 de abril de 2016 
  2. Fusion Investigative Unit (3 de abril de 2016). «Here are the famous politicos in 'the Wikileaks of the mega-rich'». Fusion. Consultado em 3 de abril de 2016. Cópia arquivada em 3 de abril de 2016 
  3. Chenoweth, Neil (4 de abril de 2016). «Panama Papers: ATO investigating more than 800 Australian clients of Mossack Fonseca». Sydney Morning Herald. Consultado em 13 de abril de 2016 
  4. «Panama Papers: Ilham Aliyev from Azerbaijan in the spotlight of a global corruption scandal». 4 de abril de 2016. Consultado em 13 de abril de 2016 
  5. Editorial El Tiempo (4 de abril de 2016). «Colombia comienza el rastreo de 850 clientes de 'Papeles de Panamá'». El Tiempo. Consultado em 13 de abril de 2016 
  6. «Lista de paraísos fiscales para Colombia». Comunidad Contable. 23 de outubro de 2014. Consultado em 13 de abril de 2016 
  7. «France opens probe after Panama leaks» (em inglês). Reuters. 4 de abril de 2016. Consultado em 13 de abril de 2016 
  8. «Francia vuelve a poner a Panamá en su lista de refugios fiscales» (em espanhol). La Estrella de Panamá. 5 de abril de 2016. Consultado em 13 de abril de 2016 
  9. Jane Wardell and Elida Moreno (4 de abril de 2016). «Tax authorities begin probes into some people named in Panama Papers leak». Reuters. Consultado em 14 de abril de 2016 
  10. «NZ a 'nice front' for criminals: Panama Papers journalist video». stuff.co.nz. 8 de abril de 2016. Consultado em 14 de abril de 2016 
  11. a b «Nordea bank investigated over tax haven scandal». The Local (Sweden). Consultado em 14 de abril de 2016 
  12. a b France Presse (11 de abril de 2016). «Tela de Modigliani é encontrada em Genebra após 'Panama Papers'». G1. Consultado em 12 de abril de 2016 
  13. «Panama Papers: WikiLeaks calls for data leak to be released in full». The Belfast Telegraph. 5 de abril de 2016. Consultado em 13 de abril de 2016